Brigas e Revelações

2.1K 127 63
                                    

- Hermione, preciso falar com você - disse Ron, sua voz tremia de raiva e ele estava vermelho, segurando sua mão.
- O que é? - ela perguntou.
- O que você e o Krum tem? - ele foi claro. Hermione corou e sorriu internamente. Talvez Ron estivesse com ciúmes!
- Nós somos só amigos, eu já te disse - ela insistiu.
- Fala sério, você acha que eu vou acreditar nisso?! - ele perguntou, soltando a mão dela.
- Olha Ron, o que você tanto tem contra o Krum? - ela perguntou.
- Ele é um idiota! - ele exclamou.
- Você queria um autógrafo dele a duas semanas atrás, Ronald - disse Hermione - Seja sincero.
- Porque ele te convidou pro baile, satisfeita?! - ele disse, elevando o tom de voz.
- E o que tem isso? - ela perguntou, já vermelha como ele.
- Ele é um inimigo! Durmstrang! Pode ter sido o querido diretor dele que colocou Harry nisso! - ele disse, ofegante.
- Para com isso, Ronald, eu te conheço tem algo por trás disso! - ela insistiu, agora gritando.
- SE TEM EU NÃO SEI O QUE É, MAS JÁ QUE VOCÊ SABE DE TUDO DEVE SABER! - ele gritou.
- É, EU SEI SIM! - ela berrou.
- E O QUE É ENTÃO?! - ele gritou.
- ME DIGA VOCÊ! - ela disse.
- ELE NÃO PODE TE CHAMAR E PONTO FINAL! - ele insistiu.
- PORQUE NÃO?! - ela berrou, ofegante.
- PORQUE ERA PARA EU TE CHAMAR - as palavras saíram da boca dele antes que pudesse pensar sobre elas, e se surpreendeu ao escutar-se falar aquilo, quase tanto quanto Hermione. Mas a mágoa foi mais forte, toda a decepção de Ron nunca reparar nela, tudo aquilo veio à tona.
- ENTÃO SABE QUAL É A SOLUÇÃO NÃO É? - ela gritou, agora com muita vontade, e viu Harry entrar pelo buraco do retrato com uma expressão que mesclava "eu sabia que isso ia acontecer" e susto.
- QUAL É? - o ruivo questionou. Não se tinha mais nada a perder. A Grifinória toda já estava ouvindo a discussão, Harry saberia em algum momento, e ela queria que Ron se arrependesse amargamente de não a ter convidado.
- DA PRÓXIMA VEZ QUE HOUVER UM BAILE ME CONVIDE ANTES QUE OUTRA PESSOA FAÇA ISSO E NÃO COMO ÚLTIMO RECURSO!!!!!! - lágrimas rolaram do seu rosto. Ela não conseguiria ficar mais ali, então subiu para seu dormitório, com toda a raiva do mundo.
Ron estava perplexo. Hermione tinha razão e o ajudou a pensar, ele estava apaixonado por ela. Vários sentimentos o invadiram no que pareceu dias, então notou Harry ali.
- Isso só prova que ela não entendeu nada - foi a primeira coisa que pensou, e subiu para o dormitório, sabia que só iria dormir na manhã seguinte, mas queria ficar só.
*
Ela bateu a porta com força e se jogou na cama, não hesitando, caiu em prantos.
- Hermione? - a voz de Parvati a chamou. Ela, Lilá e Gina estavam a encarando com medo e pena no olhar.
- O que aconteceu? - perguntou Gina, docilmente.
- Ronald Weasley aconteceu - disse ela, entre soluços. Gina ficou vermelha como seus cabelos.
- É hoje que se reduz de sete pra seis irmãos Weasley! - ela disse.
- Por favor não faz isso - pediu Hermione, chorando. Lilá e Parvati a abraçaram, e Gina voltou ao normal e se juntou às colegas de quarto. Apesar de não serem melhores amigas, ela, Lilá e Parvati eram amigas, de um certo modo. Após uma seção dolorosa de prantos e desabafos, sempre escondendo o fato de gostar dele, ela decidiu dormir. Como odiava aquele babaca. Mas como o amava. Que droga Ronald Weasley! Por que ele era assim?! Que ruivo idiota! Você é um idiota Ronald Weasley! Um completo idiota! Ronald Weasley... Ron... Meu Ron... Meu idiota...
*
Ele se sentia um completo babaca por ter agido daquela maneira. Tudo o que queria era se desculpar com ela. Ele já se acostumou com o fato de gostar dela, agora estava conciliando seu remorso, sua raiva e seu arrependimento. Não sabia quanto tempo ficou lá, mas ficou com vontade de ir ao banheiro, então assim fez.
Hermione acordou com a garganta seca. Não tinha mais água na jarra. Droga! E era a prova de feitiços, tinha de se encher manualmente, por questões de "espantar a preguiça dos alunos, já que um verdadeiro grifinório nunca tem preguiça" segundo McGonagall. Então ela pegou a jarra e desceu.
Ron estava voltando do banheiro quando viu Hermione. Os cabelos dela ainda estavam lindos, mas bagunçados, e ela usava um pijama definitivamente confortável, mas que ficava lindo nela. Porém, ao vê-lo, ela pareceu irritada e ia recuar.
- Mione... - ele chamou, pegando sua mão.
- Mione?! Você acha que pode fazer o que fez e me chamar de Mione?! - ela perguntou, brava.
- Não, por isso que eu preciso me desculpar com você - ele pediu. Ela o encarou.
- Pior do que está não fica - ela cedeu, sentando em uma das poltronas. Ele sentou na outra, feliz.
- Eu fui um completo babaca, um idiota, um cabeça-quente, um ciumento obsessivo, resumindo, um escroto, mas por favor Mione, se tem algo nesse mundo que eu odeio mais que qualquer coisa é brigar com alguém que eu gosto. Por favor, eu sei o que eu fiz, e nunca mais faço isso, por favor me perdoa! - ele pediu. Ela ficou o encarando por um boooom tempo.
- Por favor - ele insistiu, em um tom que ele sabia que convencia Hermione sempre.
- Tá bom, eu te perdôo - ela disse. Ele comemorou e a abraçou - Mas eu preciso de duas coisas.
- O quê? - ele perguntou.
- Primeiro, nunca, nunca mais você faça isso - ela ordenou.
- Sim senhora - ele brincou, sorrindo.
- E segundo, desculpa por isso, mas eu preciso te dar um tapa - ela pediu. Ele revirou os olhos e os fechou. Ela reuniu todas as mágoas que ele já havia lhe causado e todo seus sentimentos por ele, odiosos, e lhe deu um belo de um tapa na cara.
- Au! - ele reclamou. Ela respirou fundo, mais leve.
- Agora você sente na pele o que eu sinto por dentro - ela disse, sorrindo.
- Você sofre viu! - ele comentou, com a mão sobre o lugar que ela tapeara.
- Amigos de novo?! - ela perguntou. Ele sorriu.
- Sempre - ele disse, e ela o abraçou.
- Coitado do Malfoy - ele comentou.
- Como assim? - ela perguntou.
- Se um tapa já dói imagina o soco! E ele ainda bateu a cabeça na pedra! Meu senhor - ele disse, a fazendo rir.
- Não seja tão dramático - ela disse, beijando o lugar que lhe deu o tapa. Ron ficou extremamente bobo, e agora o tapa não doía nada.
- Boa noite - ela desejou.
- Noite... Boa - ele falou, um pouco envergonhado e feliz por ela não ter escutado. Bem que ela podia ter lhe dado um tapa na boca... E com um sorrisinho débil ele voltou ao dormitório.

Love Is The Name - RomioneOnde histórias criam vida. Descubra agora