Capítulo XVIII

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  Todos compartilharam o sorriso de Ron.

  -- Onde fica? - Yuki perguntou.

  -- É só seguir mais para Oeste, mais ou menos um quilômetro.

  -- E você demorou todo esse tempo só pra isso? - Monika disse.

  Ron ignorou o comentário da loira.

  -- Aqui - Winry deu a espada a Yuki. - Sua espada.

  Yuki a tomou em mãos e prendeu firmemente no cinto.

  -- Você tinha que ver! - a garotinha disse toda animada para Ron. - A Monika tava ensinando o Yuki a lutar com espadas! Ela massacrou ele!

  Monika mostrou um sorriso orgulhoso e Yuki se sentiu envergonhado, tanto que tentou não olhar diretamente para Ron.

  -- Você pegou pegado com ele né? - Ron perguntou para Monika.

  -- Nem tanto - ela deu de ombros.

  -- Pegou pesado sim! - Winry cortou o barato da loira.

  -- Dedo-duro! - ela apontou para Winry.

  Ron apontou para o céu e um pequeno jato de fogo apareceu no seu dedo, chamando a atenção das garotas.

  -- A gente vai ou não? - ele pergunta.

  -- Sim! - Winry diz. - É só seguir para Oeste né?

  -- É - Ron concorda.

  -- Então vamos! - Winry toma a liderança.

  Monika vai logo atrás, deixando novamente os garotos para trás.

  -- Como que é o templo? - Yuki perguntou.

  -- Você vai ver - Ron dá um pequeno sorriso. - Só posso dizer que é grande.

  -- Se é tão grande, como que a gente conseguiu se perder?

  Ron deu uma risada e respondeu:

  -- É porque é a gente, não é mesmo?

  -- Que tipo de monstro tem lá? - Yuki muda de assunto.

  -- Pelo que eu li de sua alma é uma mutação de um animal, mas não sei qual é.

  -- Monstro são mutações? - Yuki se interessa nesse assunto.

  -- Sim, mas também existem os híbridos, mas são coisas diferentes.

  -- Como faz pra realizar uma mutação?

  -- Você não pretende criar um monstro, né?

  -- Claro que não! - Yuki se sente meio envergonhado. - Eu só queria saber...

  -- Você tem que juntar duas almas. Se a mutação der certo, a pessoa se torna híbrido, se não ela se torna monstro.

  -- E tem pessoas que fazem isso? Soa muito cruel.

  -- Tem pessoas que vivem para criar monstros.

  E em conversas como essa o grupo acabou chegando em uma clareira.

  O templo se encontrava lá e era enorme. Feito de blocos de pedra, formando uma pirâmide e não parecia ter uma porta de entrada.

  Alguns desenhos eram encontrados nas pedras, eram vermelhos e pareciam ser gravados com sangue. Todos eles se assemelhavam muito com cobras.

  -- Por onde a gente entra? - Yuki perguntou.

  -- A gente tem que achar uma entrada - Monika diz. - Se não a gente cria uma.

  Winry correu para a lateral do templo e achou uma pequena abertura perto do chão.

  -- Achei! - ela agitou os braços para chamar atenção.

  Todos correram até lá e viram a abertura. Tinha mais ou menos uns cinquenta centímetros de altura e sessenta de largura.

  -- É pequeno demais - Ron balançou a cabeça. - A gente não passa.

  -- A Winry passa - Monika disse.

  -- Mas como a gente vai saber se é leva mesmo para dentro da pirâmide? - Yuki indagou. - Pode ser só um buraco.

  -- Só entrando pra descobrir - Monika disse.

  -- Certo! Eu vou entrar! - Winry estava determinada.

  -- Cuidado aí dentro - Ron disse.

  -- Cuidado nunca me levou a lugar nenhum! - Winry se abaixou e foi se arrastando abertura a dentro.

  Todos viram enquanto ela sumia no escuro buraco.

  -- Será que ela vai ficar bem? - Yuki perguntou.

  -- Eu acho que sim - Monika disse.

  Esperaram um pouco e logo Winry apareceu de trás do templo, toda coberta de poeira e teias de aranha.

  -- De onde você saiu?! - Yuki exclamou.

  -- Vem cá! Quero mostrar uma coisa!

  A garotinha saiu correndo para trás do templo e todos a seguiram.

  Chegando lá eles acharam a entrada. Um portão enorme, todo enfeitado de colunas de pedra e o portão já estava aberto por Winry, embaixo dele se encontrava uma escada.

  -- A gente viu a parte de trás! - Winry abriu um sorriso.

  -- Como é lá dentro? - Monika perguntou.

  -- Você vai ver! - foi a resposta.

  Os quatro subiram a escada e adentraram portão a dentro. O local era escuro e cheirava mofo.

  Com um estalar de dedos de Ron, todas as tochas foram acesas e puderam ver o interior.

  As paredes e o teto eram exatamente como no lado de fora, só que invertido, e o chão não tinha piso.

  Na parte em que entraram tinha uma pequena borda de pedra antes do buraco, assim como em cada lateral.

  No buraco, tinham apenas algumas vigas de madeira cruzando para lá e para cá, parecendo pontes, mas o estado delas estava tão podre, que se alguém colocasse peso lá, elas já caíram.

  O templo carregava uma camada de poeira, como se nunca tivesse sido limpo, e várias aranhas resolveram fazer suas teias por aí.

  -- Onde vocês acham que está o mostro? - Yuki perguntou ainda correndo os olhos pelo local.

  -- Lá embaixo - Monika apontou para o buraco. - É o único lugar em que ele pode estar.

  Todos espionaram o buraco, mas as luzes das tochas não o iluminava. Não dava para ver o fundo, e de lá vinha um som baixo, como se fosse o sibilar de uma cobra.

  Winry correu para fora do templo e voltou com uma pedrinha, que foi jogada no meio do buraco, e caiu lá embaixo.

  A pedra caiu e caiu e ninguém conseguiu ouvir quando ela tocou o chão, ou se ela tocou o chão.

  Ron fez uma pequena bola de fogo com o indicador e a arremessou buraco a baixo.

  Ela iluminou o lugar e todos viram uma escada que estava grudada na parede de pedra, que descia cada vez mais, até não ser mais vista.

  -- Pelo menos tem uma escada - Ron disse.

  -- Certo, o monstro deve estar lá embaixo! - Winry estava mais animada que os demais. - Vamos lá!

  -- Calma - Yuki saiu correndo em direção a uma das paredes do templo e pegou uma tocha. - Vamos.

  O grupo pulou para dentro do buraco e aterrissaram em uma das escadas.

  -- Bem - Monika disse. - É só descer até não dar mais né?

  Todos tentaram encarar o fundo do buraco, mas não viram nada além de um breu.

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