Envaidecer

Capítulo 45

Emanuel

Eu estava me divertindo um pouco com o meu círculo de amigos, mas com a cabeça na Melissa, com medo dela aprontar alguma coisa, haja vista que ela está muito abalada com tudo que aconteceu, então eu a mantive no meu ponto de vista a maior parte do tempo e em um instante de distração com o comentário de Diana, uma menina que estuda comigo e investe ferozmente em mim, eu a perdi completamente de vista e fiquei tenso instantaneamente.

—Calma, Emanuel. A menina é bem grandinha, sabe se virar sozinha e nunca te vi assim. Você está a fim dela? —meu melhor amigo soltou essa sem nenhuma discrição ao observar o meu semblante.

—Não viaja, eu só estou preocupado, porque ela é menor de idade e está passando por muitos problemas, ou seja, me sinto responsável por ela, apenas isso. —falei bastante sério e com a mente fantasiando diversas hipóteses negativas, principalmente de descobrirem quem ela é e tornar um caos ainda maior com a repercussão.

—É isso que ela quer? Que você fique no pé dela? —questionou-me sabendo da minha resposta.

—Não é isso que ela quer, mas também não é isso que estou fazendo. —afirmei um pouco exaltado.

—Relaxa, bebe um pouco. —Diana sugeriu.

—Não bebo quando venho dirigindo, mas vou tentar relaxar um pouco de outra forma. —falei normalmente, mas ela entendeu tudo errado, achando que eu tinha sugerido que isso era ficar com ela esta noite, então eu me desviei de um possível beijo dela.

—O que foi? Você não era chato assim! —perguntou completamente ignorante em consequência da minha recusa.

—Não me leve a mal, mas eu em nenhum momento sugeri que nós iríamos ficar hoje, não quero e nem estou com cabeça, então não insiste. —Não foi a primeira vez que tive que cortar esse tipo de atitude dela e tenho certeza que não é a última, nós só ficamos uma vez e já faz muito tempo, desde então eu nunca alimentei absolutamente nada com ela, assim como com nenhuma menina, porém ela não desiste de outra oportunidade. —Vou dar uma volta, assim não incomodo vocês. —falei quebrando o silêncio e sai realmente para espairecer.

O lugar estava cheio como o habitual, então não consegui encontrar nenhum vestígio da Mel enquanto caminhava para o banheiro. Após enfrentar uma fila básica e ter feito minhas necessidades, lavei o rosto com o intuito de me recompor um pouco, pois eu realmente estava tenso e protegê-la parecia um instinto desde que nos esbarramos pela primeira vez, então sai do banheiro determinado encontrá-la e a vi de longe com as mesmas pessoas de antes, mas dançando completamente mais solta, porém não intervi, não queria ser chato, e nem havia necessidade. Então, permaneci ali mantendo o meu olhar vigilante, mas não dando na cara que eu estava fazendo isso. Eles se revezavam indo para o bar e levando mais bebidas para o círculo de pessoas que estavam juntas, e notei que Melissa além de aceitar tudo, estava misturando muito, porém mais uma vez me contive.

—O que um cara tão gato faz sozinho por aqui? —uma menina aparentando ter uns 20 anos, alta, morena e linda me abordou repentinamente.

—Digamos que eu não estou aqui sozinho, precisei espairecer um pouco, pois já estava sendo chamado de chato. —desabafei prestando atenção melhor nela que me ouvia atentamente.

—Nossa, que barra, mas depois vocês vão se acertar, ela vai ver que falou da boca para fora. —nitidamente ela entendeu que eu estava me referindo a alguma ficante, namorada e retirou até o sorriso da boca.

—Não chega ser uma barra, são só os meus amigos de sempre, depois eles ficam de boa. —ela recuperou o sorriso e chegou a se aproximar um pouco mais.