Envaidecer

Capítulo 12

Théo Narrando

   Desde o dia em que a minha Melissa voltou, eu tento fazer de tudo para que ela me note e para que ela enxergue em mim o homem que ela precisa ter ao seu lado em todos os momentos. Eu sempre a amei, mas foi só quando ela partiu que eu pude confirmar o poder que ela exercia sobre meu simples coração e foi aí que me declarei a ela com a expectativa de ser ao menos correspondido, ademais, se dependesse de mim a distância entre Brasil e Inglaterra seria completamente quebrada. Entretanto, fui surpreendido com o seu não e foi como o meu mundo tivesse desabado, todos os meus sentimentos esmagados  e um choque de realidade infelizmente tomava conta de mim. Eu sofri muito, fui para terapeuta e ela disse que eu precisava  de um  acompanhamento mais aprofundado, porém, o meu pai me convenceu que  tudo isso era história dela para conseguir dinheiro e que  homem não precisava dessas  frescuras, e eu acabei concordando. Então, eu fui tentando seguir em frente com todo esse aperto dentro de mim e parecia funcionar algumas vezes, portanto, por volta de um ano e meio a dois após minha declaração de amor não correspondida, eu encontrei algo que me preenchia e me fazia esquecer dela por longos momentos dependendo da quantidade de droga que eu consumisse. Porém, depois de um tempo o efeito já não me satisfazia, mas era  tarde demais, eu já estava completamente viciado e sem condições nenhuma de pedir ajuda a alguém, pois o meu orgulho me maltratava demais.
Meus pais sempre foram muito ausentes e mesmo em meus piores dias, eles não me enxergavam direito, nem faziam nada para impedir que eu me arruinasse de vez, até que a diretora ligou para eles uma vez e ouvi do meu quarto, o meu pai falar para minha mãe: “Não vamos fazer nada, daqui a pouco isso passa! Coisas desses adolescentes de hoje em dia!” e ela infelizmente concordou. Então, segui minha rotina e o meu vício normalmente durante esses anos, até que um dia a Natasha informou  que faria uma festa para a chegada da Melissa de volta ao Brasil e eu enxerguei ali a oportunidade perfeita de me reaproximar e conquistá-la, porém ao  fim da festa percebi que o meu espaço seria disputado com um Zé ninguém metido a famoso, bolsista e um nojo de pessoa para mim, o famoso certinho e perfeito. Mas dentro de mim isso tudo era questão de tempo,  pois assim que ela soubesse sobre a sua condição financeira, deixaria brechas para eu a conquistar no lugar dele....até que eu percebi que ela não se importava, que o seu coração estava dando lugar a aquele ser abominável ao invés de a mim que era a criatura mais perfeita para estar ao seu lado e que a amava a tanto tempo.
    Eu já a insultei, mas não para magoá-la, mas para que ela enxergasse aquela realidade e entendesse que ele não era um homem suficiente para ela, mas ter presenciado os dois se beijando ferveu todo o meu sangue e minha ira se instalou de forma feroz e eu infelizmente precisei machucar a minha menininha para poder defendê-la do Luan. Eu me arrependi muito, principalmente vendo sua publicação, por ela não acreditar em meu amor e muito menos me enxergar como o seu  protetor, mesmo sabendo que errei ao ferir sua linda e macia pele.
—Théo, preciso falar com você imediatamente! No meu escritório AGORA —diz meu pai como nunca houvera falado comigo antes.
     Chego então ao seu escritório que ficava perto da nossa imensa sala de estar e sento em uma cadeira preta, ficando de frente para ele e minha mãe que já nos aguardava por lá.
—Você estar precisando de ajuda  para lidar com seus problemas? Você sabe que pode contar comigo e com sua mãe.
     Eu fiquei muito alucinado ou meus pais realmente estavam me notando de uma maneira diferente, como jamais me olharam antes e eu não sabia lidar com isso e muito menos pedir ajuda.
—Eu estou bem, não se preocupe. Era só isso?
—Meu filho, como você estar bem depois de ter agredido a Melissa Watson? Até eu sei que você a ama —Minha mãe soltou em um tom de preocupação e eu não sabia o que dizer.
—Recebi a ligação da Cristina querendo uma reunião conosco imediatamente e posteriormente uma ligação do Richard que me explicou melhor as coisas—meu pai disse me encarando.
—Eu posso explicar.
—Sua covardia não tem explicação, Théo! Sei que talvez não te demos uma educação perfeita, nem adequada, mas covardia não é algo que podemos aceitar. Não mesmo! Não é só por manchar o nome da nossa família, é por ter criado um agressor debaixo de nosso teto.
Sinto repúdio a mim na fala de meu pai e um desespero facial de minha mãe.
—Eu não tenho nada a dizer —falo indo em direção a porta.
—Não saía agora, Théo! Você precisa de ajuda! Essas drogas acabaram com o seu juízo e precisamos urgentemente tomar uma decisão que já havíamos  que ter tomado antes. Estávamos conversando anteriormente a te chamar e chegamos na conclusão que você entrará em tratamento para o seu vício imediatamente, e se for necessário você irá para uma clínica de reabilitação, pois eu não quero mais ter pena do ser que você está se tornando—minha mãe suplica.
     Eu congelo ao ouvir que os meus pais estavam com pena de mim e do  que eu estou me tornando. Pena não é um sentimento que um homem de verdade deseja, muito menos se ele é o  filho primogênito que  herdará  o  império de seu pai,  o qual precisa ter confiança em seu potencial e orgulho de suas atitudes. Logo, saí daquele escritório com sangue nos olhos e uma infinitude de flashs da última fala de minha mãe. Eu precisava arrumar alguma forma de me vingar o mais rápido possível de Luan e Melissa por estar causando isso em minha vida, e não medirei esforços para tal, mesmo que seja necessário eu mesmo derramar sangue.

Aviso:

Boa tarde, minhas leitoras lindas!

Obrigada pela leitura e espero que estejam gostando.
Preciso demais que vocês votem e comentem o que estão achando, porque estou começando a me sentir um pouco desmotivada ultimamente!
Aguardo retorno e principalmente vocês nos próximos capítulos!!
Beijos 😍😘