Capítulo 42

34 6 1
                                    

—Eu vou tomar um banho e pegar as coisas da minha mãe para você usar, aliás, fique a vontade para se arrumar no quarto de hóspedes e levar as coisas para lá, até porque por enquanto a casa temporariamente também é sua. —ele diz pegando minhas malas e levando até o quarto que era no segundo andar, e logicamente eu o acompanhei.

—Muito obrigada, eu nem sei como te agradecer, sério mesmo! —falo completamente sem graça, mas convicta que ele está sendo uma excelente pessoa comigo e realmente sou capaz de retribuir.

—Eu já vou ficar grato se a senhorita não me tratar mal de novo. —ele responde todo desinibido me deixando sozinha no quarto, foi aí que a minha ficha realmente caiu sobre o que eu estava fazendo, eu sou muito louca de ter saído de casa e tá morando de favor na casa dos outros de favor, sem dúvidas, um dos dias mais bizarros da minha vida.

Parei de pensar um pouco nessa história bizarra que me meti, porque quando eu penso muito começo a ficar paranoica, arrependida e completamente diferente do que normalmente eu sou. Abro minha mala e começo a pensar no look que eu usaria essa noite, eu queria ousar, mas não tinha tantas opções de roupas por ali, então peguei um vestido que nunca usei e um colar que comprei em Milão anos atrás, não era nada exagerado, mas me deixaria bonita e eu preciso reconstruir a minha autoestima. Óbvio que não seria diferente, eu me senti usada, descartada, feia, um lixo em pessoa e isso derrubou minha estima, mas esse não é o perfil da Melissa Watson, eu nesses últimos meses mudei tanto que deixei ela adormecer dentro de mim, deixei aquela sensação boa de amor tomar conta da minha vida e quando acordei descobri que eu não estava sendo eu mesma, e preciso reagir imediatamente.

Levantei-me do chão animada, troquei de roupa e comecei a escurecer um pouco mais a maquiagem que tinha feito na minha casa, olhei-me no espelho e gostei do resultado, então resolvi incrementar com saltos altos e a combinação ficou perfeita. Eu nem tinha percebido, mas o Emanuel tinha entrado no quarto e estava me encarando sem camisa.

—Tira o olho. —falo brincando e ele acorda do transe.

—Você está muito gata com todo respeito, será que posso te fazer um pedido? —pergunta me deixando completamente sem graça, ele tem feito muito isso comigo.

—Fala logo. —digo tentando não dar muita importância.

—Eu curto muito fotografia e tenho um mini estúdio no meu quarto, será que eu poderia tirar uma foto sua? Eu acho que ficaria top e você não teria só recordações ruins desse dia, você escondeu perfeitamente seu olho inchado e a sua olheira, isso tudo não pode ter sido à toa e só para uma saída. Por favor, deixa. —ele parecia uma criança pequena tentando me convencer, mas eu por si só já tinha gostado da ideia, curto modelar desde criança.

—Só com uma condição. —respondo me virando de costas indo pegar o colar.

—Diga. —ele fita os meus olhos quando volto meu rosto novamente para ele.

—Eu não quero só uma foto. —ele solta sua risada gostosa e deixa a peruca loira em cima da cama, que agora seria minha.

—Vamos então? Precisamos ser breves, se não vamos perder a sua balada. —ele diz animado.

—A balada é sua, eu só vou de intrusa, mas vamos logo sim, to ansiosa para ver o resultado das fotos e vê se você tem competência. —digo saindo do quarto junto com ele.

—Faço por hobby, meu pai me mataria se eu vivesse disso, ele me quer na empresa a todo custo, mas do para o gasto, fiz uns cursos aí. —ele comenta já em seu quarto que real tinha uma parte só de estúdio, muito maneira por sinal e veste uma camisa sem eu pedir, achei bem bacana da parte dele.

—O meu que esqueça que eu existo para assumir a empresa. —comento.

—A princesinha não quer se tornar a rainha dos diamantes? —ele questiona algo que muitas pessoais já perguntaram e sempre se surpreendem.

—Eu não queria ser a rainha dos diamantes nem que me pagassem muito, aliás, eu nem tenho tantas pedras, não fui contagiada pelo sangue Watson nesse quesito. Eu curto muito jornalismo, publicidade, amo tirar fotos, ser fotografada, escrever, sabe? Só que com esse escândalo todo, eu não sei se terei um futuro nessa área, sempre vão misturar as coisas, não vão me dar credibilidade.

—Eu duvido, você se for competente vai conseguir driblar tudo isso como muitas pessoas fizeram e ainda servirá de inspiração para outras meninas e mulheres. —ele falou de uma forma tão confiante que senti um pouquinho de esperança.

Não continuamos mais o assunto, pois ele ligou a câmera e algumas luzes, e eu me posicionei por ali mesmo fazendo algumas poses e sinceramente, eu me senti leve, feliz e útil sendo fotografada, uma luz se reacendeu dentro de mim, e eu prometi para mim mesma que não deixaria ela apagar e no fim das contas, deixamos a balada para outro dia, porque perdemos a hora e viramos a madrugada tirando centenas de fotos, as quais infelizmente não posso postar tão cedo. 

Boa tarde, amores! Como vocês estão? Estão respeitando a quarentena? Espero que sim, andei ausente por estar produzindo materiais educativos sobre o COVID-19. 

O que estão achando da fic?

Não esqueçam de deixar o voto e os comentários!! Já estão lendo Attachment? Aguardo vocês por lá. 

Envaidecer Onde histórias criam vida. Descubra agora