37 - Paula

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– Paula, aqui estão todos os cheques de hoje, preciso da assinatura para liberar o motoboy. – Disse Oscar, meu auxiliar.

– Deixe-os aqui, assinarei e pego as da Cris e te ligo. Obrigada. – Sorri.

– Fico aguardando. – Logo saiu da minha sala.

Separei alguns documentos para análise, imprimi, puxei alguns e-mails e coloquei uma música calma para tocar, fazia tempo que eu não escutava uma boa música.

– Eu gosto dessa música. – Cris falou abrindo a porta e fechado atrás de si.

Desliguei imediatamente.

– Não precisa desligar. – Falou.

– Temos coisas importantes para tratar, melhor toda concentração agora. – Falei seca.

– Pode desarmar, tira o peso da armadura e liga o som. – Sentou em minha frente.

– Quem dera. – Sorri e apertei o play, diminui o volume.

– Então, o que temos? – Cruzou as pernas.

– Primeiro assina esses cheques para liberar hoje...

Ela assinou e liguei para Oscar pegá-los.

– O que temos mais? – Perguntou.

– Eu gostaria que viesse ver aqui uns e-mails que eu troquei com o fiscal. – Ela contornou a mesa, apoiou o braço direito na minha cadeira e o outro na mesa.

Meu coração ficou acelerado a ponto de a voz não conseguir sair.

– Fala, Paula.

Olhei para ela, senti a respiração dela roçar a minha pele.

Engoli seco.

Os olhos dela fixaram em meus lábios por um período perpétuo do meu tempo indefinido.

Logo ela se afastou e caiu em aí.

– Lembra... lembra que eu tinha te falado sobre o Acordo Pert? – Perguntei ainda fora da órbita.

– Lembro, conseguiu o parcelamento? – Perguntou animada.

– Tenho algumas opções para parcelar, fiz alguns cálculos, troquei alguns e-mails com a Clara do fiscal, desci para conversar com ela e ela me apresentou as opções, precisamos oficializar, ir à prefeitura... – Ela me interrompeu.

– Por onde começamos? – Gargalhamos.

– Decidindo o valor mais viável para a nossa renda atual. – Expliquei.

Passamos o resto da manhã analisando a dívida da empresa e como iríamos regularizar a situação.

– Liga para Clara e vê se é possível irmos à prefeitura ainda hoje. – Pediu.

Prontamente liguei e ela disse que ligaria para ver o atendimento de hoje e nos retornaria. Logo o fez.

– Tudo certo para hoje. Vamos? – Perguntei.

– Claro. Vou pegar minha bolsa. – Falou saindo.

– Espera... – Levantei e segurei o braço dela. – Hora do almoço, desacelera.

Ela olhou para o relógio e eu soltei seu braço.

– Mas já? Quer almoçar? – Fiquei surpresa.

– Pode ser. – Peguei minha bolsa.

Ambas colocamos a mão na fechadura, sorrimos.

– Eu abro. – Disse.

Ao sairmos ela seguiu até a sala dela para pegar a bolsa. Avistei Afonso de longe, que sorriu e fez um sinal de beleza, em aprovação.

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