Yuki limpa as lágrimas e resolve responder a garotinha.
-- Acho que sim, qual é o seu nome?
-- Meu nome é Winry! Esse cavalo é seu? - ela aponta para o animal.
-- É do meu pai.
-- Pobre animal... Mas cadê o seu pai?
-- Ele sumiu e eu vim a procura dele, foi aí que eu achei o cavalo.
-- Por que ele tem o símbolo dos demônios gravado nele? - ela colocou o dedo indicador no queixo, como se estivesse pensando.
-- Símbolo dos demônios...?
-- Sim! O símbolo dos demônios! Um demoninho no meio e duas asas nos lados!
-- Mas os demônios não existem, certo? - Yuki quase implorava para que o pai dele não tinha sido levado pelos demônios.
-- Ninguém nunca viu, mas não significa que eles não existam - Winry faz um sinal de dúvida com os braços - Afinal de contas, qual é o seu nome?
-- O meu nome é Yuki - o garoto responde se levantando e tirando a poeira do colo - Você mora por aqui?
-- Bem alí! - Winky aponta para algum ponto do céu e Yuki vê uma montanha.
Por quanto tempo andou? Não sabia que tinha chegado perto das montanhas.
-- Nas... montanhas? - ele pergunta.
-- Sim! - ela afirma - Nas montanhas! Quer passar a noite lá? São o quê, umas quatro horas da tarde, a caminhada é um pouco longa mas é mais perto do que ir para a aldeia.
-- É muita gentileza sua, mas eu tenho que continuar procurando meu pai.
-- Mas vai anoitecer! As noites ficam muito frias e geralmente é perigoso dormir por aí no relento! - ela agitava os braços em gestos largos.
-- Certo então - Yuki cede. O que tem de errado em confiar em uma garotinha no final das contas?
Winry dá um pulinho animado e toma seu caminho rumo a sua casa, sendo seguida por Yuki.
Não sabia se tinha feito a escolha certa. Quanto mais andavam pela estrada, mais árvores fechavam o caminho e seus troncos eram cada vez mais grossos e além disso, tudo parecia ficar cada vez mais quieto.
Yuki estava um pouco desconfiado, mas continuou a seguir a pequena garota.
Enquanto mais tempo passava, a estrada ficava mais irregular e o terreno mais íngreme, as árvores antes grossas, estavam afinando e se afastando uma das outras permitindo a passagem da luz alaranjada do sol que estava aos poucos se pondo.
Andaram mais e não tinha mais árvore nenhuma. Estavam em um terreno íngreme e de onde estavam se via de longe o pico da montanha.
Yuki olhou para trás. Podia ver a floresta atrás de si, e ao longe via a estrada que cruzava a linha do horizonte e se perdia de vista.
-- Yuki? - Winky o chama - Vamos logo! O sol já tá se pondo!
De repente uma névoa tomou conta do local. O ambiente se tornou úmido sem nenhuma explicação.
-- Winry, o clima aqui é sempre assim? - Yuki perguntou.
-- Assim como?
-- Ele fica mudando do nada.
-- Não, o clima nas montanhas são normais.
Yuki sentiu uma presença estranha. Era como se algo realmente grande e imponente estivesse se aproximando cada vez mais.
A névoa se tornou mais densa e acabou virando um nevoeiro.
-- Winry?! - Yuki gritou - Cadê você?!
-- Aqui!
A garotinha apareceu do meio do nevoeiro e se juntou a Yuki.
De repente, do meio da névoa Yuki deu de cara com dois pares de olhos castanhos enormes o encarando.
O garoto deu um grito assustado e Winry continuou imóvel atrás dele.
Depois dos olhos apareceu uma enorme cabeça que era literalmente do tamanho de Yuki.
Era um enorme dragão. Seus olhos eram castanhos, suas escamas era vermelhos-brilhantes e tinha alguns chifres no topo da cabeça (foto da capa do livro).
O dragão deu uma fungada e um ar quente saiu de suas narinas. Yuki caiu sentado no chão por conta do vento.
Olhava assustado e surpreso para o enorme dragão, seus olhos estavam arregalados e sua boca escancarada, também tremia e suava um pouco.
Então eles realmente existem, não são apenas lendas.
De repente um brilho branco envolveu o dragão e ele se transformou.
O nevoeiro se dissipou rapidamente e no local onde se encontrava a cabeça do dragão agora tinha um garoto que parecia muito ter a idade de Yuki.
-- Eai - o "dragão" cumprimentou.
Yuki não dizia nada, apenas encarava o garoto com os olhos arregalados e a boca aberta.
O garoto tinha cabelos vermelhos vivos e vinham até um pouco antes dos ombros e eram lisos. Seus olhos eram castanhos e tinha a pele morena. Vestia um colete de couro, mas não vestia uma camisa, então seus músculos eram visíveis. Trajava uma calça larga, botas de escalada, um cinto de couro e um lenço vermelho com manchas pretas no pescoço.
-- Bem, o choque costuma a passar rápido - ele coçou a nuca - Pelo menos eu acho.
Yuki apontou para o garoto com a mão tremendo e ainda sentado no chão.
-- V-você é um dragão - foi tudo o que conseguiu dizer.
-- Sim - ele respondeu e agarrou o pulso de Yuki e o levantou - Meu nome é Ron, prazer.-- Y-yuki.
-- Ronny! - Winry correu em direção do maior e o seu um abraço.
-- Você conhece ele?! - Yuki perguntou - Você sabia que ele é um dragão?!
-- Na verdade eu também sou um dragão - Winry deu um sorriso.
-- Você é um dragão?! Eu andei com um dragão a tarde inteira e nem percebi?! Como vocês estão em forma humana então?!
-- Magia de transformação - Ron explicou.
-- Tá ficando tarde, é melhor a gente subir - Winry olha para o céu e diz isso - Ron te explica tudinho lá em cima.
-- Certo - Yuki assentiu.
Os três voltaram e subir a montanha. Winry ia toda contente na frente e os garotos iam atrás.
-- Então você é um dragão - Yuki arrumou coragem o suficiente para dizer isso - O das lendas.
-- As lendas costumam a exagerar - ele disse.
-- Mas você cospe fogo e tals?
-- É claro, eu sou um dragão.
-- E você também sabe voar?
-- Sim.
Os olhos de Yuki brilharam de repente.
-- Que legal! É verdade que suas escamas são tão resistentes que não passam nem as mais poderoso magias de destruição?!
Ron pareceu gostar da animação do novo colega.
-- Bem, depende da magia de destruição - ele respondeu.
-- Chegamos em casa! - Winry diz animada e entra em uma caverna no topo da montanha.
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Magia Mística [EM REVISÃO]
AventuraYuki perdeu a mãe muito cedo, e por esse motivo foi sempre muito apegado ao pai. Com seus 17 anos de idade, Yuki sofre constantemente em sua pequena vila, já que seu pai é considerado o "Louco da Vila" por acreditar em seres não humanos. O sumiç...