Obs: Rostinho do Emanuel depois do meu comentário no final do capítulo!
-A gente pode conversar sobre isso lá no meu apartamento, porque aqui alguém pode acabar escutando. Nós podemos ver o que está passando pela sua cabeça e traçarmos oportunidades para você. Eu quero realmente te ajudar. -ele fala muito sério e olhando firmemente nos meus olhos.
-Desculpe por ter te tratado meio que mal, eu acho que você só teve realmente boas intenções. -falo deixando o meu orgulho um pouco de lado.
-Eu te entendo, confiança se constrói com o tempo e eu não te abordei da melhor maneira. Amigos? -pergunta sorrindo tentando me convencer e dar uma piscadinha no final.
-Estou analisando essa possibilidade, isso vai depender de você. -ele solta uma risada e eu acabo rindo também.
-Eu já sabia que não seria fácil me aproximar de você. Vamos? -ele sugere e eu o acompanho até o seu apartamento.
Durante todo o caminho até lá, eu evitei ser o menos vista o possível me escondendo atrás da altura do Emanuel, eu não quero que nenhum tipo de fofoca chegue no ouvido do meu pai e ele vá me buscar a força. O idiota do meu lado ria muito dessa minha atitude, mas não trocamos nenhuma palavra durante todo o trajeto. Ao chegarmos ao apartamento, que tinha o mesmo tamanho do meu, ele apontou um lugar da sala para eu deixar as minhas malas e eu pude perceber que tudo estava perfeitamente organizado, aliás, eu curti muito a decoração da sala, pois misturava um estilo clássico e moderno, coisa que eu nunca imaginei ver e gostar tanto.
-Bela decoração. -falei quebrando o nosso silêncio e o meu constrangimento.
-Eu concordo, minha mãe tem um ótimo bom gosto, aliás, eu tenho certeza que ela gostaria de te conhecer. -comentou aleatoriamente.
-Perdoe a intromissão, mas eu posso saber o motivo?
-Ela já passou por uma parada um pouco parecida com a sua na faculdade, óbvio que não foi assim, porque naquela época não tinha internet e o cara não era artista, mas ela entende um pouco sobre isso. -eu realmente fiquei surpresa com essa revelação dele, cheguei até sentar no sofá.
-É por isso que você estar querendo me ajudar? -questiono-o séria.
-Também tem haver com isso, ela sempre conversou comigo sobre essas paradas de como tratar bem uma mulher, de nunca expor minha intimidade com ninguém, nem mesmo com os meus amigos e também pedia para eu ter cuidado para não ser vítima dessas coisas. Eu sei o quanto ela carrega traumas por não ter tido muito apoio na época, o meu avô e avó a chamaram de piranha e essas coisas, isso foi péssimo, ela não tinha com quem contar, eu imaginei que você poderia estar passando pelo mesmo e estava sozinha nisso tudo, então eu achei que podia te apoiar. -ele me demonstrou sinceridade e empatia, eu comecei a enxergá-lo como uma pessoa disposta a realmente me ajudar.
-E mesmo sua mãe te educando tão bem, você é um galinha. -falei brincando e ele riu.
-Eu até sou, mas não falto com o respeito a ninguém. Eu nunca uso uma menina, deixo claro as minhas intenções e ela decide o que quer. Óbvio que muita gente acaba se envolvendo e me culpando, mas eu tenho minha consciência limpa de não iludir. Eu ainda erro muito, mas busco errar pouco nisso. -acho engraçado que ele tem a mania de coçar a cabeça toda vez que vai falar de assuntos sérios.
-Bacana. Mas vamos ao que me interessa agora, o que eu posso fazer? Eu estou muito perdida. -desabafo muito preocupada e tensa.
-O que te levou a sair de casa? O seu pai foi idiota igual o meu avô? -ele pergunta exaltado.
-Calma, não foi isso. Na verdade o meu pai não falou nada disso, ele tem a mente aberta para determinadas coisas, mas ele levou o Luan lá para casa e disse que ele é inocente, porque acredita nele. -vejo que o Emanuel fica surpreso. -Eu então decidi que não ficaria lá, não só por não acreditar que ele realmente seja inocente, mas por não querer conversar com ele depois disso, sabe? Eu não estou preparada, eu preciso diluir as coisas e entender outras. Além disso, o meu pai está escondendo algo de mim, é alguma parada muito séria, e isso mexe com a minha confiança. -eu realmente não me importei em me abrir com ele, sei lá, me senti segura em falar sobre essas coisas.

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Envaidecer
FanfictionMelissa Watson tem apenas 17 anos, mas já viveu quase tudo o que uma pessoa poderia viver em um curto intervalo de tempo. Órfã de mãe desde os seus 14 anos, foi obrigada a recomeçar a sua vida juntamente com seu pai e sua irmã mais nova na Inglaterr...