capítulo treze.

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alguns dias depois.

Neymar Júnior.

Acho que tem pouco mais de três semanas que não vejo a minha mulher e desde aquele dia apenas trocamos mensagem uma vez sobre algo relacionado ao Matheus e eu tomei ciência de que ela havia aceito o nosso tempo e eu estava respeitando tudo isso, mesmo que me incomode muito e a saudade faça doer.

Terminei de me arrumar colocando um tênis e desci para procurar a minha chave e depois ao dar a partida no carro, peguei o caminho para a casa do Cebola. Hoje tem o chá lá para saber o sexo do bebê.

Eatacionei em frente a casa dele e antes mesmo de descer avistei a Lorena entrando na mansão com Júlia e Matheus. Esfreguei meu rosto apreensivo, peguei os presentes e desci travando o carro em seguida.

— Até que enfim caralho, se enfiou naquele apartamento e não sai mais. — ri fraco da alteração do Cebola e dei de ombros entregando os presentes para ele e fizemos o nosso toque.

— Tá foda, irmãozinho.

— Bora beber e depois nos desenrola isso aí, Gustavo tá lá na churrasqueira. — balancei minha cabeça e entrei na casa.

Cumprimentei de longe alguns do que eu conhecia, peguei uma lata de redbull e fui atrás do Gustavo. Ajudei ele a assar as paradas e me sentei numa rodinha que havia o Gusta, Cebola, Jota e eu.

— Tá em um enterro Juninho?

— Me deixa na minha Jota, tô bem pra gracinha não.

— Quero só ajudar, pô. — ele fez rendição e eu neguei desviando o olhar e cruzando com o da minha mulher, que logo cortou o contato.

Deixei os moleques conversando entre eles e fui atrás dos meus filhos, falei com a Julinha que conversava com minha mãe e minha irmã. Por fim achei o Matheus no campinho junto de outras crianças e o Davi também.

— Eai coroa?

— Me respeita, moleque. Te dou uns tapão. — dei risada e o Theus correu. Fiquei olhando eles ali e me distânciei entrando na casa, esbarrei na mariane e desejei parabéns pelo bebê.

— Filho?

— Oi, eu tô bem, só não tô no clima pra ficar lá fora. — dei de ombros e ela riu ao se sentar do meu lado.

— Sei bem o nome do clima, Lorena.

— Tá foda hein. Não tô aguentando, juro.

— Vou te dizer o mesmo que disse para ela: conversem e cheguem a um acordo, isso não esta fazendo mal só pra vocês, tem Matheus, Júlia e também o Davizinho.

— Ela quer o divórcio, mãe. — engoli em seco e fiquei encarando a latinha de redbull que já estava vazia. — Eu não posso fazer isso mãe e nem consigo. Eu vou enlouquecer, estou enlouquecendo na verdade. Eu só quero ir para a minha casa e acabar com tudo isso.

— Ela também pode esta sentindo tudo isso, filho.

— Não tá mãe, não tá. Ela não falou diretamente comigo desde que saí de casa há quase um mês, não mencionou nada. Isso tá me machucando porra, eu não quero acreditar que ela não me ama mais e eu tô persistindo no que já acabou.

Só parei de tagalerar feito uma menininha, porque a Lorena passou por nos feito um jato turbinado e eu só encarei minha mãe e a mesma poderia escrever na testa que tem certeza que a Lore ouviu o que eu disse.

— Vai atrás dela e se bem conheço, ela deve estar nos fundos do jardim. Não briguem, por favor! Eu amo você e amo ela também e quero o bem dos dois, independente de qualquer coisa.

Beijei seu rosto e deixei minha latinha na mesa de centro e fui desfarçadamente para os fundos do jardim, onde a Lorena estava sentada na beira da piscina com os pés na água. Prendi minhas mãos nos bolsos da calça tentando evitar que eu agarrasse ela ali.

— Amo... Lore, quer conversar?

— Eu não deixei de amar você, Júnior. Eu só não queria continuar com todo aquele inferno quase diário que estavamos mantendo em casa. — encarei meus pés e ela saiu da beirada, ficando em pé na minha frente.

— Tá foda, cara.

Lorena.

Puxei um de seus braços para alcançar sua mão e entreçalar na minha. Encarei as duas que se mantinham em um encaixe perfeito a olhos nus.

— Vamos conversar ok? Eu também sinto sua falta e sei que tudo vai se resolver da melhor forma para nos dois. Mas por favor, eu não quero continuar com...

— Eu não assinar o divórcio nem por um caralho. — sua mão foi puxada da minha e eu me encolhi com o susto. — Isso não tem lógica caralho, eu te amo porra e você me ama, não ama? Pra que ficar fazendo isso,  Lorena!

— Não é só de amor que se mantém um casamento Neymar, você tem que deixar de ser mimado e passar a enxergar o meu lado também poxa.

— Você esta dizendo que tudo isso é porque eu venho te pedindo outro filho? — ele abria os braços, quase gritava e eu poderia ver seus olhos pegarem fogo e depois se inundarem com o seu choro. — Eu só queria um outro alguém com parte nossas Lorena, que fizesse você voltar a olhar a sua família, você desde que tomou pra si sua carreira vive apenas por ela. Mal para em casa, mal nos vemos, mal conversamos porque? Porque sempre tem um caso para resolver, uma ligação para atender ou algo do tipo. Você sabe que o Matheus está reclamando comigo a sua ausência? Sabe que a Júlia também sente sua falta? O Davi que nem seu filho de verdade é e veio me perguntar porque ele quase não te via mais. Porra, Lorena, estamos há mais de quinze anos juntos e eu tenho mesmo que me sentir sozinho naquela casa porque a minha mulher passou a ver apenas seu próprio mundinho?

A respiração dele estava muito, muito rápida e até me assustava. Eu neguei desesperadamente, limpei meu rosto com pressa e tentei me reaproximar para abraçar ele e o acalmar.

— Ei, calma. Não precisa ser desse jeito.

— Não. Eu não quero que você me tranquilize agora e depois me vire as costas. Eu tô de boa sozinho Lorena e pode ter certeza que você não é mais a única que pensa em acabar com toda essa porra de casamento.

No meu olhar. 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora