capítulo vinte e dois.

850 50 21
                                    

— Ué, vim te ver já que você não me respondeu desde ontem quando saiu la de casa. — ele deu de ombros e eu continuei o encarando. — Eu trouxe pudim.

— Eu estou cansada, Neymar. Passei o dia na rua e para completar ainda me estressei agora pouco com a sonsa da sua ex. — passei por ele entrando na cozinha, peguei um dos pudins na geladeira e me apoiei no balcão, começando a comer. — Ela foi bem baixa e super grosseira.

— Ela só deve estar chateada com toda essa história do bebê e também por estarmos juntos. — a defendeu e eu neguei decepcionada.

— O que não deveria ser de tanta importância já que foi ela quem quis se separar de você, ou isso te afeta também... eu posso criar essa criança sozinha e você voltar para sua família linda e feliz. — ironizei e vi o Júnior soltar um suspiro pesado. — Eu sei que você ainda a ama Juninho, qualquer um em sã consciencia reconhece isso claramente escrito na sua testa.

— Isso não é verdade.

— Para de se enganar, por favor?

— Cath, eu não quero brigar, para com isso. — eu assenti sem tirar os olhos do meu pudim, senti o beijo do Júnior molhar minha testa e eu ali eu permaneci até terminar de comer.

Meu Deus, onde será que me enfiei.

— Tenho que ir embora, amanhã eu já saio cedo para me preparar para a final. Tá tudo bem?

— Depois conversamos, Júnior. Na quinta a tarde nos vemos na consulta. Eu te mandei a localização. — Me virei de costas para ele, joguei o potinho no lixo e lavei minhas mãos.

— Então você não vai no meu jogo? — neguei e me senti um enorme arrependimento logo em seguida quando encarei aqueles olhos esverdeados. — Ahhh, amor... Sério?

— Se eu estiver me sentindo um pouco melhor eu vou sim, Juninho. Mas não te prometo nada, eu sei que aquele lugar não é bem meu. Eu só... só estou cansando de tudo que fica ao nosso redor e sempre tem que ter resquicios do seu casamento no meio.

— É só de momento pô, ainda temos que nos acostumar com tudo e depois vai ficar tudo bem. — eu dei de ombros e selei sua boca.

— Independente de qualquer coisa te desejo muita sorte e um enorme parabéns por tudo que você trilhou ao longo de todos esses anos. — fiz um carinho em seu rosto e o Júnior me puxou para um beijo calminho e eu não queria mesmo que acabasse.

— Vou te esperar lá e se não for, eu vou entender. — me soltei do seu abraço e ele saiu da minha cozinha e logo do apartamento. Senti minha respiração se soltar com tanta leveza que eu arriscaria dizer que eu estava a prendendo e não tinha percebido. Voltei a sentir o mesmo formigamento na barriga, era estranho mas ao mesmo tempo o meu corpo parecia já conhecer aquela dorzinha insistente. Tratei de encher a banheira e entrei para relaxar meu corpo naquela água morna. Eu acho que acabei até cochilando ali, quando despertei a água já estava ficando fria e eu saí da mesma, me sequei, me enrolei em um roupão. Calcei por uma calcinha de algodão e com as laterais mais largas, vesti, joguei uma blusa do Júnior no corpo. Pedi um pizza pequena pelo delivery e fiquei na sala assistindo 13 desejos, eu definitivamente estou na fossa.

Júlia.

Minha mãe entrou em casa pisando fundo e eu que não iria me arriscar em perguntar o que tinha acontecido, me despedi da minha avó e peguei meu uber indo para a casa da minha avó Nadine.

*
— Acho que meu pai até foi um pouco grosseiro, sabe vó? Mas minha mãe também não deixa nada passar despercebido. — eu disse negando e minha avó riu, dividindo comigo um pote de sorvete de flocos.

No meu olhar. 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora