Envaidecer

Capítulo 13

                             Melissa
Eu até pensei em faltar a aula hoje depois de ontem, porém, meu pai e Natasha me convenceram que ficar em casa não me faria bem e principalmente porque o causador do problema não estaria na minha sala, além de termos pouquíssimas oportunidades de nos encontrarmos. A primeira aula seria de português, eu estava me adaptando novamente a rotina dessa escola e sem enfrentar dificuldades nos conteúdos, logo já gravei todos os horários das aulas e os respectivos professores, os quais a maioria eu já conhecia de antes, como a dessa aula de agora. A senhorita Ângela ainda é jovem e muito didática, suas aulas eram bastante produtivas e até hoje guardo bem alguns de seus ensinamentos.
Ao pisar na escola senti alguns olhares e comentários que se voltavam a mim, logo, tive a certeza que a fofoca havia se instalado e provavelmente se intensificado após a minha publicação. Meu pai fazia uma cara de respeito na tentativa que o público a nossa volta minimizasse esse fato. Ele está comigo, pois a reunião com o Théo e todos os outros será no dia de hoje, acontecendo ao mesmo tempo que minha aula, o que aguçará bastante a minha curiosidade, até porque, eu queria muito estar presente, mesmo que isso me custasse estar cara a cara com o Théo.
Despedi-me de meu pai assim que nos aproximamos do corredor central, pois cada um tinha que seguir com o seu compromisso. Ao entrar na sala encontrei poucas pessoas, mas todas me olhavam muito fortemente, o que me fez sentir arrependida de ter vindo, entretanto, aos poucos alguns dos meus colegas de turma vieram falar comigo, principalmente para prestar solidariedade e me dar apoio. Depois de uns 10 minutos a sala estava começando a lotar e a professora já estava presente, porém, antes de começar a aula me deu as boas vindas a instituição particularmente e lamentou o ocorrido de ontem argumentando que estaria disposta a tudo para que o episódio não se repetisse.
Natasha chegou atrasada e só aí que eu notei a ausência de Luan na aula.
- Que cara é essa? - Resmungou sentando-se no lugar que eu havia guardado para ela.
- O Luan ainda não chegou. Será que o Théo  fez algo com ele?
- Ele deve estar trabalhando. Ele falta alguns dias por isso, não se preocupe.
- Mas ontem ele não falou nada que não vinha. Eu até citei que nos veríamos hoje.
- O dia ainda não acabou! Mas se acostuma, porque ele trabalha muito e as vezes falta muito também.
- Mas isso deve atrapalhar o desempenho dele.
- Ele tá acostumado e a escola é ciente.
Eu bufei e fiquei desapontada por ele não me avisar que faltaria, mas principalmente por não me contar exatamente nada de sua vida.
- E a senhorita, por qual motivo se atrasou?
- Minha mãe se arrumando para vim na reunião, até porque o seu pai estaria nela.
- Que? O que isso tem haver? - ela cora e parece se arrepender do que acabou de falar.
- Nada! Absolutamente nada mesmo! Ela só queria estar formal devido a gravidade dos fatos. Você me entendeu, né? - Fala completamente sem jeito e procurando as palavras.
Eu jamais poderia imaginar uma queda da tia Renata pelo meu pai, muito menos ele com alguma mulher sem ser minha mãe. Meu pai ainda é jovem, cheio de vida pela frente e charmoso, ele sabe ser galanteador. Porém, nunca se envolveu com ninguém desde que minha mãe morreu até onde eu sei e eu nem consigo pensar na possibilidade. Sei que as pessoas devem seguir em frente, mas torço para que qualquer hipótese dele com outra seja descartada. Não é egoísmo de minha parte, eu só não consigo vê-lo envolvido com outro alguém.
A Ângela comentava durante a aula a respeito do uso da crase e tentava fazer que nós notassemos e aprendessemos de forma dinâmica todas as regrinhas. Diferente da maioria das outras aulas a turma ficava completamente envolvida e participativa, aliás, eu tinha que concordar que ela era a melhor professora de nossa escola, não só pelos seus ensinamentos pedagógicos, mas pelo seu caráter.
A hora foi passando e incrível que pareça a minha tensão por causa da reunião foi desaparecendo, eu só retomei esse pensamento por causa dos olhares que pairavam sobre mim durante todo o intervalo.
- Você já pensou em ligar  o foda-se para essa galera chata que não para de te olhar? -Diz Natasha revoltada.
- Eles estão curiosos. Eles sabem o que aconteceu ontem. Devem estar preocupados. - tentei amenizar a raiva dela.
- Em partes, né amiga? A maioria tá tentando olhar o estrago que deve estar seu braço que tá escondido nesse moletom, nesse calor todo.
Eu optei por um moletom justamente por isso, porque infelizmente surgiu um baita de um hematoma, onde Théo apertou com força, mas isso aguçou ainda mais as pessoas.
- Estou achando essa reunião muito demorada - tentei desviar o assunto.
- Eu queria estar lá e acabar com a reputação daquele idiota. Como um dia ele foi nosso amigo? Eu quero entrar lá e ficar a par do que eles estão discutindo -Natasha resmunga.
- Meu pai disse que me avisaria ao fim da reunião.
- Minha mãe também. Ela chegou a me prometer mensagens enquanto estivesse lá, mas nada ainda.
Enquanto eu e Natasha estávamos loucas de ansiedade o intervalo passou e fomos obrigadas a voltarmos para sala, mas no caminho até lá uma mão segurou o meu ombro e me tranquilizei em saber que era meu pai.
- Até que enfim, eu não aguentava mais essa espera. O que foi resolvido?
- Digamos que ainda não terminamos. Vim porque precisamos de você para continuar - vi insatisfação em sua maneira de falar.
- O que houve? -falei preocupada.
- A Polícia está aqui e eles precisam de um depoimento seu para confirmar a denúncia. Sabemos que ele não será preso, mas isso dará um pouco de dor de cabeça para ele e sua família. Ele não pode ficar sempre impune.
- Não se preocupe, eu darei meu depoimento tranquilamente.
- O Bernardo e a Renata já deram os deles.
- Então eu também quero, senhor Watson. -exclamou Natasha.
- Não será necessário. Quanto menos envolvidos melhor.
Vejo que ela não gostou nadinha do que meu pai disse, mas resolveu não reclamar dessa vez.
- Eu já volto! Fique bem sem mim e sem o Bernardo.
- Eu vou tentar! Mas me dê notícias, viu?! Agora vá! Boa sorte!
Sigo então junto a meu pai para o local indicado e acabo entrando em uma sala onde se encontrava apenas dois caras da polícia. Sendo assim, dei a minha versão e nem me preocupei de omiti algo por estar ao lado de meu pai, pelo contrário, senti um enorme conforto e segurança ao lado dele e agradeci mentalmente a Deus por isso.
- Então acho que já finalizamos aqui, mocinha! Muito obrigada!
Eu também agradeço e saio da sala imediatamente acompanhada de meu pai, entretanto, avisto o Théo vindo em direção a sala juntamente com seus familiares. O meu coração paralisa e eu seguro meu choro de raiva. Pela primeira vez o vi me fitar de um jeito que nunca imaginei ver um dia. Seus olhos transbordavam ódio por mim e eu fiquei completamente paralisada analisando toda sua ira ao fixar seu olhar em mim. Foi aí que minha ficha caiu. Ele realmente será capaz de tudo para se vingar dessa história e o Luan sem dúvidas será o seu primeiro alvo.
A saliva some de minha boca a cada vez que eles vão se aproximando, minha cabeça começa a girar, minha vista escurece e cada vez o som da voz do meu pai fica mais baixa falando que estava tudo bem e que ele estava comigo...Foi aí então que eu me desconectei e desmaiei.

Leiam, por favor:

Meus amores, peço mil desculpas!!!
Eu atrasei muito com esse capítulo, pois infelizmente a situação saiu para  longe do meu controle. Minhas aulas voltaram e tudo está complicado, além disso, estou com um processo inflamatório em meu olho esquerdo.
Como viram não vou poder postar todos os dias, mas farei o máximo para postar pelo menos DUAS VEZES POR SEMANA.
Não desanimem, eu estou tendo ideias  ótimas e em breve postarei capítulos prontos com muita ação e emoção! Não percam!
Espero que me entendam!!!
Não deixe de deixar o voto de vocês e comentar o capítulo, e se for possível se comentar se estão de acordo com as postagens! Todo apoio e carinho de vocês é motivador para os próximos, então me mimem um pouco!
Até o próximo! Vem novidades!