Capítulo 40

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Eu estava completamente apreensiva em encarar os paparazzis tão precocemente, até pensei em voltar atrás, mas eu preferi enfrentar aquelas pessoas, só que antes de eu cruzar o portão do condomínio alguém me puxa muito forte para impedir que eu saísse, eu achei que era o Luan e cheguei gritar, mas a pessoa colocou a mão sobre a minha boca para que o som emitido por mim fosse abafado.

—Me solta, garoto! Quem é você para estar me segurando assim? —reclamo vendo que era um completo desconhecido.

—Desculpa, mas eu só quero te ajudar ao impedir que você faça a segunda maior burrada da sua vida. E só para esclarecer, eu sou o seu vizinho. —ele falou todo debochado ganhando minha atenção, foi aí que eu percebi que ele era jovem, alto e bem gatinho, só que eu não curti o jeito dele assim de cara, muito abusado.

—Agradeço a sua preocupação, mas recuso ajuda vinda de você. Aliás, ao que você está se referindo a dizer sobre as burradas na minha vida? Só a título de curiosidade. —digo revirando os olhos.

—A primeira burrada foi se envolver com o idiota do seu namorado e o segunda seria sair por aquela porta completamente desestabilizada e sem destino. —eu começo a rir da cara dele e é a vez dele revirar os olhos.

—E seria mais inteligente, eu fazer o que? Ficar aqui com um completo desconhecido abusado? —pergunto com a mão na cintura e um tom de voz alterado.

—Eu acho que nós não começamos bem e a culpa disso é minha. Prazer, Emanuel Bianchi. —ele diz estendendo a mão, mas eu ignoro.

—Sobrenome diferente. —digo tentando cortar a cordialidade dele.

—Meu sobrenome é italiano, Melissa Walker. E não venha me perguntar se eu sou um maníaco que te segue e que estar a fim de você, acho que o Brasil quase inteiro sabe o seu nome nesse momento, mas eu já conhecia o seu pai por intermédio dos meus e consequentemente, eu já sabia sobre você. Agora, você pode jogar esse orgulho fora e estender a mão para mim? —ele fala tão irônico que até me identifico.

—Se você conhece o meu pai, você vai falar com ele onde eu estou, e nesse momento eu não confio em ninguém que tenha ligação com ele sem ser eu. —eu não deveria falar isso para um estranho que sem dúvidas me viu nua, mostra minha vulnerabilidade neste momento, mas acabou saindo.

—Calma, eu disse que conhecia o seu pai, mas não que ele era o meu amigo. Eu o vi pessoalmente umas duas vezes, e ainda foram de longe, inclusive a última você estava com ele. Você pode confiar em mim. —ele tenta suar sério, mas não me convence muito.

—Quem me garante que você não é nenhum maníaco, pervertido e que não queira abusar de mim? —mando na lata.

—Você está certíssima, te dou total razão para imaginar isso, principalmente depois do que aconteceu. Mas deve ter uma forma de eu te dar um voto de confiança. —ele sugere e eu começo a pensar em alguma forma para eu testar isso, não me julguem, ele pode ser útil nesse momento.

—Seus pais, eles moram com você, certo? —digo em um impulso.

—Eles estão viajando a negócios como sempre, e sobre essa viagem você pode confirmar com o porteiro ou torcer para eles atenderem a minha ligação, sabe como é que é né, não tenho muita atenção deles. —ele desabafa parecendo falar a verdade.

—Mas assim não seria o suficiente para mim. —exponho.

—Deixa eu pensar... —ele faz uma pausa e percebo que ele tenta realmente pensar em algo. —Você deve ter alguma amiga ou amigo que me conhece, muita gente me conhece.—ele termina de falar chutando uma pedrinha e em seguida volta a sua atenção para mim.

—Pode ser, eu vou ligar para Natasha, eu só confio nela ultimamente. —digo saindo de perto pegando o celular para ligar para ela.

Eu não sei o que ela estava fazendo, mas demorou muito para atender, eu já estava desistindo, mas ela finalmente atendeu e pareceu surpresa de eu estar ligando para ela.

—Eu vou ser breve, eu sai de casa e não quero falar disso agora, se você ficar do lado do meu pai ou falar para alguém qualquer coisa que eu estou te falando, eu vou considerar a nossa amizade cancelada. —já vou logo avisando para eu não correr riscos de ter deixado todos os detalhes bem claro.

—Eu sou sua, amiga! Pode confiar em mim! Para onde você tá indo? Você vai ficar aqui em casa? —fala toda animada.

—Eu não vou poder ficar aí, porque é óbvio demais e sua mãe contaria tudo para o meu pai. Eu não sei para onde vou ainda, mas encontrei um cara que está disposto a me ajudar, por isso eu estou te ligando, quero saber se ele é meio que confiável. —digo um pouco sem jeito, porque ela malda tudo.

—Um cara? Quem é o boy da vez? —ela pergunta com um tom assanhado, coitada, eu nem tenho cabeça para pensar nisso agora.

—Para de bobeira, Nath, ele só quer me ajudar, mas não sei se ele é confiável. Ele é um tal de Emanuel Bianchi.

—Nada confiável. —ela solta.

—Eu sabia, obrigada por salvar minha vida.

—Eu não terminei a frase, garota. Nada confiável você ficar perto dele e acabar tendo um infarto de tanta gostosura. Ele é safado, mas não vai fazer nada que você não queira. O pai dele foi gente importante da polícia antes de assumir os negócios da família. Está em boas mãos. —eu mato essa garota qualquer hora, ela acha que eu quero me envolver com alguém agora.

—Então eu posso ter problemas com o pai dele, vai me catar e me obrigar a morar com o meu pai de novo. —desabafo desanimada.

—Ele não falaria disso com os pai, eles nem se veem direito. —ela fala e eu fico surpresa de como ela conhece tão bem a vida dele.

—Como você sabe disso tudo? —pergunto curiosa e para saber se ela gosta/gostava dele.

—O caminho tá livre, piranha, ele já foi meu amigo quando eu tinha um rolo com um amigo dele, só isso... Se bem que ele é uma gracinha. —fala de deboche.

—Vou desligar antes que eu resolva ir aí te bater.

—Se cuida e toma cuidado para não se apaixonar de novo. —desligo o telefone e fico um pouco mal com o que ouvi, sei que não foi a intenção dela, mas ter me lembrado de ter me apaixonado por um cara que me queimou, não me fez bem.

—Que cara é essa? Vai dizer que ela teve a ousadia de dizer que eu não prestava? Eu vou brigar com essa garota. —ele fala assim que eu retorno.

—Ela realmente disse que você não prestava, mas não nesse sentido, se é que você me entende. —digo indiferente, mesmo falando essas coisas.

—Eu realmente entendo, eu só não entendo o motivo dessa sua carinha. —ele ameaça a se aproximar, mas não segue adiante.

—Talvez por eu estar exposta, magoada e destruída por dentro. —deixo escapar.

—Vamos tentar cuidar disso. —ele responde com tanta convicção.

—Qual o seu plano? —pergunto tentando arrumar um rumo para a minha vida, já que não tenho quase nenhuma saída.


No próximo capítulo eu revelo o rostinho do nosso novo personagem. O que acharam? Vem muita coisa por aí.

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Até o próximo! 

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