Capítulo V

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                        A Vila Maré

  O quarteto havia passado o dia inteiro em meio da floresta tentando encontrar a vila no qual ficava beira-mar com a Baía das Sereias. Até que finalmente chegaram.

  -- Finalmente! - Monika se espreguiçou - Tava cansada de só ver árvores.

  -- Vamos tentar arranjar algum lugar pra dormir - Ron diz - Tem alguns bares com uns quartinhos em cima. Vamos ver o que a gente consegue arrumar.

  Os quatro entraram na vila e ela era uma graça. Um letreiro logo na entrada indicada o nome da vila: Vila Maré. As casinhas tinham seus telhados pontudos e todas tinham um tom de azul diferente um do outro. Feiras de peixes e frutos do mar, todas em barracas no centro da vila. Pessoas andavam alegremente, alguns pescadores iam e vinham com sacos e mais sacos de peixes.

  -- Uau! Tem peixe pra uma vida inteira! - Winry disse.

  -- Pra onde vamos agora? - Yuki pergunta.

  -- Vamos tentar coletar informações, se alguém já viu as sereias ou algo do tipo - Ron respondeu.

  -- Com licença moça - Monika já foi falar com uma senhora que carregava uma sacola com peixes - Por aqui tem algum lugar para passar a noite? Nós somos de fora.

  -- Bem, aqui não costumamos a receber gente de fora, então não tempos uma pousada ou algo do tipo, mas se vocês quiserem ficar na minha casa, meu marido não vai se importar.

  -- Tipo, pode ir nós quatro? - Monika apontou para os garotos e Winry.

  -- Claro! Quanto mais melhor! - a senhora deu um sorriso - A propósito, meu nome é Charlote, e o seu?

  -- Monika, prazer.

  Os quatro foram conduzidos para vila a dentro, em direção da casa da mulher.

  Ambos agradeciam a sorte que tiveram de achar uma alma bondosa que os deixassem ficar em sua casa.

  Charlote os conduziu para sua casa e os quatro jovens entraram.

  A casa era simples, era de um tom azul pastel e tinha muitos objetos de madeira, quadros nas paredes e não deixava de ser aconchegante.

  -- Querido! Cheguei! - Charlote anunciou - E temos visitas!

  -- Onde está seu marido senhora? - Winry perguntou com um sorriso.

  -- No quarto, ele tem andado muito doente por esses dias e eu não sei o que fazer. O tratamento é muito caro e não podemos pagar - a senhora disse com tristeza.

  Charlote era uma senhora de uns quarenta anos. Tinha longos cabelos ruivos presos em um coque, era rechonchuda, baixinha e tinha um sorriso bondoso no rosto. Sempre usava vestidos de tons coloridos e hoje estava com um amarelinho. Olhando assim ela parecia ser mais nova.

  -- Eu sinto muito por isso - Yuki realmente sentia. Sabia o que isso significava.

  -- Tudo bem, eu tenho trabalhado na feira para pelo menos dar uma condição boa para meu marido - seu sorriso voltou a aparecer.

  -- Você voltou Charlote - quem falava era um homem de uns quarenta anos encostado na parede. Seus cabelos eram castanhos e seus olhos eram da mesma cor. Sua expressão era cansada.

  -- Por que você está de pé? Vá se deitar de novo.

  -- Eu queria conhecer as visitas que você trouxe hoje.

  -- Winry! - a garotinha se apresentou.

  -- Eu sou Monika, prazer.

  -- E eu sou o Ron - o garoto apontou para Yuki - e esse é o Yuki.

  -- Eu sou Bob, prazer.

  -- Agora volte para o quarto, você precisa descansar! - Charlote insistiu.

  -- Está bem - o homem se movimentava com dificuldade.

  -- Eu vou ajudá-lo - Ron foi em direção ao velho doente.

  -- Bem, vocês chegaram bem na hora em que eu ia fazer a janta - Charlote muda de assunto.

  -- A senhora precisa de ajuda? - Monika pergunta.

  -- Uma ajudinha sempre é bom.

  -- Eu também quero ajudar! - Winry diz animada.

  -- Certo, certo. Vamos ver o que você pode fazer garotinha.

  -- Yuki, o que você vai ficar fazendo enquanto isso? - Monika pergunta - Você não pode sair pela vila pra buscar informações? Cuidado pra não se perder.

  -- Certo - o garoto apenas concorda.

  As mulheres se dirigem para a cozinha da casa e Yuki fica parado em pé na sala.

  -- Certo, procurar informações - ele diz para si mesmo.

  Yuki resolve que ficar parado não ia ajudar em nada então acabou saindo da casa.

  -- Aonde eu poderia ir? - ele diz para si mesmo.

  Yuki começou a andar pelas ruelas da vila sem saber o quê e com quem falar.

  Nunca foi muito bom em puxar assunto com as pessoas, principalmente por causa do ambiente em que foi criado.

  -- Será que essa vila tem uma biblioteca? - pergunta para si mesmo. - Talvez eu deva ver o mar, sempre tem pescadores.

  Yuki seguiu seu próprio conselho e foi andando em direção ao mar.

  O garoto podia ouvir o som das ondas ficar cada vez mais próximo e essa seria sua primeira vez que veria o mar.

  Yuki finalmente viu o mar. Podia ver as ondas quebrando na areia da praia, pode ver os barcos voltando com redes cheias de peixes depois de um dia de pescaria bem sucedido. Podia sentir o cheiro de peixe e da água salgada. Podia ouvir o barulho das ondas e ele achou isso tudo muito lindo, principalmente pelo pôr do sol.

  -- Admirando a vista? - era um pescador.

  -- Sim, é linda não? - Yuki responde.

  -- Com certeza, eu não trocaria isso por nada. Você não é daqui, né?

  -- Não.

  -- Primeira vez vendo o mar?

  Yuki concordou com a cabeça.

  -- Está a procura de algo? - o pescador perguntou. Era um homem gordo e tinha uma barba no qual escondia sua boca.

  -- Por que você pensa isso? - Yuki pergunta de volta.

  -- Dizem que quando as pessoas estão procurando por algo elas vem para o mar - o homem dá de ombros.

  -- O engraçado é que eu realmente estou procurando por algo - o garoto diz com um sorriso, ele aproveita o fio da conversa para perguntar - Você acredita em sereias?

  -- Sereias? Por que a pergunta?

  -- Bem, eu acredito em dragões.

  O homem deu uma risada.

  -- Parece que não somos tão diferentes assim. Se você acredita em dragões irá acreditar no que eu vou dizer. Eu já vi uma sereia.

  -- Como? - Yuki pergunta surpreso.

  -- Eu estava pescando e então eu vi algo no mar. Fui ver de perto o que era e vi uma linda mulher com uma calda de peixe.

  Yuki abriu um sorriso esperançoso.

  -- Em busca de aventuras amigo? - ele pergunta.

  Yuki dá de ombros.

  -- Eu acho que sim - responde.

Magia Mística [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora