Capítulo 46

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Melissa

Acordei com uma dor de cabeça horrível, eu mal conseguia abrir os olhos e percebi que eu estava de roupas íntimas e enrolada em uma toalha. Olhei para o lado e vi o Emanuel do meu lado dormindo, eu não lembro o que aconteceu, apenas me recordo de eu dançando e bebendo com várias pessoas divertidas, mas aleatórias. Porém, diante disso, presumo que eu acabei passando a noite com ele, e não sei como isso aconteceu e se isso foi por minha culpa ou dele, então eu começo ficar tensa, pois isso muda tudo e eu preciso ir embora daqui ainda mais cedo do que imaginei.

O meu desespero me faz revirar um pouco na cama e vejo que ele desperta do sono com isso e olha preocupado para mim, e ficamos em silêncio como estivéssemos procurando as palavras certas para serem ditas, completamente constrangedor.

—Como você está se sentindo? —ele pergunta alisando o meu cabelo e minha mente confirma a hipótese de que dormimos juntos.

—Desculpe, eu não me lembro de nada e tá uma confusão enorme dentro de mim. —digo escolhendo ser sincera diante do apagão na minha cabeça.

—Eu já imaginava, você precisa descansar melhor. Ainda é cedo. —ele fala olhando a hora no celular e a confusão só aumenta dentro de mim.

—Como você imaginava isso? —questionei atônita.

—Eu acho que te deram boa noite cinderela e por isso você não se lembra de nada. —ele franziu a testa enquanto falava e o conteúdo da frase me assustou muito.

—Como assim? E mesmo com essa merda dentro de mim você se aproveitou de mim? Você que fez isso, não foi? Eu sabia que não podia confiar em ficar na casa de um desconhecido. —eu surtei, e quem não surtaria ao descobrir que foi abusada? Mas ele se assustou com a minha atitude.

—Calma, Melissa! Você entendeu tudo errado, eu não fiz nada disso. —que garooto sonso!

—Vocês são todos iguais! Já não bastava o que você viu que aconteceu comigo essa semana? Isso é muito para mim! —digo chorando completamente vulnerável, sentindo-me usada novamente.

—Você vai me escutar querendo ou não! —ele disse pegando minha mão e segurando, eu tentei tirar, mas ele me impediu. —Não aconteceu absolutamente NADA entre a gente. Por mais que você tenha pedido para eu não ficar te controlando e tudo mais na festa, eu fiquei preocupado e te vigiei, mas fiquei um ótimo tempo sem intervir nas suas escolhas, porém você estava fora de si e aquele Théo que estudava contigo estava te cercando com os amigos dele, então eu tive que agir, mas era um pouco tarde para algumas coisas. Você apagou de vez no meu carro, e eu te trouxe com cuidado para casa, te dei um banho para ver se melhorava um pouco, nem tirei as suas roupas íntimas para respeitar sua privacidade, te coloquei na cama e encomendei um remédio na farmácia e te dei, apenas isso. Eu estou aqui do seu lado e 100% vestido, apenas porque eu precisava observar se você ficaria bem, até porque eu tinha que te levar para o hospital, mas isso cairia na mídia e você me mataria depois por isso. Não fui eu que te dei isso, até porque se fosse, não falaria, né? Não tem sentido nenhum. Eu apenas estava cuidando de você. —foi como um balde de água fria caísse sobre a minha cabeça e um arrependimento enorme brotasse no meu coração, ele parecia sincero e tudo realmente fazia sentido, eu então deixei meu orgulho de lado e abracei ele.

Fiquei naquele abraço por um bom tempo e foi a primeira vez que me senti segura nos últimos dias, o Emanuel mostrou para mim naquela noite que tinha caráter, que não se aproveitaria de mim, e que se preocupava de verdade comigo, aliás, ele me protegeu de um possível estupro e nunca na minha vida eu serei capaz de retribuir tudo isso. Sendo sincera, eu não estou acostumada com pessoas atenciosas e preocupadas comigo, o meu pai era, mas me esconde muitas coisas e espero que o Emanuel se mostre diferente e nesse instante eu desejei tê-lo conhecido antes.

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