Sangue-ruim e sangue-puro

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  A primeira coisa que passou na mente de Ron foi o carro. Ele podia escutar a voz de Hermione na sua mente "não faça isso! É errado!" Mas eles tinham de ir pra Hogwarts, e sabia que ela entenderia.
  Ron não sabia dirigir exatamente, mas fez o melhor que pode, e apesar do carro quebrado e foragido, dos trouxas que os viram e outras coisas não muito agradáveis, eles chegaram na escola vivos.
  Como ambos já imaginavam, Hermione deu uma bronca neles, mas entendeu e especialmente estava aliviada de ambos estarem vivos e bem.
   Os dias se passaram e estava tudo bem, durante tempo demais, inclusive.
   Um dia ensolarado, Harry estava indo para o treino de quadribol, e Rony e Hermione, que iriam assistir, estavam logo atrás. Então eles encontraram com a equipe da Sonserina, a caminho do campo. Draco Malfoy era o novo Apanhador da Sonserina. "Só faltava essa" pensou Ron.
  - É uma Nimbus 2001! - disse Ron, sem pensar direito, admirado com a vassoura.
  - É, diferente de algumas pessoas, meu pai pode comprar o melhor - disse Draco, se gabando. A raiva subiu ao corpo de Hermione.
  - Pelo menos ninguém da Grifinória pagou pra jogar, só entrou quem tem talento - ela retrucou, defendendo Ron.
  - Ninguém pediu sua opinião, sujeitinha de sangue-ruim - ele disse. A raiva que Rony sentiu naquele momento era maior que a por Lockhart ou por Lucius, era definitivamente a maior raiva que já sentira na vida. Ninguém, ninguém podia xingar Hermione, ainda mais de uma coisa dessas.
  - Você vai pagar por isso, Malfoy - ele disse, a voz trêmula de raiva - cara-de-lesma!
  O feitiço, por conta da varinha quebrada, havia voltado para ele mesmo.
   Hermione, preocupadíssima, correu para ver o menino.
   - Ron? Você está bem? - ela perguntou, e o garoto vomitou uma lesma.
  - Eca! - ela disse. Ela e Harry decidiram levar Rony para Hagrid, e, apesar de ninguém ter visto, Hermione puxou a varinha discretamente e, apontando para você-sabe-onde de Malfoy, ela murmurou um feitiço, e ao ver a cara de Malfoy, percebeu que fizera efeito.
  Eles chegaram na cabana do gigante, e ele os ajudou muito. Hermione não tinha palavras para agradecer à Ron.
  Os dias se passaram, e Harry e Hermione haviam pegado detenção por conta do carro, e as iriam cumprir hoje.
  Hermione decidiu não jantar hoje, iria os esperar para comer, e se não fossem comer ela também não iria.
  Ela estava lendo em um banco perto da sala de troféus, esperando por Ron, pois sabia que Lockhart iria prender Harry lá não importava como. Finalmente o ruivo saiu da sala, e se assustou ao ver a menina, mas deu um sorrisinho bobo, admirando como a menina estava linda, mas nem notou.
  - Hermione? - ele chamou.
  - Oi, Ron! - ela disse, fechando o livro.
  - O que você tá fazendo aqui? - perguntou o ruivo.
  - Te esperando ué - ela disse, como se fosse óbvio.
  - Mas você devia estar jantando! - ele disse.
  - Não, eu vou esperar você e Harry, e se não forem comer eu também não vou, me preparei para isso e tem comida do almoço me aguardando no meu quarto - ela disse.
  - A quanto tempo está aqui? - ele perguntou.
  - A quanto tempo você está aí - ela respondeu.
  - Hermione Jean Granger! - ela sentiu seu coração dar um salto ao ouvir o ruivo dizer seu nome - Você não devia estar fazendo isso, Mi!
  - Ron, você me defendeu do Malfoy, e isso - ele vomitou uma lesma - te causou problemas. Não quero nem imaginar o quão horrível deve ser vomitar lesmas sem parar!
  - Mas Mione...
  - Mas nada, isso é o mínimo que posso fazer - ela disse, se levantando.
  - Você é incrível, sabia? - ele disse, ainda sentado.
  - Não, eu só sou grata - ela disse - Venha, vamos ver Harry.
  Então eles saíram no corredor escuro.
   Quando encontraram o menino, Ron achou que Lockhart havia lhe enfeitiçado. Ele falava que estava escutando vozes dizendo que ia matar alguém. Ao tentarem pará-lo, se depararam com o aviso, escrito em algo vermelho e gosmento: era sangue. Lá estava escrito "a Câmara Secreta foi aberta, inimigos do herdeiro, cuidado". O primeiro pensamento de Hermione foi proteger Ron, e o primeiro pensamento de Ron foi proteger a menina. Então viram Madame Nora, a gata de Filch, parada como pedra. Antes que fizessem alguma coisa, Filch apareceu, os professores, e por fim os alunos.
  - "a Câmara Secreta foi aberta, inimigos do herdeiro, cuidado" - leu Malfoy, em voz alta - Serão os próximos, sangues-ruins!
  Ron iria novamente atacar Malfoy, mas Hermione pegou sua mão.
  - Não, agora não, Ron - ela sussurrou, tão baixo que só ele ouviu, mas obedeceu. Um arrepio subiu pela sua nuca quando sentiu o toque da menina e o ar do sussurro fez cócegas em sua orelha. Mas antes de irem para os quartos, foram interrogados.
  Quando foram dormir, porém, Ron só pensava na segurança de Hermione, e a menina na dele, ou seja, ambos não dormiram direito aquela noite.

Love Is The Name - RomioneOnde histórias criam vida. Descubra agora