Júlia 🍓
Já tinha se passado alguns dias e meu pai ainda me olhava meio torto, depois daquele dia na sala quase não nos falamos mais.
Vallen e Davi engataram a ficar e parece que o meu irmão tomou um pouco de vergonha na cara e sucegou o fogo do pinto.
Mesmo o Felipe sendo um escroto comigo, nos conversamos e bom... nesse exato momento estou na rua de trás da escola, dentro de uma sorveteria esperando o mesmo chegar.
— Já pediu Julinha? — neguei e ele jogou a mochila dele em cima da minha, numa cadeira.
— Esperei você chegar. — sorrir sem mostrar os dentes e ele concordou, acenando para a garçonete.
— Quero um sorvete na cestinha com duas bolas de flocos e uma de chocolate. E você jú?
— Também na casca, mas sendo todo de morango com cobertura de chantilly.
— Ok, já vou trazer. — ela anotou e se afastou de nos dois.
Minha perna balançava em ansiedade e o Felipe estava me encarando de um jeito diferente.
— Que foi?
— Não...nada. É... — ele coçou a nuca e eu ergui minhas sobrancelhas e ele bigarreou. — Quero me desculpar pelo jeito que falei naquele dia. Foi bem escroto, foi mal, Julinha.
— Foi péssimo!!
— É, foi...
— Mas tranquilo, desde que você não seja de novo um imbecil. — fiz careta e ele balançou a cabeça concordando. — Mas e ai? Meu pai te assustou né?
— Orra! Tá louco, tio Ney é mó bravo.
— É apenas ciúmes dele. — dei de ombros e a garçonete nos serviu o nosso sorvete. Agradeci a mesma e enchi a colher a colocanda na boca.
— Ele sempre é assim?
— Como? Ciumento?
— É, e, agressivo. Porque ele não teve pena em me ameaçar. — ele murmurou e encheu a boca com o sorvete dele.
— Meu pai é super de boa, até que apareça um menino afim de mim ou que demostre o mínimo possivel de interesse.
— Ah é? E se namorassamos eu teria que fazer um seguro de vida, no mínimo.
— Namorar? — de alguma forma me engasguei com o sorvete e foi patético.
Felipe dava tapas leves para tentar me ajudar e parecia ficar cada vez pior.
Deus do céu, que vergonha!
— Melhorou?
— Ahn...hm.. acho que sim.
Depois disso não voltamos ao mesmo assunto, Felipe falava sobre algumas voisas da faculdade de direito dele e eu sobre o último ano do colegial, finalmente.
Depois de tomarmos o sorvete, Felipe me deixou em casa e eu entrei indo direito para o meu quarto, precisava de um banho e me trocar já que na hora do engasgo, acabei sujando minha roupa.
— Filha?
Dei um resmungo e tirei a toalha da minha cabeça, entrando no banheiro para secar meu cabelo com o secador.
— Não vai mesmo falar comigo?
— Esta tudo numa boa, pai. — dei de ombros e sequei meu cabelo com ele ainda ali me encarando.
— Quer tomar um sorvete de morango? — olhei para o meu pai e o seu rostinho era bem daquelas crianças que fazem caras fofinhas quando querem algo.
E também é sorvete de morango, né. Nunca recuso, mesmo tendo comido há alguns horas.
— Quero! — ele beijou meu rosto e saimos do meu quarto, entrei na salinha de jogos e meu pai apareceu logo depois com um pote de sorvete e duas colheres.
Começamos a comer em puro silêncio, talvez meu pai não soubesse o que falar ou só iria ficar quietinho para não fazer tudo desandar mais uma vez.
— Estava me lembrando da sua festa de quinze anos. — ele soltou uma risada nasalar.
— Que você cantou aquela música, meu Deus pai! Eu morri de vergonha. — eu enchi outra vez minha boca e ri assim mesmo.
— Ahhh, para. Você bem que gostou, tava toda chorosa.
— Tá... tudo bem, um pouquinho, só um pouquinho.
— Como que é mesmo? 15 anos faz agora,
É de alegria que meus olhos choram
Meu pequeno anjo que agora fascina
Para mim vai ser sempre minha menina.— Pai!!!! Filha onde você vai
Pode não sobrar um lugar pro seu pai
Mas tenha certeza que eu vou sempre estar
Perto de você onde quer que vá — gargalhei alto e ele estava em pé na poltrona, cantando enquanto fazia a colher de microfone.— Não é que eu vá te vigiar
Não é que eu queira ser seu dono
Isso é só um cuidado de pai
Filha eu te amo.Definitivamente eu sou louca por esse homem mesmo com todos os nossos cabos de guerra.
Passamos até o anoitecer ali, maratonamos filmes bem clichês e depois minha mãe apareceu nos chamando para jantar.
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No meu olhar. 》 NJR
FanfictionNo meu olhar, você será para sempre minha eterna menina, aquela que quando estava brava eu conquistava com um picolé de morango. aquela que cresceu em um piscar de olhos e isso me intriga, me faz ter um ciúmes e sua mãe dá altas risadas dos meus su...