Envaidecer

Capítulo 25

Narração de Luan

—Então, Luan, agora que a Melissa não está aqui podemos conversar melhor e livremente sobre alguns assuntos — diz seriamente e me fitando com os olhos.
—Sim, Watson. Estava mais do que na hora de termos essa conversa — tento suar ser sutil em meu tom.
—Esse seu romance com a minha filha tem haver com meus planos de  vingança contra a família?  — ele me surpreende com a sua fala e eu fico um pouco sem reação.
—Não sei do que você está falando, Watson.
—Luan, você não precisa esconder absolutamente nada de mim e nem agir como se eu estivesse falando alguma bobagem. Eu gosto muito de você, te acho um menino incrível, mas eu sei que aquela história toda mexeu com você assim como mexeu com a minha família. Eu só preciso me certificar se esse romance com a minha filha faz parte ou não do seu plano.
—Obviamente que não, Watson. Não posso esconder que ainda penso muito  em me vingar, mas essa não tem sido minha prioridade nos últimos tempos, principalmente depois de conhecer a Melissa. Nem antes de conhecê-la cogitei inseri-la em alguma das minhas hipóteses, pois já tem gente demais suficiente envolvida nisso.
—E como conhecer ela mexeu com seu interior? —pergunta ainda sério.
—Bom, eu não contava com a ideia de conhecer a Melissa pessoalmente, mas os  rumores que ela estudaria conosco estavam instalados meses antes do retorno de vocês. É claro que eu estranhei você matricular ela novamente por lá sabendo que eu seria seu colega de turma, até cogitei que você pudesse desistir ou me tirar de lá, por acreditar que eu poderia ser alguma ameaça, até porque você sempre me manteve longe dos olhares dela — dou uma pausa a fim de recuperar o fôlego — Mas como isso não aconteceu, eu me senti a vontade de ir na sua festa de recepção, não vi nenhum risco em comparecer e obviamente eu estava curioso para conhecê-la pessoalmente, porém, desde que eu a vi, eu senti uma atração muito forte por ela. Eu juro que eu tentei lutar contra esse sentimento que mora dentro  de mim, mas eu não fui forte o  suficiente e acabei  pensando em pedi-la em namoro.
—Eu posso realmente acreditar na veracidade das suas informações e dos seus sentimentos? —ele me questiona realmente preocupado.
—Eu amo a sua filha de verdade.
—Então eu acredito em você. Você sabe que eu desde o início eu apostei em você por gostar da sua pureza, da sua educação e do seu talento, consequentemente aquele pesadelo todo não teve muita influência em eu te ajudar. Confesso que pensei em você ser uma ameaça a ela, mas mudei de ideia. Eu aceito esse namoro e eu apoio também, porém eu preciso da sua palavra e da sua garantia que não irá envolvê-la nessa confusão e nem a ferir com suas supostas vinganças, porque infelizmente, se você mexer com ela, eu terei que reagir da pior maneira possível.
—Eu sei da gravidade das coisas e sei que ela me odiaria se escondesse alguma coisa dela, mas para mim também não é tão fácil, então  estarei dando o meu melhor.
—Até quando você levará esse desejo de vingança adiante?
—Eu ainda não sei. Eu não queria ter isso dentro de mim, mas eu não suporto em lembrar tudo o que o seu pai e o seu sogro fizeram com a minha família para livrar a sua barra.
—Eu sei, por isso sempre tentei me redimir com tudo, eu me sinto muito culpado até hoje pela morte da minha esposa.
—Mas a sua redimensão não tem como apagar tudo o que fizeram. Aliás, tenho certeza que a Melissa tinha que saber o que aconteceu verdadeiramente na noite daquele acidente  e o porque de vocês correram a Inglaterra.
—Eu sei, mas não é fácil para mim e eu sei que não será para ela. A minha filha ainda é muito vulnerável com tudo, principalmente por se parecer tanto com a Mia. Se você ter a oportunidade de conhecê-la bem, saberá que essa descoberta será muito  forte e ela irá desmoronar. Por isso, eu penso eu poupá-la um pouco da verdade, pois eu sou a única pessoa que ela ainda tem e se essa verdade vem a tona, ela se sentirá sozinha.
—Mas ela terá a mim até tudo entrar  nos eixos. Eu sofri muito e estou aqui, ela também se recuperará.
—Você acha que sairia ileso disso? É claro que não. Além disso, cada um reage de uma forma e eu a conheço o suficiente para saber que isso a levaria para um abismo profundo.
—Então vocês planejam nunca contá—la a verdade? —pergunto curioso.
—Nunca é muito forte, mas esse jamais será o momento ideal.
—Nisso eu  tenho que concordar.
—É por isso que eu apoio o namoro de vocês, ela estava sofrendo muito nas últimas semanas e a sua presença parece ser ótima para ela, você é um dos raros apoios que ela tem encontrado durante essa jornada. Por isso, eu te imploro para não feri-la ainda mais.
—Watson, isso é o que eu menos quero. Pelo contrário, eu quero deixá-la feliz e resiliente.
—Estamos juntos nessa?
—Pode acreditar que sim.
—Fico muito aliviado.
—Quero realmente que fique, eu amo muito sua filha—digo convicto e vejo um sorriso escapar de seus lábios.
Levamos a conversa por outros rumos, pois havíamos muitas pendências do meu DVD a serem resolvidas e ao final da nossa conversa, precisei ir embora pela porta dos fundos devido a aglomeração de  fãs que havia se formado na porta do restaurante, logo quando eu havia dispensado meu segurança. Fui obrigado a pegar carona com meu sogro e investidor até em  casa e pensar em uma estratégia de recuperar o meu carro ainda hoje, porém ele disse que cuidaria disso por mim para a minha salvação. Obviamente isso era uma prova que as coisas estavam tranquilas para o meu lado, pois não posso negar que senti muito medo com o rumo da nossa conversa de cedo e eu realmente não sabia que o Watson tinha noção de existir um plano de vingança contra aquela família. Mas eu não menti em nenhum momento quando disse que não tenho focado tanto nisso e muito menos quando eu declarei que a Mel não é parte dos meus planos, pois eu realmente a amo.
Aliás, por amá-la e ter conquistado  a sua confiança, todos os meus planos anteriores vem se tornando uma ideia fracassada, porque eu jamais quero magoar a minha menina, por mais que a nossa história passada, que a mesma ainda não conhece, tem muitos motivos para isso, mas eu vou lutar para provar que sou tão vítima quanto ela e que o amor que ela me provou existir vai muito além de tudo que possa ser motivos para nos destruir. Como poderia ser diferente, se até eu mesmo fui pego de surpresa? Mas é como minha mãe sempre me dizia: “A gente não escolhe por quem vai se apaixonar” e falando nela, quanta saudades diariamente eu sinto dela.

Aviso importante:

Bom dia, amores!
Acho que esse capítulo revelou que temos muitas coisas a serem descobertas nos próximos.
Deixe sua estrelinha, comentário sobre o que está achando e se possível recomende nossa fic. É a forma que eu posso acompanhar a interação de vocês!
PS: Vocês leriam um romance escrito por mim que não é fanfic e sem nada de Luan? Se sim, comentem aqui por gentileza? Acho que tá na hora de eu postar, mas preciso da opinião de vocês