Capítulo XXII

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  -- Ei, calma - o fazendeiro tentou acalmar a menina. - Eu tenho o triplo da sua idade, não consigo correr assim!

  -- Mas a gente precisa ir logo! Vamos!

  Winry ignorou o homem e o continuou correndo na mesma velocidade.

  Depois de percorrer um certo trajeto, desviando de troncos de árvores tombados e pulando sobre raízes, eles chegaram onde Ron, Yuki e Monika estavam.

  -- Cheguei! - Winry anunciou. - Como ele tá?

  -- Na medida do possível, bem - Monika deu de ombros.

  Yuki e a loira estavam sentados nas raízes das árvores e Ron se encontrava inconsciente.

  O homem, junto da ajuda de Yuki, levantou Ron e começou a o levar para a capital do Reino Sul.

  Depois de uma caminhada que se tornou um pouco longa demais por conta do peso de Ron, todos encontraram a estrada e a carroça com os sacos de algodão, que estava sendo puxada por um burro do mesmo jeito.

  Também com a ajuda de Yuki, o fazendeiro colocou Ron na carroça e todos subiram junto.

  -- Tem algum curandeiro na capital? - Winry perguntou.

  -- Como é uma capital, tem várias - o homem tomou as rédeas e começou a conduzir a carroça.

  -- Nos leve até o melhor tá? Não vamos poupar dinheiro com isso.

  -- E o quanto de dinheiro a gente tem exatamente? - Yuki pergunta. - Eu tenho algumas moedas de prata na minha bolsa...

  -- Moedas de prata não vão servir para nada - Monika disse. - Você pode dá-las ao fazendeiro assim que descermos da carroça. A gente precisa de moedas de ouro.

  -- E a gente tem isso? - o garoto perguntou.

  Monika concordou com a cabeça.

  A carroça dava alguns solavancos e andava devagar. A medida que andavam, a paisagem era tomada por plantações e pastos para gado.

  -- O Reino Sul é responsável pela maior parte dos produtos agrários do mundo! Sabia? - Winry disse para quebrar o silêncio.

  -- Senhor, vai demorar muito para chegar na capital? - Monika ignorou a garotinha.

  -- Não, só mais alguns minutos - ele respondeu.

  -- Ei! Por que você me ignorou?! - Winry disse indignada, com os braços cruzados e as bochechas infladas.

  -- Vingança - Monika cruzou os braços e deu uma risada.

  -- Alí! - Yuki gritou. - A capital! - o rapaz apontou para uma muralha que se erguia cada vez mais enquanto avançavam.

  A muralha se estendia por quilômetros e os quatro (cinco contando com a mula) não conseguiam ver onde terminada.

  Um portão de ferro com grades foi aberto quando a carroça se aproximou.

  Ao atravessar o portão, um guarda com uma armadura de ferro, que cobria todo o seu corpo, parou a carroça.

  -- Estou voltando de um dia de trabalho com a minha mercadoria - o fazendeiro disse.

  -- E esses aí? - o guarda se referiu aos outros quatro.

  -- São viajantes. Um deles acabou sendo puxado por uma cobra e veio a capital para tratamentos médicos - ele respondeu.

  -- Certo, podem passar.

  A carroça adentrou na capital. No começo se encontrava as casas mais pobres, mas não eram comparadas com as casas em que Yuki vivia. Tinham teto pontudos e eram todas feitas com tijolos, cada uma das casas tinham tons claros.

  Passaram com a carroça por meio da estrada principal, chegando então, a feira do lugar. Tendas e pequenos quiosques tomavam conta das calçadas das ruas. Vendiam desde frutas e legumes frescos à cestos e roupas.

  A carroça passou por um bairro particularmente rico, as casas ficaram maiores, e de vez em quando se via uma mansão. A mula parou de andar bem na frente de uma dessas mansões.

  Os portões eram grades de ferro, e era logo seguido de um longo caminho, onde provavelmente se passavam muitas carruagens, por entre os jardins bem decorados do lugar. A mansão era enorme, composta de inúmeras janelas retangulares e um telhado meio quadrado. Ela era inteiramente branca, e uma enorme porta de madeira se encontrava bem na entrada.

  O portão de ferro se abriu sozinho e a carroça passou por ele.

  Os viajantes passaram pelos jardins admirando todas as flores e as árvores de diferentes tipos e formatos que compunham o local. Viram até uma fonte de água feita de pedra.

  Ao chegarem ao portão de madeira, um mordomo já estava a espera deles. Ele vestia um terno preto ecalças e sapatos igualmente pretos. Por debaixo do terno usava uma camisa social branca e uma gravata azul escura. Seu cabelo grisalho era caprichosamente penteado e seus olhos eram azuis acizentados. Aparentada ter uns cinquenta anos de idade para mais.

  -- O que desejam aqui senhores? - o mordomo perguntou de forma séria.

  -- Tratamentos médicos - o fazendeiro respondeu e apontou para Ron. - Ele foi picada por uma cobra.

  -- Entendo - o mordomo assentiu e abriu as portas da mansão de forma igualmente séria. - Peço de desçam, vou deixar o animal no estábulo.

  -- Não precisa - o homem dispensou. - Eu já vou indo mesmo.

  -- Espera - Yuki o chamou. - Você aceita pelo menos umas moedas de prata pelo favor que o senhor fez por nós?

  O garoto tirou da bolsa um saquinho de couro com algumas moedas de prata e tentou entregar para o fazendeiro, que recusou.

  -- Que nada - o fazendeiro novamente dispensou. - Não quero nada em troca não, prefiro que poupem dinheiro.

  Winry e Monika desceram da carroça primeiro, e depois Yuki desceu com Ron pendurado em suas costas.

  -- Consegue levar sozinho? - Monika perguntou.

  -- Eu acho que sim.

  -- Entrem, por favor - o mordomo fez uma reverência e os quatro entraram.

  Todos se impressionaram com o interior da mansão. Um enorme lustre de cristal se pendurava no teto por meio de uma corrente de outro. Várias velas eram posicionadas nas paredes igualmente brancas, referente ao lado exterior, uma enorme escada se encontrava no centro, feito de mármore branco e se dividia em dois enquanto subia para os outros andares. Os corrimões eram feitos de ouro puro.

  -- O escritório do senhor Makoto fica no terceiro andar, vou acompanhá-los.

  O mordomo tomou a liderança e começou a subir as escadas.

  -- Eu não vou precisar subir essas escadas carregando ele né? - Yuki perguntou.

  Monika e Winry assentiram com a cabeça e foram seguir o mordomo escadas acima.

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