Capítulo XLII

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  -- Quanto tempo! - John disse. - Pensei que tivesse morrido, sumiu de repente!

  -- Realmente, faz muito tempo desde a última vez em que a gente se viu - Lloyd concordou.

  -- E quem são esses? - os olhos de John caíram nos garotos.

  -- Esse é Yuki, meu filho - ele fez um gesto com o braço. - E os outros são os amigos dele.

  -- Sou Ron.

  -- Monika - ela quase disse no mesmo tom de Winry, devia sentir falta disso.

  -- Caraca! Esse é mesmo o Yuki? - o homem disse surpreso. - Eu lembro quando você ainda era pequeno, um bebê!

  Yuki se sentiu envergonhado e Monika sufocou uma risada.

  -- Mas o que trazem vocês aqui? - ele enfim perguntou.

  -- Será que eles podem passar um tempo na biblioteca? Tem umas coisas que eles precisam pesquisar - Lloyd respondeu.

  -- Mas é claro! Adoraria ajudar - John disse com um sorriso. - Vamos, entrem. Enquanto vocês pesquisam na biblioteca, eu e o Lloyd podemos tomar chá e colocar o papo em dia.

  John os guiou para dentro do castelo. A porta no qual passaram tinha uma escada para baixo, no qual não seguiram e passaram reto.

  Era a porta para um cômodo do lado da cozinha, com uniformes e equipamentos para os funcionários.

  -- O que o senhor faz aqui? - Yuki perguntou.

  -- Eu sou o registrador - ele disse com orgulho. - Eu escrevo tudo que está acontecendo com o reino. Sua economia, sua produção, seus acordos com os outros reinos, esse tipo de coisa.

  -- E você pode entrar com convidados tão facilmente no castelo? - Monika perguntou.

  -- Bem, os funcionários de alto escalão como eu tem seus privilégios - John respondeu orgulhosamente.

  O homem de cabelos grisalhos abriu a porta para fora desse cômodo e revelou um dos corredores do castelo.

  Suas paredes eram de tijolos cor de creme assim como o exterior, e o chão era coberto por um tapete branco com arabescos pretos. As janelas retangulares tinham cortinas brancas e alguns vasos retangulares com flores brancas se encontravam espalhadas nas laterais dos corredores.

  -- Só eu que percebi que o rei gosta de coisas retangulares? - Monika perguntou.

  John deu uma risada:

  -- Eu acho que esse é o fetiche do rei do Reino Central.

  -- Fetiche? - Yuki disse para si mesmo em um tom baixo.

  Seguiram o registrador por um tempo e então, ele parou em frente a uma porta retangular e a abriu. Revelando a biblioteca.

  Ela era retangular e enorme. Suas paredes eram cobertas por estantes. Uma escada espiral em cada canto dava a possibilidade de acessar todas as estantes, elas eram divididas em "andares". No centro não tinha estantes de livros, tinha alguns sofás e cadeiras para leitura e uma mesa de chá também se encontrava lá.

  Após admirar o ambiente por um tempo, John disse:

  -- Vou deixar vocês aqui. A gente se encontra no jantar, na ala dos funcionários.

  Ele fechou a porta e deixou Yuki, Ron e Monika sozinhos na enorme biblioteca.

  -- Trabalho pra gente é o que não falta né? - Ron disse. - Se a gente não começar logo, não vamos sair daqui nunca.

  O grupo se separou e cada um foi para um dos cantos, apenas deixando um dos cantos da biblioteca sem ninguém. O que fez eles se lembrarem de Winry e tanto a saudade quanto a determinação de trazê-la de volta aumentou.

  Após horas e mais horas revirando a biblioteca, infelizmente não acharam nada. Até que Monika deu um grito vitorioso.

  -- ACHEI!

  A garota desceu as escadas e os garotos foram a encontrar no centro da biblioteca. Ele mostrou a capa de um livro velho, e o título era: A Arte dos Portais.

  -- Será que vai funcionar? - Yuki perguntou.

  -- Não é "será" - Monika disse. - É "vai ter que" funcionar.

  Nessa hora, uma criada abriu a porta da biblioteca.

  -- O jantar está pronto e o senhor John está chamando vocês - ela disse.

  -- Estamos indo - Ron respondeu.

  Monika pousou o livro com cuidado em um dos sofás e os três seguiram a criada biblioteca a fora.

  Andaram em silêncio pelos corredores do castelo e chegaram na ala dos funcionários.

  -- Vocês chegaram! - John os recebeu com um sorriso. - Vamos, sentem-se.

  Eles escolheram acentos um do lado do outro e se serviram com salada, purê de batata e coxas de frango.

  Comeram rapidamente enquanto os outros conversavam, davam risada e aqueles com o turno terminado tomavam cerveja.

  -- Eu me lembro de uma vez em que nós dois - John disse provavelmente bêbado. - Estávamos andando pelas fazendas da capital pra roubar goiaba e quase nos pegaram e a gente teve que se esconder no celeiro.

  -- Boas memórias essas - Lloyd concordou igualmente bêbado.

  Yuki começou a comer mais rápido e não ligava se iria ter dor de barriga depois, só não queria ter que ver seu pai bêbado. Ele sempre dava trabalho quando o assunto era álcool.

  Alguns funcionários ofereceram cerveja para os garotos e Ron aceitou, virando a caneca em só um gole.

  A medida que os funcionários bebiam mais, mais barulhentos eles ficavam.

  Quando acabaram de comer, saíram de fininho sem ninguém perceber que estavam indo embora e seguiram novamente em direção a biblioteca.

  Mesmo após fechar a porta, podiam ouvir a bagunça que aumentava cada vez mais na ala dos funcionários e juraram ouvir algo quebrando lá, mas não queriam saber o que era.

  Andaram pelos corredores, agora iluminados pelas luzes de velas além do sol que estava se pondo, e tentaram reproduzir o caminho em que a criada tinha feito com eles. Se perderam algumas vezes e felizmente conseguiram chegar a biblioteca depois de algum tempo que estiveram perdidos.

  Abriram a porta da biblioteca e ela estava escura. Ron fez com que sua palma da mão pegasse fogo, servindo como vela, apesar de não iluminar o local inteiro, era o suficiente para ler um livro e não tropeçar no que estava na sua frente.

  Foram até o sofá em que Monika havia deixado o livro que tinha encontrado em uma das prateleiras e o achou do mesmo jeito que tinha deixado.

  A garota pegou o livro nas mãos e se sentou no sofá.

  -- Certo, vamos virar a noite se for preciso - Monika disse e abriu o livro.

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