-- Quanto tempo! - John disse. - Pensei que tivesse morrido, sumiu de repente!
-- Realmente, faz muito tempo desde a última vez em que a gente se viu - Lloyd concordou.
-- E quem são esses? - os olhos de John caíram nos garotos.
-- Esse é Yuki, meu filho - ele fez um gesto com o braço. - E os outros são os amigos dele.
-- Sou Ron.
-- Monika - ela quase disse no mesmo tom de Winry, devia sentir falta disso.
-- Caraca! Esse é mesmo o Yuki? - o homem disse surpreso. - Eu lembro quando você ainda era pequeno, um bebê!
Yuki se sentiu envergonhado e Monika sufocou uma risada.
-- Mas o que trazem vocês aqui? - ele enfim perguntou.
-- Será que eles podem passar um tempo na biblioteca? Tem umas coisas que eles precisam pesquisar - Lloyd respondeu.
-- Mas é claro! Adoraria ajudar - John disse com um sorriso. - Vamos, entrem. Enquanto vocês pesquisam na biblioteca, eu e o Lloyd podemos tomar chá e colocar o papo em dia.
John os guiou para dentro do castelo. A porta no qual passaram tinha uma escada para baixo, no qual não seguiram e passaram reto.
Era a porta para um cômodo do lado da cozinha, com uniformes e equipamentos para os funcionários.
-- O que o senhor faz aqui? - Yuki perguntou.
-- Eu sou o registrador - ele disse com orgulho. - Eu escrevo tudo que está acontecendo com o reino. Sua economia, sua produção, seus acordos com os outros reinos, esse tipo de coisa.
-- E você pode entrar com convidados tão facilmente no castelo? - Monika perguntou.
-- Bem, os funcionários de alto escalão como eu tem seus privilégios - John respondeu orgulhosamente.
O homem de cabelos grisalhos abriu a porta para fora desse cômodo e revelou um dos corredores do castelo.
Suas paredes eram de tijolos cor de creme assim como o exterior, e o chão era coberto por um tapete branco com arabescos pretos. As janelas retangulares tinham cortinas brancas e alguns vasos retangulares com flores brancas se encontravam espalhadas nas laterais dos corredores.
-- Só eu que percebi que o rei gosta de coisas retangulares? - Monika perguntou.
John deu uma risada:
-- Eu acho que esse é o fetiche do rei do Reino Central.
-- Fetiche? - Yuki disse para si mesmo em um tom baixo.
Seguiram o registrador por um tempo e então, ele parou em frente a uma porta retangular e a abriu. Revelando a biblioteca.
Ela era retangular e enorme. Suas paredes eram cobertas por estantes. Uma escada espiral em cada canto dava a possibilidade de acessar todas as estantes, elas eram divididas em "andares". No centro não tinha estantes de livros, tinha alguns sofás e cadeiras para leitura e uma mesa de chá também se encontrava lá.
Após admirar o ambiente por um tempo, John disse:
-- Vou deixar vocês aqui. A gente se encontra no jantar, na ala dos funcionários.
Ele fechou a porta e deixou Yuki, Ron e Monika sozinhos na enorme biblioteca.
-- Trabalho pra gente é o que não falta né? - Ron disse. - Se a gente não começar logo, não vamos sair daqui nunca.
O grupo se separou e cada um foi para um dos cantos, apenas deixando um dos cantos da biblioteca sem ninguém. O que fez eles se lembrarem de Winry e tanto a saudade quanto a determinação de trazê-la de volta aumentou.
Após horas e mais horas revirando a biblioteca, infelizmente não acharam nada. Até que Monika deu um grito vitorioso.
-- ACHEI!
A garota desceu as escadas e os garotos foram a encontrar no centro da biblioteca. Ele mostrou a capa de um livro velho, e o título era: A Arte dos Portais.
-- Será que vai funcionar? - Yuki perguntou.
-- Não é "será" - Monika disse. - É "vai ter que" funcionar.
Nessa hora, uma criada abriu a porta da biblioteca.
-- O jantar está pronto e o senhor John está chamando vocês - ela disse.
-- Estamos indo - Ron respondeu.
Monika pousou o livro com cuidado em um dos sofás e os três seguiram a criada biblioteca a fora.
Andaram em silêncio pelos corredores do castelo e chegaram na ala dos funcionários.
-- Vocês chegaram! - John os recebeu com um sorriso. - Vamos, sentem-se.
Eles escolheram acentos um do lado do outro e se serviram com salada, purê de batata e coxas de frango.
Comeram rapidamente enquanto os outros conversavam, davam risada e aqueles com o turno terminado tomavam cerveja.
-- Eu me lembro de uma vez em que nós dois - John disse provavelmente bêbado. - Estávamos andando pelas fazendas da capital pra roubar goiaba e quase nos pegaram e a gente teve que se esconder no celeiro.
-- Boas memórias essas - Lloyd concordou igualmente bêbado.
Yuki começou a comer mais rápido e não ligava se iria ter dor de barriga depois, só não queria ter que ver seu pai bêbado. Ele sempre dava trabalho quando o assunto era álcool.
Alguns funcionários ofereceram cerveja para os garotos e Ron aceitou, virando a caneca em só um gole.
A medida que os funcionários bebiam mais, mais barulhentos eles ficavam.
Quando acabaram de comer, saíram de fininho sem ninguém perceber que estavam indo embora e seguiram novamente em direção a biblioteca.
Mesmo após fechar a porta, podiam ouvir a bagunça que aumentava cada vez mais na ala dos funcionários e juraram ouvir algo quebrando lá, mas não queriam saber o que era.
Andaram pelos corredores, agora iluminados pelas luzes de velas além do sol que estava se pondo, e tentaram reproduzir o caminho em que a criada tinha feito com eles. Se perderam algumas vezes e felizmente conseguiram chegar a biblioteca depois de algum tempo que estiveram perdidos.
Abriram a porta da biblioteca e ela estava escura. Ron fez com que sua palma da mão pegasse fogo, servindo como vela, apesar de não iluminar o local inteiro, era o suficiente para ler um livro e não tropeçar no que estava na sua frente.
Foram até o sofá em que Monika havia deixado o livro que tinha encontrado em uma das prateleiras e o achou do mesmo jeito que tinha deixado.
A garota pegou o livro nas mãos e se sentou no sofá.
-- Certo, vamos virar a noite se for preciso - Monika disse e abriu o livro.
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Magia Mística [EM REVISÃO]
AventureYuki perdeu a mãe muito cedo, e por esse motivo foi sempre muito apegado ao pai. Com seus 17 anos de idade, Yuki sofre constantemente em sua pequena vila, já que seu pai é considerado o "Louco da Vila" por acreditar em seres não humanos. O sumiç...