A Vila Maré
O quarteto havia passado o dia inteiro em meio da floresta tentando encontrar a vila no qual ficava beira-mar com a Baía das Sereias. Até que finalmente chegaram.
-- Finalmente! - Monika se espreguiçou - Tava cansada de só ver árvores.
-- Vamos tentar arranjar algum lugar pra dormir - Ron diz - Tem alguns bares com uns quartinhos em cima. Vamos ver o que a gente consegue arrumar.
Os quatro entraram na vila e ela era uma graça. Um letreiro logo na entrada indicada o nome da vila: Vila Maré. As casinhas tinham seus telhados pontudos e todas tinham um tom de azul diferente um do outro. Feiras de peixes e frutos do mar, todas em barracas no centro da vila. Pessoas andavam alegremente, alguns pescadores iam e vinham com sacos e mais sacos de peixes.
-- Uau! Tem peixe pra uma vida inteira! - Winry disse.
-- Pra onde vamos agora? - Yuki pergunta.
-- Vamos tentar coletar informações, se alguém já viu as sereias ou algo do tipo - Ron respondeu.
-- Com licença moça - Monika já foi falar com uma senhora que carregava uma sacola com peixes - Por aqui tem algum lugar para passar a noite? Nós somos de fora.
-- Bem, aqui não costumamos a receber gente de fora, então não tempos uma pousada ou algo do tipo, mas se vocês quiserem ficar na minha casa, meu marido não vai se importar.
-- Tipo, pode ir nós quatro? - Monika apontou para os garotos e Winry.
-- Claro! Quanto mais melhor! - a senhora deu um sorriso - A propósito, meu nome é Charlote, e o seu?
-- Monika, prazer.
Os quatro foram conduzidos para vila a dentro, em direção da casa da mulher.
Ambos agradeciam a sorte que tiveram de achar uma alma bondosa que os deixassem ficar em sua casa.
Charlote os conduziu para sua casa e os quatro jovens entraram.
A casa era simples, era de um tom azul pastel e tinha muitos objetos de madeira, quadros nas paredes e não deixava de ser aconchegante.
-- Querido! Cheguei! - Charlote anunciou - E temos visitas!
-- Onde está seu marido senhora? - Winry perguntou com um sorriso.
-- No quarto, ele tem andado muito doente por esses dias e eu não sei o que fazer. O tratamento é muito caro e não podemos pagar - a senhora disse com tristeza.
Charlote era uma senhora de uns quarenta anos. Tinha longos cabelos ruivos presos em um coque, era rechonchuda, baixinha e tinha um sorriso bondoso no rosto. Sempre usava vestidos de tons coloridos e hoje estava com um amarelinho. Olhando assim ela parecia ser mais nova.
-- Eu sinto muito por isso - Yuki realmente sentia. Sabia o que isso significava.
-- Tudo bem, eu tenho trabalhado na feira para pelo menos dar uma condição boa para meu marido - seu sorriso voltou a aparecer.
-- Você voltou Charlote - quem falava era um homem de uns quarenta anos encostado na parede. Seus cabelos eram castanhos e seus olhos eram da mesma cor. Sua expressão era cansada.
-- Por que você está de pé? Vá se deitar de novo.
-- Eu queria conhecer as visitas que você trouxe hoje.
-- Winry! - a garotinha se apresentou.
-- Eu sou Monika, prazer.
-- E eu sou o Ron - o garoto apontou para Yuki - e esse é o Yuki.
-- Eu sou Bob, prazer.
-- Agora volte para o quarto, você precisa descansar! - Charlote insistiu.
-- Está bem - o homem se movimentava com dificuldade.
-- Eu vou ajudá-lo - Ron foi em direção ao velho doente.
-- Bem, vocês chegaram bem na hora em que eu ia fazer a janta - Charlote muda de assunto.
-- A senhora precisa de ajuda? - Monika pergunta.
-- Uma ajudinha sempre é bom.
-- Eu também quero ajudar! - Winry diz animada.
-- Certo, certo. Vamos ver o que você pode fazer garotinha.
-- Yuki, o que você vai ficar fazendo enquanto isso? - Monika pergunta - Você não pode sair pela vila pra buscar informações? Cuidado pra não se perder.
-- Certo - o garoto apenas concorda.
As mulheres se dirigem para a cozinha da casa e Yuki fica parado em pé na sala.
-- Certo, procurar informações - ele diz para si mesmo.
Yuki resolve que ficar parado não ia ajudar em nada então acabou saindo da casa.
-- Aonde eu poderia ir? - ele diz para si mesmo.
Yuki começou a andar pelas ruelas da vila sem saber o quê e com quem falar.
Nunca foi muito bom em puxar assunto com as pessoas, principalmente por causa do ambiente em que foi criado.
-- Será que essa vila tem uma biblioteca? - pergunta para si mesmo. - Talvez eu deva ver o mar, sempre tem pescadores.
Yuki seguiu seu próprio conselho e foi andando em direção ao mar.
O garoto podia ouvir o som das ondas ficar cada vez mais próximo e essa seria sua primeira vez que veria o mar.
Yuki finalmente viu o mar. Podia ver as ondas quebrando na areia da praia, pode ver os barcos voltando com redes cheias de peixes depois de um dia de pescaria bem sucedido. Podia sentir o cheiro de peixe e da água salgada. Podia ouvir o barulho das ondas e ele achou isso tudo muito lindo, principalmente pelo pôr do sol.
-- Admirando a vista? - era um pescador.
-- Sim, é linda não? - Yuki responde.
-- Com certeza, eu não trocaria isso por nada. Você não é daqui, né?
-- Não.
-- Primeira vez vendo o mar?
Yuki concordou com a cabeça.
-- Está a procura de algo? - o pescador perguntou. Era um homem gordo e tinha uma barba no qual escondia sua boca.
-- Por que você pensa isso? - Yuki pergunta de volta.
-- Dizem que quando as pessoas estão procurando por algo elas vem para o mar - o homem dá de ombros.
-- O engraçado é que eu realmente estou procurando por algo - o garoto diz com um sorriso, ele aproveita o fio da conversa para perguntar - Você acredita em sereias?
-- Sereias? Por que a pergunta?
-- Bem, eu acredito em dragões.
O homem deu uma risada.
-- Parece que não somos tão diferentes assim. Se você acredita em dragões irá acreditar no que eu vou dizer. Eu já vi uma sereia.
-- Como? - Yuki pergunta surpreso.
-- Eu estava pescando e então eu vi algo no mar. Fui ver de perto o que era e vi uma linda mulher com uma calda de peixe.
Yuki abriu um sorriso esperançoso.
-- Em busca de aventuras amigo? - ele pergunta.
Yuki dá de ombros.
-- Eu acho que sim - responde.
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Magia Mística [EM REVISÃO]
AdventureYuki perdeu a mãe muito cedo, e por esse motivo foi sempre muito apegado ao pai. Com seus 17 anos de idade, Yuki sofre constantemente em sua pequena vila, já que seu pai é considerado o "Louco da Vila" por acreditar em seres não humanos. O sumiç...