—Eu sabia. —foi a única coisa que eu consegui dizer e foi o suficiente do meu pai se aproximar para me abraçar, mas eu recusei. —Desculpe, mas tem como darmos esse abraço depois de eu saber o que você fez para eu merecer isso?
—Perdão, filha, foi um impulso da minha parte, óbvio que você quer saber o que eu posso ter feito para o Luan se vingar de mim e da nossa família. Mas o que eu tenho que falar com você agora não é sobre isso, é sobre o que eu conversei com ele hoje. Eu também pensei que fosse ele, mas com uma conversa aberta e com a mente fria, eu percebi que ele não teve absolutamente nada haver com isso. Eu tenho tanta certeza que o deixei no quarto da Manu para vocês conversarem e para ele também se proteger dos holofotes. —eu não acredito que eu estou ouvindo isso da boca do meu pai, é um absurdo tão grande.
—Pai, você realmente está brincando com a minha cara, né? Pelo amor de Deus, que história é essa? —falo completamente emburrecida com tamanha audacidade.
—O Luan é tão inocente quanto você. —ele fala convicto.
—E por qual motivo você acha isso? —questiono-o ainda incrédula com o que estou escutando.
—A gente conversou abertamente e eu confio na palavra dele. —ele responde como se fosse a coisa mais fácil de acreditar.
—Então me diga o motivo dele ter razões para fazer vingança que talvez eu possa vir a confirmar ou descartar sua opinião. —olho fixamente nos seus olhos e sei que ele quer me enrolar.
—É uma história muito longa e difícil, não é o melhor momento para termos essa conversa. Você teve um dia complicado e eu não quero piorar ainda mais. —fala se levantando e andando de um lado para o outro, ele está completamente nervoso.
—Não quer piorar? Você trouxe um cara que me usou e me expôs na mídia para ficar aqui em casa em um dos piores dias da minha vida. Ele para mim é culpado sim e mesmo que não fosse, eu não estaria preparada para vê-lo. Mas você pensou no que eu acharia disso? Não. Você nunca pensa no meu ponto de vista, sempre faz o que você julga melhor. O que pensar de diferente, né? Você me matriculou na pior escola que eu poderia frequentar depois da morte da mamãe. Eu sofri desde o primeiro dia que pisei lá, mas para você está tudo bem. Aliás, você sabia que o Luan estava lá e contribuiu para ele me usar. —eu grito com muita raiva.
—Eu não tive culpa de nada disso, Melissa. —eu engulo o meu choro, porque eu prometi que eu iria encarar isso de cabeça erguida.
—Como eu posso saber se você não me conta a verdade sobre os seus atos?
—Eu já te falei que não é uma história simples, eu não quero falar disso agora. —ele fala estressado.
—Ok, já que prefere assim, eu estou de saída dessa casa e não volto por tempo indeterminado. —levanto-me indo em direção ao closet para fazer minhas malas.
—Você não pode e nem tem o direito de fazer isso, você está exagerando. —ele vai atrás de mim.
—Eu posso e tenho esse direito sim. Você me esconde uma coisa séria, você traz o assediador da sua filha para dentro de casa. E exagero, pai? Eu não lembro absolutamente nada daquela festa, porque fui drogada, ele me pediu em namoro precocemente e pagou de hiper apaixonado para eu me envolver ainda mais, ainda por cima me deixou no quarto do hotel sozinha e propositalmente depois da bomba, e ainda pouco você disse que tem motivos dele querer se vingar de você. Então, me poupe desse seu discurso. —termino de falar e volto a arrumar minha mala com o básico.
—Eu não vou permitir que você faça isso de cabeça quente, você não quer nem me ouvir.
—Eu não quero te ouvir? Você que não quer me contar toda a verdade e me deixar opinar. Nem pense de me impedir em sair de casa. —termino de colocar minhas roupas e vou em direção aos sapatos.
—Eu tenho os meus motivos. —ele insiste.
—E eu os meus, eu não confio mais em você.
—Se você for embora será pior, você está em todas as emissoras de televisão e internet, sendo assim, está completamente exposta, é perigoso.
—Sério? Eu juro que nem tinha pensado nisso, como sou burra, você tá fazendo a mesma proteção com o cara que me causou isso. Então, é melhor eu não encarar algo que alguma hora, eu já seria obrigada a encarar para eu encarar o seu protegido, é mais seguro para mim. —falo irônica fechando a mala. —Você pensasse nisso antes de escolher ficar do lado dele e trazê-lo para cá sem me consultar. —abro a porta do meu quarto e saio, ele vem atrás de mim.
—Pela última vez, não vá! Pense em tudo de bom que vivemos, pense na sua irmã. —ele tenta me chantagear.
—Pensasse uma única vez em mim, você é um egoísta. E sobre a Manu, eu dou o meu jeito, chantagem emocional, não vai adiantar. —termino de descer os degraus e cruzo a porta de saída de casa sem nenhum ressentimento, eu preciso seguir em frente.
O medo do inesperado começa a assolar a minha mente, mas eu digo para mim mesma que eu sairei bem de tudo isso, que eu não vou deixar que estraguem e se metam assim na minha vida. Eu tive argumentos de sobra para construir a minha conclusão dos fatos, se o Luan consegue manipular o meu pai assim como me manipulou esse tempo todo, agora ele não consegue mais fazer isso comigo. Eu nunca mais quero vê-lo em minha frente, mesmo que ele se mostre inocente, pois eu não estou pronta para viver o amor, já doeu demais em pouco tempo, não quero isso na minha vida, eu não mereço sofrer mais.
Caminho em direção a portaria sem a menor ideia de para onde eu irei, a casa da Natasha tem a tia Renata que defende o meu pai e informaria ele de tudo o que estaria acontecendo comigo, tenho a casa do Bernardo, mas não tenho intimidade com a família dele para isso e por fim, tenho a casa da minha avó, porém tenho certeza que ela ficará falando que manchei a imagem da família, que minha mãe teria vergonha de mim e que nunca faria isso. Só me resta seguir por aí sem rumo com uma mala pesada, mas para isso, eu preciso me desviar dos paparazzis que invadiram a entrada do condomínio.
Vocês estão lendo Attachment? Tá ficando muito legal, vocês não vão se arrepender!
Deixe o voto no capítulo e não esqueçam de comentar, pois me motivam a continuar essa estória.
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Envaidecer
FanficMelissa Watson tem apenas 17 anos, mas já viveu quase tudo o que uma pessoa poderia viver em um curto intervalo de tempo. Órfã de mãe desde os seus 14 anos, foi obrigada a recomeçar a sua vida juntamente com seu pai e sua irmã mais nova na Inglaterr...