capítulo quatro

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Júlia 🍓

Eu sempre me sentia mal quando meu pai vinha com tudo e todas as pedras em mãos e os seus surtos de ciúmes, quando eu era mais novinha achava uma gracinha e até me gabava para as minhas amigas e até minha mãe achava ser apenas um gesto demostrativo do quando ele me ama e quer o meu bem...

Mas o que acontece é que, de um tempo para cá isso e todo o show que ele faz vem me sufocando e por vezes penso até logo em sair de casa e daria graças aos seus e todos os deuses por me livrar deste aprisionamento mantido 24 por 48.

Talvez eu esteja sendo um tanto mimada, mas poxa... Ele confia tanto no Davi, nunca vi ele para uma vez se quer para proibir o meu irmão de algo ou para o privar de alguma garota, o que é uma escrotidão desgraçada pois tudo  é facilitado pelo simples fato de ele ser o homemzinho.

Bufei frustada com os meus pensamentos e voltei a secar o rosto pela sei lá qual vez, de lá de baixo eu já não ouvia a música estrondosa e nem ao menos tantas vozes, eu tinha adormecido de tanto que chorei e despertei derrepente.

Voltando a chorar e tendo o desejo que meu pai tivesse um pingo mínimo de confiança em mim.

Cacei pelo meu celular sobre a cama e cliquei o power do mesmo, o acendendo e alarmando ser mais de quatro da tarde, meu estômago roncou alto até me assustando um pouco, me arrastei dali e entrei no meu banheiro, lavei meu rosto, prendi meu cabelo e me despi, tomei um banho morninho e sai do mesmo enrolada na toalha, me perfumei, vesti minha roupa e joguei meu celular no bolso da minha pantacout.

— Filha! Já ia mesmo atrás de você, te chamei mas você dormiu né?

— Dormi sim mãe... — afirmei sem ânimo e vi que só havia ela na sala com a minha vó Ná e do lado de fora meu pai batia uma bola com o Matheus. Minha vó me chamou e eu quase me deitei nela como se fosse um bebê.

— Está chateada, não é?

— Aí vovó, meu pai é tão complicado sabe e isso me magooa demais.

— Sabe que é apenas cuidado dele com você meu bem.

— Mas sufoca, caramba! — quase gritei e minha mãe me fuzilou com o olhar. — Desculpa.

— Ju, eu te expliquei várias vezes e você tem que se abrir com ele. Seu pai é cabeça dura pra caramba, só eu sei o quanto já me estressei nesses anos todos. — minha mãe revirou os olhos e eu dei um riso baixo.

— Eu já falei e ele nunca entende, ou se faz de sonso.

— Eu o que? — a voz do meu pai se agravou e tomou conta da sala.

Pulei do colo da minha avó e passei pelo mesmo dando de ombros. Ele apenas me olhou e felizmente não veio atrás de mim.
Fiz apenas um lanche rápido e voltei para a sala depois de jogar uma água na boca no banheiro de perto da cozinha, o que me fez lembrar do meu quase beijo com o Felipe.

Meu celular apitava no meu bolso e eu passei por meus pais que conversavam baixo sobre algo e posso ter certeza que minha mãe estava dando bronca nele, porque o mesmo estava com cara de cachorro quando cai da mudança.

Neguei afastando meus pensamentos e me joguei na outra poltrona, puxei meu celular e desbloqueei o mesmo. Vendo que havia mensagens do Felipe.


Ei, Julia?
Mano... teu pai é foda.

O que ele te fez?


Me ameaçou a tirar meu pinto!

😨😨
FELIPE!


Tô falando sério, garota.
Ele é surtado.
Não vou nem mais chegar perto de tu
apesar de que

De que o que?

Fê

Não terminou o seu trabalhinho

Que?


O beijo que teu irmão teve o prazer de atrapalhar.
Rola?

Sei não, Felipe.


Não sabe porque?
Você não é gamada em mim?
Já deveria ter certeza de me beijar.

Mano???
Que escroto.


Meu pau

Ah sim, vou avisar ao meu pai 😎


JULIA!
JULIA!
COÉ CARA
JULIA
porra

No meu olhar. 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora