capítulo trinta.

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Eu reconheceria aquele tom de voz rouquinho mesmo que se passasse milhões de anos, minha vista estava turva por conta do meu choro mas ao apertar os olhos pude ver direitinho a silhueta do Neymar Junior bem a minha frente. Eu praticamente o joguei no sofá e pulei em seu colo, buscando pelo mesmo carinho onde sempre foi e será o meu maior porto seguro. Meu peito estava chiando outra vez, meu choro estava baixinho mais incessante e molhava a camisa do Junior.

— Ei, calma. Calma, já está tudo bem meu amor. — eu assenti sem tirar meu rosto de seu peitoral, minhas pernas estavam uma a cada lado de seu corpo, sua mão afofava os meus fios loiros e me dava uma puta sensação boa de conforto. Controlei todo meu corpo e soltei um suspiro longo tomando coragem de encarar seu rosto. — Não fica assim amor, eu tô aqui e vou te ajudar.

— Não me deixa mais aqui sozinha, por favor! — sussurei e ele assentiu, selou minha boca com rapidez e eu me sentei ao seu lado, mesmo assim me aninhando em seu peitoral, ele foi deitando o corpo no sofá e me puxou para deitar quase em uma conchinha mas bem das desajeitadas. Meu rosto estava em seu peitoral e ele fazia um cafuné bem gostosinho em meu cabelo, eu não sei quanto tempo passamos nesse silêncio mas eu acabei dormindo.

(...)

Já estava bem de noitinha quando eu despertei sentindo meu estomago roncar de fome, as crianças estavam dormindo em um colchões daqueles de casal arrumado no chão do meu quarto e o Junior dormia ao meu lado apenas de samba-canção. Olhei para o meu despertador da cabiceira e se passava das sete da noite. Eu estava com dó deles por estarem cansado pois viajaram com rapidez até aqui, mas eu não queria descer sozinha, a casa estava silênciosa e isso indicava que o Gus e a Lô deveriam já ter ido embora. Ajeitei meu cabelo em um coque bem preguiço, me sentei na cama e olhei para o Júnior que estava se virando para o meu lado da cama.

— Junior? — sussurei próxima dele e ele deu uma resmungada baixinha — Você pode descer comigo? Eu tô morrendo de fome, mas não quero descer sozinha. — passei minha mão em seu rosto e ele beijou a palma de minha mão, abriu os olhos e eu encarei aquelas bolinhas esverdeadas se iluminando com a luz fraca do abajur.

— Quer comer o que, Nena? — falou todo rouco e eu sorri de canto de boca.

— Tô aceitando qualquer coisa. Vamos descer? — ele assentiu e saímos do quarto com cuidado. Eu desci na frente e o Junior veio logo atrás soltando um bocejo. — Desculpa por ter te acordado, é que eu estava com um pouco de medo. — sorri sem mostrar os dedos e ele me enlaçou pela cintura, deixou um beijinho molhar o meu pescoço.

— Não precisa se desculpar, amor. Tá tudo bem. — entramos desse jeito na cozinha e eu me sentei no balcão depois de pegar na geladeira um pouco de pudim de pão. — Fome de doce é mocinha? — ele riu e eu concordei bem cara de pau. — Vou fazer um misto pelo menos para você comer alguma coisa salgada.

— Poderiamos pedir uma pizza e chamar as crianças. — sugeri e ele abriu a boca me pedindo uma colherada do meu doce. — Eu estou me sentindo muito mais segura com vocês por aqui comigo. — admiti e senti minha garganta secar.

— Sempre vamos esta com você em todos os momentos, sendo bons ou ruins. — ele beijou meu ombro e ficou rolando o app para pedir as pizzas. — Quer que eu busque o Theus? Ele tá lá com as nossas mães.

— Minha mãe também veio? — ele assentiu. — Acho que ele já deve estar para dormir, Junior. E eu ainda estou me controlando, melhor deixar para amanhã.

— Tudo bem. — ele deu de ombros e eu desci do balcão, lavei o potinho e colher que utilizei para comer e me aproximei do Junior me encostando de frente ao seu corpo. Ele pousou a mão livre por dentro de minha nuca e ficou mexendo os dedos ali, fazendo um carinho gostosinho. — Que foi pra você está me olhando assim?

— Eu te amo, Junior. Muito. Muito mesmo ao ponto de fazer meu peito doer demais por todo esse tempo que ficamos longe um do outro. — ele soltou o celular no balcão e encarou meus olhos. — Eu queria muito que voltassemos a ficar juntos, voltar todos para essa casa e tentarmos de uma só vez sermos felizes. Não me importa o que você teve com sua namoradinha e eu sinto muito mesmo que vocês tenham tido uma esperança sobre um bebê e logo... logo descobriram que não era bem aquilo.
Eu vi nos seus olhos o quanto aquilo te feriu e eu me senti um dos monstros mais terrivéis no meio de tudo aquilo.

— Nena...

— Não Junior, me deixe falar. Eu preciso falar tudo isso que tá preso aqui dentro ou eu vou enlouquecer. — engoli em seco e ele beijou minha resta. — Junior, você ainda me ama e eu ainda sou a mesma de vinte e tanto anos atrás que só em te ver chegar mais perto sinto meu peito acelerar e borboletas voarem em minha barriga. Eu não sei muito ao certo se serei tola em te pedir desculpas por tudo que te falei e te fiz passar nesses meses. Mas é um desejo meu e se você não quiser me desculpar, eu vou tentar entender e te deixar livre para que você escolha quem quer. — me calei e ele ficou me olhando tanto tempo sem vacilar o olhar do meu que eu já estava começando a tremer de nervoso. — Junior?

×××××

oi gente, esse é o segundo cap da maratona que eu fiquei moscando e esqueci. perdoem-me!
logo terá o terceiro, logo eu digo que já vou escrever.
e vou fazer um bônus pra vocês.

No meu olhar. 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora