capítulo vinte.

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Neymar Junior.

Como que pode uma notícia repentina mudar pelo menos parcialmente meu sentimento, fui quase dando pulos ate a farmácia do condomínio e pedi dois do melhor teste que eles tivessem. Paguei e ainda deixei um a mais para que eles mantessem o maior sigilo possivel.

Passei na cozinha de casa e peguei uma jarra de suco e um copo, subi pulando os degraus de dois em dois.

— Comprei dois e esses não são daqueles que precisa do primeiro xixi. — Cath pegou a sacola de minha mão e eu lhe servi um pouco do suco, mas ela negou.

— Já tô cheia, Júnior. Vou fazer logo isto, antes que você dê um troço!

Ri e ela foi para o banheiro, acabei eu mesmo engolindo o suco. E comecei a andar de um lado para o outro pelo quarto. Júlia apareceu ali e me olhou confusa.

— Cadê a Cath? Para de andar assim, ja tá me dando tontura só de ver.

— Ela esta no banheiro. — minha filha assentiu e olhou para a minha cama que estava com as caixinhas dos testes, vazias. Ela as pegou e me encarou. — Sim.

— Meu Deus, pai!

— Mas isso não vai alterar em nada entre nos três ouviu? O matheus que deve ser um pouco mais ruim de jogo, mas logo pela manhã depois do meu treino eu vou atrás dele e resolvo tudo.

— Ah... ok.

— NEYMAR JÚNIOR, EU VOU TE ESGANAR!

— Parece que deu o que você queria, eu... eu... eu vou ir deitar. — tentei chamar a atenção da minha filha mas ela parecia longe demais e não digo fisicamente, a Cath saiu do banheiro em puro estado de choque e eu poderia gritar a minha felicidade.

— Continua com esse sorrisinho aí que eu vou te dar uns socos na fuça. Toma isso. MEU DEUS DO CÉU! — beijei seu rosto e encarei os dois testes positivos nas minhas mãos.

— Ain é só virose, Júnior. — remunguei tentando imitar a voz da Catherine e ela me apontou o dedo médio.

— Vai ver se eu tô na esquina, garoto. — ri dela e a puxei para os meus braços, apertei a mesma e enchi seu rosto e pescoço de beijos. — Para, Júnior! Eu tô a segundos de surtar.

— Surtar porque, amor? — selei sua boca e ela revirou os olhos. — Eu sei que ainda não oficializamos nada e, pô, independente de qualquer coisa, eu vou amar pra caralho essa criança.

— E onde os seus outros filhos se encaixam nisso? Sua ex mulher? Júnior eu sei o quanto você ainda é fodidamente apaixonado por ela e mesmo assim me arrisquei e olha no que deu. Caramba, eu nem sei se quero ser mãe e tenho certeza que vou ser pessima nisso.

Ela se soltou de mim e sentou na cama. Passei a mão pelo rosto e já tava ficando puto o que eu menos quero num momento desses é uma dr.

— A Júlia já sabe e não pareceu se atingir, pelos menos não demonstrou. Os meninos eu tenho que ver, ainda mas o Matheus depois de tudo que aconteceu hoje... E porque você taxou minha ex nisso? Já não é o suficiente o que temos para você ter o mínimo de noção que não vai existir uma volta?
— falei rapido demais e depois me toquei de que talvez tenha sido um pouco grosseiro.

— Você diz isso agora Neymar, viu ela hoje a tarde e já mudou totalmente. Só aliviou um pouco porque você  suspeitou de tudo isso e acabou sendo o que você queria. Porque é isso que você quer, foi por isso que vocês se separaram. Você queria mais um filho e não importava com quem! — ela havia se alterado de verdade e eu estava pisando em ovos.

— Isso não é exatamente tudo verdade, Cath. Eu já lhe contei tudo, antes mesmo de que ficassemos só nos dois e você, pelo menos naquele dia pareceu entender. — joguei meu corpo na poltrona do canto do quarto e fiquei mexendo nos testes que eu ainda segurava...

— Então me responde só uma coisa, você quer ter outro filho a qualquer custo ou apenas importava se fosse com a mulher que você ama? — ela me encarava sem vacilar e eu fiquei perdido, abri a boca e a fechava sem ter o que dizer. — Já entendi, eu... eu vou embora como era para ter feito mais cedo.

Deixei todo o peso cair de vez no acostamento da poltrona e apertei os olhos como se fosse fazer todos aqueles problemas sumirem quando eu os abrisse novamente. Quando os reabri a Cath já havia mesmo ido e eu já estava cansado demais para ir atrás de quem quer que fosse, no meu relógio se passava das duas da manhã,  deixei os testes em cima do criado mudo e me joguei na cama para apagar todo aquele dia da minha mente e conseguir descansar.

Júlia.

Quando eu despertei de novo ás nove da manhã, sentia todo meu corpo cansado mas eu precisava ir atrás de agir minha vida. Tomei um banho geladinho, escovei os dentes e penteei meus cabelos. Vesti uma roupa o mais fresquinha possivel pois a essas horas o Rio de Janeiro já dava um sol para cada um. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto, me perfumei e desci apenas com o meu telefone e minha bolsinha a tira colo. 

Meu pai estava entrando em casa com sua bolsa do treino e eu continuei arrumando minha salada de frutas e depois me sentei no balcão.

— Oi.

— Oi, pai de cinco. — sorri amarelo e ele deu de ombros. — Cadê a Cath?

— Ela foi embora ainda ontem, tivemos um pequeno desacordo. — ele se servia um suco de laranja e eu apenas assenti. — Você vai sair?

— Ainda não sei, mas acho que vou na minha vó. — o respondi e deixei meu pote por lá e depois lavaria, voltei ao meu quarto e calcei uma sandalia toda abertinha e desci chamando um uber. Meu pai já não estava por ali, peguei o uber minutos depois e logo estava no prédio da minha avó Fernanda. Paguei o motorista e o agradeci. — Já tem alguém acordado nessa bagaça?

— Aqui na cozinha, minha flor. — ouvi a voz de minha avó e deixei minha bolsa no sofá. — Bom dia!

— Péssimo dia! Estou morta de cansada parece que passou um furacão por mim. — minha avó riu e eu roubei alguns morangos que estavam cortados em um potinho. — Cadê minha mãe?

— A dona estressadinha ainda esta dormindo, ou pelo menos fingiu muito bem quando eu fui avisar que o Matheus iria brincar no campinho aquilo do lado com os vizinhos. — eu ri e acabei negando. — E seu pai?

— Está bem, eu acho. Feliz com certeza ainda mais agora.

— Ainda mais?

— É. Mas eu nem sei como vai se resolver toda essa confusão, ainda mas depois que minha mãe souber que a Catherine está gravida. — dei de ombros e minha avó arregalou os olhos, olhando além de mim. Fudeu.

— Aquela... ela... Como que é, Julia? — a voz da minha mãe saiu tão, mas tão baixa que me fez ter ainda mais medo de encarar ela e confirmar.

— Meu pai vai ter outro filho, ué. — eu disse ainda de costas para ela e minha avó passou a mão pelo rosto demostrando tensão e eu tava para ter uma crise de risos de tão nervosa que estava.

No meu olhar. 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora