capítulo nove.

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Minha visão já estava um pouco turva e a Bruna ainda continuava por ali, conversando e também já estava um pouco bêbada. Chamei pelo garçom e pedi a minha conta e claro, a Bruna também pediu que ele trouxesse a dela.

— Acho que já deu por hoje, Bruna. — articulei e ela assentiu, ajeitando sua bolsa e depois me olhou.

— Você acha que a Lorena é capaz de conversar  comigo?

— Hoje não.

— Claro que não, podemos marcar algo e é... qualquer  coisa me manda um direct. — ela dizia agora sem me olhar pois estava pagando a sua conta. E depois se levantou e aí sim, voltou a me olhar. — Obrigada pela noite, Neymar. Certamente irei me lembrar dela. — eu apenas assenti e ela remexeu em sua bolsa. — É! Tchau.

— Tchau. — a vi se afastar e neguei ainda meio pertubado das idéias, paguei a minha conta e saí do restaurante.

Cheguei em casa e todos já estavam dormindo inclusive a minha mulher, de calcinha apenas e o rabo empinado para cima. Foda, hein Lorena.

Pensei por meros segundos e dar um tapa ou então beija-la em sua bunda e tirar sua calcinha para chupar toda sua intimidade até a mesma despertar e transar  comigo até o amanhecer. Mas preferi deixar isso para lá.

Tomei um banho gelado para cortar com mais rapidez o efeito do alcool, escovei os dentes e vesti uma cueca e me deitei, Lorena se remexeu e agarrou o meu corpo, deitando sua cabeça no meu peitoral e acho que foi apenas um ato inconsciente, mas eu não iria tirar ela de mim. Sorri mesmo sem ninguém para ver e fechei os olhos...

Senti um sacolejo no meu corpo e encarei minha mulher de roobe e brava segurando a camisa que eu estava ontem.

— Olha aqui, Neymar.... Você não tem que ir beber em todas vezes que eu discutir com você pelo simples fato de não querer te dar outro filho. Pelo amor de Deus, olhe o cheiro disso. — ela berrava e eu ainda estava sonolento demais, me sentei no beral da cama pisquei algumas vezes encarando ela. — Não fica fazendo essa cara de cachorro que caí da mudança, não. Eu tô cansada desses seus surtos infan...

— Eu encontrei a Bruna. — a interrompi e ela parou de sacudir as roupas que estavam sobre a cama e me encarou com um olhar que me deu ainda mais medo do qual ela esta a quando segurava minha blusa. — Quer dizer, eu estava lá e tal e ela chegou.

— Posso meter a mão na tua cara agora ou quer dizer suas últimas palavras?

— Amor, não aconteceu nada. Eu juro. Eu fui sozinho e nunca imaginei encontrar ela por lá. E ela está casada e tem até um filho.

— Que se dane! Ela nunca prestou e não vai ser agora que vai deixar de ser uma vagabundinha desgraçada. — a cabeleira loira da minha mulher se sacudia e deixava ela ainda mais brava, eu queria rir, mas não iria arriscar.

— Ela me pediu perdão, nos conversamos e eu aceitei. — Me levantei, pegando um conjunto de moletom que estava nas roupas em cima da cama.

— Não é atoa que ela, Aline e seu pai comeram teu cu, você é muito bobo Júnior. Puta que pariu. — só neguei, entrei no closet e escutei ela vindo pouco depois. — Desculpa, eu fiquei nervosa.

Dei de ombros e voltei para o quarto ido para o banheiro, me arrumei e desci com a bolsa do treino, nem tomei café em casa, não queria ter que olhar para a Lorena.

Ela sabe que eu sinto pra caralho até hoje por tudo que passamos e principamente por meu pai ter sido o cabeça que calculou tudo e armou para estragar as nossas vidas. Eu sinto muito, muito mesmo ainda pela perda da Lau, mas é foda. Para a Lorena parece ser mais tranquilo, pois ela sempre dar um jeito de me alfinetar com isso sem se importar se vai me machucar ou voltar com a minha dor de anos e anos atrás.

Fiz o treino sem nem pensar muito no que o meu corpo estava executando, minha mente estava se embolando, dando tantas voltas que eu não seria frouxo em dizer que já estava até ficando enjoado.

Acabei o treino e saí de lá depois de tomar um banho rápido, parei o carro em uma ruazinha calma perto de umas das minhas praias preferidas daqui e caminhei até a praia, me sentei na areia e pelo pouco movimento de lá, seria bem dificil que alguém vinhesse falar algo comigo, e se falasse eu atenderia numa boa.

— Olha, que engraçado! Nos esbarramos de novo. — ouvi a voz da Bruna e a olhei e vi também ao seu lado um menino moreno de olhos azuis. — Esse é o Phillipe.

— Eaí, carinha. — fiz toque com o mesmo que nem se acanhou ao falar com um desconhecido. Estranho.

— Problemas outra vez?

— Só tô afim de ficar um pouco sozinho, pra relaxar. — sorri sem mostrar os dentes,  eu ter a perdoado é uma coisa, confiar é outra. Não sei, tem algo que ainda estava sem conectar nessa historia e reaparecimento da Bruna.

— Tudo bem, já vamos. Até logo, dá tchau Phil!

— Tchau, tio. — Sorri para o molequinho e acenei para ele, ela se afastou mas ainda olhou duas vezes para trás e deu uns risinhos.

Cada uma que me acontece, puta que pariu.
Acabei perdendo a vontade de estar por ali e me levantei, bati as mãos na minha roupa tirando a areia que havia grudado e voltei para o meu carro.

— Ta tudo bem papai? — vi o Matheus desviar o olhar da TV. Dei um beijo em sua cabeça e assenti.

— Tudo, garotinho. Como foi na escola? Saiu cedo né?

— Bem, estou na semana de provas. — ficamos conversando um pouco e terminei de ver o filme com ele.

No meu olhar. 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora