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LOUISE

Abro meus olhos com um pouco de dificuldade, esta tudo muito escuro, por segundos não sei onde estou ou o que aconteceu, fecho os olhos novamente sentindo uma leve dor de cabeça, agora me lembro o desfile, camarim, e Sara.

Depois disso não me lembro de nada, abro novamente meus olhos que agora acostumados com a penumbra, passo minhas mãos em minha barriga, ah filha você esta aí, não precisa ficar com medo a mamãe está aqui.

Mas o que essa mulher poderia querer comigo, não a vejo desde aquela manhã no apartamento, desde a última vez que recebi as mensagens anônimas, como não foi capaz de encaixar as peças Louise?

Um medo percorre meu corpo, Sara era a pessoa que me mandava mensagens? Não consigo pensar direito, me sinto cansada, fecho os olhos novamente mas dessa vez não volto a abri-los.

Acordo novamente com uma dor em meus tornozelos, e nas costas,de ficar na mesma posição por muito tempo, olho ao redor e estou deitada no banco traseiro de um carro,com os pés amarrados a uma corda, por isso meus tornozelos doem tanto, sinto uma leve tontura ao tentar me sentar, sede, quanta sede eu sinto, preciso sair daqui, preciso tirar Hope daqui , era a única coisa eu u conseguia pensar.

-Melhor ficar deitada, ou pode prejudicar sua filhinha.

Eu conheço bem essa voz, consigo me sentar com cuidado e olho para ela que dirige com maestria e elegância.

-Porque está fazendo isso Sara? E por dinheiro por que se for é fácil de se resolver, sabe quem eu sou e sabe que eu posso te dar, não precisa fazer nada do que vai se arrepender.

Ela solta uma risada que faz os cabelos da minha nuca se arrepiar, algo me diz que isso não é por dinheiro, por que mas seria então?

-Tudo aquilo de ir ver meu apartamento foi planejado não é? Nada daqui foi real,nunca esteve interessada em de fato comprar nada, era você não era? Era você que me mandava todas aquelas mensagens.

Ela apenas me olha pelo retrovisor em absoluto silêncio.

-Me responde Sara, se o seu nome for realmente Sara Allen , me diga porque está fazendo tudo isso?

-Aí, como você é tolinha, nunca foi curiosa, em ver uma foto, vídeos de família, nunca perguntou como eu era? Realmente não sabe quem eu sou, você deveria ser mais esperta doce Louise.

Fotos? Vídeos de família? Sinto meu ar se acabar,não pode ser seria muita coincidência.

-Acho que devo uma apresentação um pouco mas gentil, Sou Camille Tanner, a mulher do Yan Lário's que você diz pra todos que está morta. _ diz sorrindo virando para trás e piscando para mim.

Sinto o sangue sumir do meu rosto, a tontura voltou dessa vez mas forte, coloco a cabeça entre as mãos e respiro lentamente, não, não é verdade essa deve ser uma louca que sabe tudo sobre isso e está se aproveitando, existe tantos psicopatas assim, tem que ser isso Camille Tanner morreu em um acidente de carro com seu amante, olho para ela que me lança um sorriso, e quero acreditar na minha versão mas tudo indica que eu estava errada, que Yan e todos que pensavam que Camille estava morta, estavam errados.

Permaneço em silêncio, ouço Camille sussurrar coisas, como se falasse com alguém, não consigo ver se está no telefone, ou com algum fone, só ouço os sussurros.

Já deve estar amanhecendo, vejo pequenos clarões no céu, penso em Yan, onde ele poderia estar agora, dormindo sozinho sem colocar sua mão na minha barriga, se ele estaria acordado louco me procurando, como ele reagiu ao saber que Camille está comigo e não na clínica onde disse que ela estaria, será que alguém ao menos sabe que ela fugiu?

Não estou aguentando mais ficar sentada, uma dor agoniante ao pé da minha barriga, sinto muito sono e uma sede absurda, começo a cochilar,sentindo a sensação do sonho me relaxar, pareço que durmo por segundos mas quando abro meus olhos já estamos em frente uma casa, afastada da cidade.

-Onde estamos? _pergunto tentando me manter acordada.

-Cala a boca, venha, saia do carro, vou desamarrar seus pés, se tentar alguma coisa, corto sua garganta sem pensar duas vezes.

Coloco meus pés para fora e ela me desamarra,vejo quão roxo esta onde as cordas estavam amarradas, saio do carro lentamente, mal conseguindo andar, mesmo se eu quisesse, não conseguiria fazer nada, jamais colocaria Hope em perigo, nunca ameaçaria fazer algo que colocasse a vida da minha vida em risco.

Ela carrega várias bolsas para dentro da cabana, sempre sussurrando algo, como se conversasse com alguém.

-Anda logo entra, nem tente gritar ou algo do tipo, não tem ninguém a quilômetros daqui, entra logo. _ diz me puxando. - Tenho certeza que vai se sentir em casa. _diz sorrindo.

Quando entrei na casa que olhei tudo ao redor, ela me leva até um quarto, não aguentei, não é sobre mim, não é a mim que ela quer, o pequeno quarto era idêntica ao quarto de Hope que Yan tinha montado com tanto amor, tudo exatamente igual, como ela sabia?

Ai que minha fixa cai, não é a mim que ela quer ,coloco a mão na barriga e sinto tudo escurecer...

Ela quer a Hope, ela quer a minha filha.

Me apoio no berço que era tão parecido com o que tinha no apartamento de Yan, era como se eu tivesse atravessado a porta e caído dentro dele, olho ao redor e não tinha o que eu havia gostado mais, não tinha o letreiro aceso com a frase sobre o nome de Hope, esse não era o quarto dela.

Olho por tudo e não á maneira de sair, não por esse quarto, sinto uma dor no interior da minha barriga, tento relaxar para que Hope também relaxe.

-Tudo bem filha, está tudo bem, mamãe vai se acalmar e preciso que você também faça isso, vamos sair daqui, eu só preciso pensar em como.

Ouço algo cair no andar de baixo, e saio, olho no corredor e esta vazio, Camille conversa com alguém lá embaixo, olho em todos os quartos estão todos trancados, o banheiro eu não passaria na janela nem se eu não tivesse essa barriga, muito menos agora.

-Ok a gente não passa por aqui, então teremos eu descer.

Desço alguns degraus da escadas e ouço apenas a voz de Camille cada vez mais alta, ela parecia estar na área que fica a cozinha, a sala então estaria livre, era uma corrida de 10 segundos até a porta, depois a gente via o que conseguia fazer, era só preciso sair da casa.

Acabo de descer o último degrau e corro, mas antes que minha mão toque na maçaneta sinto algo me acertar por trás, queimando minha barriga.

Passo a mão onde Camille tinha enfiado uma faca e vejo o sangue fluir, manchando meu vestido, ah eu adorava esse vestido, cambaleio e me apoio na parede deixando a marca da minha mão certinha suja de sangue.

-O que você fez?_ pergunto a ela que olha horrorizada pra minha barriga, ainda segurando a faca.

-Droga! vamos ter que adiantar, venha._ ela grita furiosa me puxando pelos cabelos.

-Por favor Camille, faça o que tiver que fazer comigo , mas não machuque a Hope, não faça mal a ela, eu estou implorando.

Ela sorri e me faz sentar em uma mesa, depois coloca um pano no meu nariz, me fazendo apagar no mesmo instante.

Hope...

Deliciosamente Obcecado.( LIVRO 01 LARIO'S )Onde histórias criam vida. Descubra agora