capítulo seis

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— No próximo fim de semana temos o aniversário do cebola. — meu pai comentou e minha mãe assentiu.

— Mari me falou hoje, eles vão ter outro bebê. —  me engasguei e o Matheus riu da minha cara.

— Meu deus do céu, mãe, o meu padrinho não desistiu ate conseguir né?

— Aham. — minha mãe riu baixo e vi meu pai dar uma murchada. — Que foi, Júnior?

— Sabe o que é, amor...

— Não! Já lhe falei que nenhum bebê vai sair de mim outra vez! — ela riu para ele sem mostrar os dentes.

— Mas amor...

— Júnior, não! — ela já estava irritada e acabou levantando da mesa. Matheus já tinha saído quando eles começaram a mini discurssão e eu encarei meu pai.

— Que foi, garota?

— Ué, nada, pai.

— Sei, sei. Custava nada tua mãe me dar outro pivete, eu hein, mal vontade do caralho. — ele ficou resmungando e eu preferi ficar quieta na minha ou eu quem iria me irritar com a teimosia do meu pai.

Há alguns meses ele cismou com essa idéia de que ele e minha mãe poderiam ter mais um bebê e como já ficou evidente minha mãe não quer.

E eu não a julgo, Matheus e eu já estamos grandes, ela conseguiu se formar em advogacia e tem trabalhado bastante, meu pai, mesmo depois de ser melhor do mundo por quatro vezes, ainda não se aposentou e com isso... Nenhum dos dois teriam tempo para um mini serhumaninho.

Minha mãe estar sempre batendo o pé, dizendo que não. Pois segundo ela os únicos bebês á entrar pela nossa casa serão seus futuros netos. E eu só faço dar risada.

Terminei meu jantar e meu pai ainda estava naquela lenga-lenga. Subi para o meu quarto e fiquei assistindo série até que o sono batesse na minha porta.

Acordei com meu despertador e tratei logo de desligar ele, me levantei, estiquei o corpo e fui tomar meu banho. Me arrumei com o uniforme da escola e peguei minha mochila, jogando meu celular no bolsinho da frente.

Tomei apenas uma vitamina de morango e minha mãe me gritou, pois hoje eu aproveitaria para ir com ela que iria para o forúm que fica á três ruas depois da minha escola.

— Acredita que seu pai foi dormir no quarto de hóspedes? Olha, vou te contar, ás vezes fico pensando em quando que o Júnior vai parar de ser birrento. — ela negou e deu a partida.

— Mas vocês já conversaram mãe?

Caralho... desculpa. Já e muitas vezes. E é o que mais me dar raiva porque ele sabe que não existe nenhuma possibilidade de termos um bebê.

— Desde que o vovô morreu ele parece querer sempre a gente por perto, sabe. E eu entendo ele... não é querendo te julgar mamãe, mas desde que você começou a colocar sua carreira em pratica, se afastou bastante de todos nós. — falei meio reciosa e ela suspirou.

— Júlia, você já está se tornando uma mulher e vai entender bem o que vou te dizer. Você sabe toda a minha história com o seu pai, não lhe escondemos nada. Não é?

— Sim, mãe...

— Ok! Então também deve saber que eu nunca gostei de depender de cada centavo do seu pai, mesmo que ele diga aos quatro ventos que ama me mimar e dar tudo que eu mereço. — ela deu um risinho nasalar e eu concordei, vendo que já estavamos perto da escola. — Depois de muitos anos me dedicando com todo amor e carinho á vocês, eu destranquei a faculdade e me formei, não tem nem dois anos que estou atuando no mercado e sabe o que é mais engraçado? Eu me sinto extremamente bem em saber que sou útil e não apenas dona de casa e mãe que estava lá sempre a dispor e vivendo por outras pessoas e não por mim, entende?

— Eu entendo mamãe, entendo. Eu fico ainda mais feliz em te ver bem, com os seus objetivos alcançados e sendo você por você mesma. — beijei seu rosto e ela sorriu, já estavamos em frente a minha escola.

— Não que eu não queria ter mais um bebê por igoísmo meu, mas sabe... É muito complicado, eu comecei agora a me erguer com meu próprio dinheiro, seu pai também não teria tempo... Não existem condições, por mais eu ame demais o seu pai, esse momento é para pensar em mim e não em fazer um mimo para ele. — ela soltou um suspiro pesado e eu senti meu coração ficar pequenininho. — Agora vai, se não vai levar advertência por atraso.

— Vai ficar tudo bem mãe, te amo viu? — ela assentiu e eu a abracei do jeito que dava.

— Também te amo, amor.

oi, confesso que estava sem idéias para aqui, porém já me veio algumas e bom as meninas sabem e outras não, que a demora também é porque estou muito mal pegando no celular rsrsrs

mas não deixarei de atualizar.

No meu olhar. 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora