2 - Afonso

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Eu não aguentava mais essa garota se fazendo de minha namorada, eu não gosto de mulher nenhuma lutando contra a pouca paciência que tenho, por isso não mantenho relacionamento com nenhuma, acho justo da minha parte; e ela insiste nessa ladainha, com essas reclamações sem fundamento algum.

Como ela vem me dizer que eu a traí? Nós não temos nada!

– Você não vai ficar com ninguém se não ficar comigo. – Dizia ela pela vigésima vez enquanto eu levantava da mesa irritado.

– Bianca, chega! Não iremos nos ver mais. – Segurei em seus braços e a afastei de mim com toda sutileza possível.

Abri a carteira e deixei o dinheiro sobre a mesa. Fui até o estacionamento, entrei em meu carro e, graças ao meu bom Deus, ela não veio atrás de mim.

O problema é ela se achar minha dona. O que custa ela vir, conseguir o que quer e ir embora? Eu estava nervoso, nem o som do carro eu liguei. Fui direto para o escritório.

A empresa Ferrari vem de várias gerações, somos uma empresa de contabilidade, e trabalhamos com quase todas as empresas da região e começamos a trabalhar com empresas de fora, o que nos dá uma credibilidade ainda maior; meu pai já estava cansado demais para administrar e irei assumir a Presidência, confesso que estou ansioso.

Hoje tenho uma reunião importante com a nova chefe do financeiro, segundo meu pai, a direção financeira será a melhor com a tal de Paula Britto, ouvi muito sobre ela, deve ter uns quarenta anos, não é possível ter menos com um currículo tão exemplar como o dela, de todo modo, se meu pai disse, está dito.

Cheguei à empresa, cumprimentei os funcionários e segui diretamente para a minha sala.

– Bom dia, Senhor. – Cumprimentou-me Bete, nossa funcionária mais antiga e fiel.

– Bom dia, Bete. Tudo bem? – Apertei sua mão.

– Tudo ótimo, tem uma moça te esperando na recepção. – Informou-me.

– Pode mandar entrar se não for mais um serial killer. – Bete já sabia de quem eu estava falando.

– Certamente não é a senhorita Bianca. – Falou sorrindo.

– Então estou à espera. – Sorri e entrei em minha sala.

Liguei o ar condicionado da sala, sentei em minha cadeira e liguei o notebook, ouvi uma leve batida na porta e pedi que entrasse. Então me deparei com uma moça muito bonita, que me entregou um sorriso sem mostrar os dentes.

Estava com um batom vermelho perto de vinho, o que me chamou muita atenção, os cabelos longos escorridos e meio ondulados, caindo pelos ombros, olhos cor de mel.

Uau! Que mulher! 

Fica entre nósOnde histórias criam vida. Descubra agora