Magia Mística [EM REVISÃO]

Capítulo XXXII

  Um dos lobos deu uma bocada no braço de Yuki, que gritou de dor ao sentir os dentes afiados do mamífero carnívoro rasgarem sua pele e perfurarem sua carne.

  Sangue saía de seu braço machucado e com a mão boa, pegou a espada do cinto e decepou a cabeça do lobo, pintando o verde da floresta de vermelho.

  Com cuidado, ele retirou abriu a mandíbula do lobo e tirou cabeça do lobo de seu braço e percebeu que sua ferida estava aberta e muito feia.

  Olhos para trás e viu os outros lutando.

  Winry usou um jato de ar e voou por cima de um dos lobos, que tentou abocanhar a garotinha, mas sem sucesso. Então, Ron usou a Magia da Floresta e prendeu o lobo fortemente contra o chão com algumas trepadeiras. Já se foram dois lobos.

  Monika usou sua Magia de Destruição e deu um soco no chão. Os dois lobos que vinham ao seu encontro perderam o equilíbrio quando o chão logo abaixo de seus pés abriu em uma vala funda e eles caíram lá dentro. Já se foram quatro lobos.

  Yuki apertou com força o braço ferido e se encostou no tronco da árvore.

  Via seu sangue quente escorrer pelo seu braço e pingar no chão da floresta, também sentia sua mão boa se ensopar com esse líquido vermelho.

  Ele foi escorregando pelo tronco e caiu sentado no chão da floresta, apenas ouvindo o som da luta.

  Yuki lutava contra a dor, não sabia que uma simples mordida podia custar tanto.

  Monika desviou por pouco de uma patada de um dos lobos, que acabou arrancando alguns fios do seu cabelo. Aproveitando essa brecha, Ron prendeu o carnívoro com mais algumas trepadeiras. Já foram cinco lobos.

  O último lobo viu que se ficasse alí iria acabar derrotado assim como seus companheiros e acabou optando por recuar.

  Sendo assim, o último lobo fugiu e o grupo acabou com as seis lobos.

  A luta tinha acabado e Ron veio correndo ajudar o amigo. Usou sua magia de cura nele até que sua ferida cicatrizasse por completo.

   A garotinha correu até eles e caiu aos pés de Monika.

  -- Obrigada! Muito obrigada! - ela chorava. - Eu achei que ia morrer!

  Winry se abaixou e colocou uma de suas mãos no ombro da menina e ela levantou a cabeça, secando as lágrimas.

  -- Oi! Meu nome é Winry! E o seu?

  -- Eu sou Aima, prazer - ela se apresentou.

  Winry sorriu para Aima e ela retribuiu o sorriso, se levantando.

  -- Você está perdida? - Ron perguntou. - Não é sempre que se vê uma garotinha sozinha no meio da floresta.

  -- Bem, eu acho que estou...

  -- Você mora no Reino Norte? - Monika perguntou.

  -- Eu acho que não... - ela se colocou a pensar. - Eu moro com meu irmão mais velho...

  -- E onde vocês moram? - Monika perguntou tentando não perder a paciência.

  -- Eu não sei dizer. A gente sempre volta pra casa por meio de um portal.

  Yuki se concentrou para ler a alma da garotinha e ela não parecia ser humana. Bem, sua alma tinha uma parte humana mas a outra parte ele não sabia dizer ao certo o que era.

  -- Ron - Yuki chamou baixinho ainda sentado no chão.

  -- Sim? - o ruivo respondeu.

  -- Ela é o quê? Digo, ela não é humana completamente né?

  Ron demorou um pouco para responder e encarou Aima por um tempo.

  -- Não... Ela parece ser híbrida ou coisa do tipo - o moreno respondeu.

  -- Mas você disse que tem os híbridos e logo depois vem os monstro, lembra? Mas ela não tem nada parecido com um monstro. Sua aura é bem diferente.

  -- Sim, mas eu não digo esse tipo de híbrido.

  -- Existe outros tipos de híbridos? - Yuki perguntou com curiosidade.

  -- Híbridos são misturas de duas raças entende? - Ron explica. - Ela é metade humana e a outra metade... Eu não sei.

  -- Tem algum palpite? - o garoto arriscou perguntar.

  -- Não. É muito difícil saber do que é, todos os híbridos são complicados assim. Apenas a parte humana é mais visível - Ron passou os dedos pelos cabelos vermelho-vivos.

  De repente um clarão branco apareceu onde estavam. Ele chegou a todos, que tiveram que colocar a mão ou o braço na frente dos olhos para se protegerem da luz.

  O clarão foi se dissipando e uma figura "humana" apareceu na floresta.

  Se assemelhavam muito a um humano, a não ser pelo enorme par de asas que carregava nas costas.

  Era um homem de cabelos longos e de cor roxo pastel e olhos cinzas.

  Yuki se assustou com a aura poderosa que esse ser causava e podia sentir sua presença imponente. Ele leu sua alma e era algo que nunca tinha visto. Superior a alma de Ron, mas emanava uma aura até que acolhedora, enquanto a de Ron emanava poder.

  -- O que ele é? - Yuki perguntou baixinho.

  -- Um anjo - Ron respondeu.

  O anjo correu em direção a Aima e a envolveu em um abraço apertado.

  -- Você tá bem Aima! Amém! Que bom! - ele dizia.

  -- Está tudo bem, mano! Eles me salvaram - Aima respondeu.

  O anjo pegou Aima no colo e a levantou.

  -- Quero agradecer por isso - ele disse gentilmente. - Vocês salvaram minha irmãzinha e não tenho palavras para expressar minha gratidão. Farei qualquer coisa por vocês.

  -- Certo - Monika disse. - Não precisa ser tão formal assim. Mas você nem se apresentou.

  -- Ah, sim! - ele exclamou. - Sou Nathaniel, um Guardião de Almas!

  -- Guardião de Almas? - Yuki pensou alto. - O que é isso exatamente?

  -- São protetores dos seres vivos que moram no mundo dos mortais, ou seja, aqui - Nathaniel explicou. - Eles protegem todos da morte, mas quando chega a hora deles partirem, os Guardiões de Almas os entregam nos braços da Morte!

  -- Então a Aima é uma híbrida de anjo... - Yuki novamente pensou alto, mas dessa vez ninguém o escutou.

  -- Certo! - o Guardião de Almas disse determinado. - Eu disse que faria qualquer coisa por vocês! E então? O que desejam?

  -- Eu quero que você abra um portal para o Reino dos Demônios - Yuki disse com a mesma determinação. - Você consegue, não é?

  Todos encaram Yuki ao mesmo tempo. Estaria ele falando sério?

  -- Você tem certeza Yuki? - Ron perguntou. - Não prefere treinar mais? Ficar mais preparado?

  -- Não. Eu quero ir para o Reino dos Demônios para salvar meu pai agora. Eu sei que vamos conseguir.

  -- Se é isso o que deseja... - o anjo disse.