Capítulo 24

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Luan não demorou a se juntar a nós e fez uma cara misturada de espanto e alívio ao me ver na mesa junto ao meu pai.

—Desculpem pelo meu atraso, tive intercorrências durante o caminho.

—Eu percebi e me assustei um pouco. Eu não sabia que era assim.

—Você não viu nada — disseram os dois em coro, o que foi o suficiente para nos fazer rir muito de tudo e criarmos um ambiente agradável.

—Mas é sempre assim? Como eu não percebi isso antes? Sou uma tapada? Não tem como!

—Digamos que na escola temos regras bem rígidas quanto a isso, criadas por solicitações do seu próprio pai quando viu que estava atrapalhando o meu rendimento e de resto nos víamos no seu condomínio, na sua casa e em uma praia deserta, era difícil de tê-las por perto.

—Já nos vimos na Igreja — lembrei imediatamente no sentido de confrontalo.

—Poucas pessoas procuram a Igreja nesse horário e esse não é o tipo de comportamento que as pessoas teriam dentro de uma, pelo menos eu ainda não vi e muito menos vivenciei.

—O que você estava fazendo na Igreja, Mel? — perguntou meu pai um pouco espantado com aquela informação, pois ele sabia dos meus problemas com Deus.

—O que as pessoas fazem na Igreja, pai? Que pergunta óbvia! —digo revirando os olhos.

—Nas novelas e filmes as pessoas fazem muitas coisas na Igreja sem ser rezar. —diz com deboche e Luan concorda rindo, ou seja, estou ferrada perto desses dois.

—Até onde eu sei, ainda não sou uma mafiosa, posso pensar na ideia se vocês insistirem em ficar debochando da minha cara. As pessoas precisam de Deus e eu me senti na vontade de procurar uma Igreja. —falei a última frase séria sem dar abertura para novas brincadeiras, pois o assunto era delicado para mim.

—Eu fico muito feliz em saber disso, minha filha! Acredito que isso foi um amadurecimento da sua parte e talvez o início de uma nova etapa de superação. Apoio que você mantenha esse hábito.
—Podemos mudar um pouco o foco da nossa conversa? Não quero falar mais sobre isso.

—Então, já que você mesmo sugeriu, quando os pombinhos me contariam desse namoro?

—Olha, senhor, por mim eu já teria te contado desde o início, pois eu sabia que provavelmente você ficaria furioso se descobrisse por outras fontes, mas eu tinha que respeitar o tempo da Mel.

—Muito bonito, tirando o seu da reta. O Luan também estava com medo de você, porque você foi inconveniente lá em casa com ele e você é tipo o chefe dele também.

—Mas fique tranquilo, senhor, você soube pela boca da Mel e eu fiz questão de aconselha-la a te dizer.

—Ele não soube pela minha boca, ele soube pela pirralha da Manu que traiu a minha confiança e pelo seu instagram, ele conhece o meu pé — risos.

—Ai, eu não sabia! Perdão, isso foi péssimo! Desculpe, senhor!

—Luan, pela milésima vez, não me chame de senhor. — risos — Está tudo bem, não se preocupe. Eu entendo todo o contexto e as minhas falhas diante do mesmo também. Vou respeitar a união de vocês, pois minha filha merece ser feliz e eu acredito firmemente que você tem muito potencial para cumprir isso.

—Obrigado, Watson!

—Mas que fique bem claro a separação do pessoal do profissional. Sei o quanto isso será difícil, principalmente por conta da gravação do seu DVD que se aproxima, mas tentaremos ao  máximo dar conta disso. — Luan fez sinal de concordância com a cabeça.

—Quando será a gravação? —digo curiosa.

—Semana que vem. Estamos na reta final dos preparativos, por isso a preocupação do seu pai. É um projeto bem grande e com um investimento a altura, não podemos falhar em nada e nem deixar algumas coisas passarem desapercebidas por estarmos mais próximos.

—Exatamente! Principalmente porque a empresa não está vivendo um bom momento e um prejuízo nos nossos investimentos afeta diretamente as nossas estratégias de recuperação, o que não queremos obviamente.

—Compreendo e farei de tudo para ajudar no que for ao meu alcance, eu sou boa em produções. Minhas festas são as melhores, aliás, quero saber todos os detalhes!

—Não sei se será uma boa ideia, Melissa! Estamos querendo separar o pessoal e o  profissional como já falei agora.

—Eu sei ser profissional, confia em mim! Posso colaborar e muito!! Por favor, pai, me deixe participar!

—Sob minha rígida supervisão!

—Por isso eu te amo muito! Me contem como estão as coisas, as demandas que ainda estão pendentes, as cores...

Luan e meu pai começam a me explicar os detalhes de todo o projeto, o quanto o mesmo é um divisor de águas, é inovador e começo a dar os meus palpites e ideias que parecem agradar os dois. Durante esse momento eu percebi que eu poderia ser feliz aqui de novo e como os dois homens da minha vida juntos tinham poder em devolver a minha paz interior, era como se eu estivesse retornando a minha vida depois de um árduo momento de batalhas e obstáculos dolorosos.

Depois de comer muito e conversar muito também sobre diversas coisas aleatórias com eles, meu pai declarou o desejo de falar um pouco dos negócios a sós com o Luan e eu sabia que provavelmente iria além disso, que a minha vida entraria em questão, porém, eu não queria pensar e nem me preocupar com isso. Logo, pedi um uber para ir até a casa de Nath, pois tínhamos muitas pendências e me despedi dos meus dois grandes amores.

Caros leitores, boa noite!
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Adianto que o próximo estará imperdível e com muitas surpresas!
Beijos e até o próximo 💕

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