capítulo dezenove

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— Eu acho engraçado sabe Lorena, você quem se separou do Júnior, você assinou o divórcio sem pensar duas vezes e agora quer ficar bufando por ai, se mordendo toda de ciúmes? Não é você quem disse que superou? Ah, por favor né!

— Assinei sim! Me separei sim! E isso não quer dizer em caralho nenhum que eu já tenha esquecido ele. Ou você acha que eu vou jogar mais de quinze anos no lixo bem rapidinho? — gritei em puro desespero e minha mãe apenas negava.

— Amou tanto que na primeira crise de verdade que passaram, deu as costas como resposta. Agora aguente, porque até agora a única que está sendo absurdamente mimada e infantil é você, você lhe deu liberdade e ele está batendo asas. Simples! Atura e para de surtar. — eu saí batendo pé em perfeito estado de mimação, guiei para a sacada do meu quarto e fechei a porta atrás de mim.

Tinha meses que eu não encontrava com o Júnior e eu basicamente tinha calculado e ensaiado para esse reencontro mas tudo saiu por fora dos meus planos e do meu controle. Ele me escondeu algo que eu tenho sim direito de saber ele querendo ou não. Não por mim, tá, ok, talvez seja por mim sim. Mas em principalmente pelo Matheus que ficou devidamente abalado, se o Júnior estivesse contato tudo de ante mão no mínimo o nosso filho já estaria baseadamente calmo, mesmo que recioso, mas saberia que o pai teria um alguém.

Eu já não sabia como e nem por quanto tempo eu fiquei ali, sentindo o vento gelar ainda mais meu rosto que estava molhado por meu choro, meu peito já chiava e meu corpo se sacudia com os soluços. Acabei adormecendo no djavan que tinha ali e me despertei  com algumas buzinas vindo de longe. Me levantei sentindo todo meu corpo doer em principal a minha cabeça que latejava e me dava tonturas. 

Me joguei com roupa e tudo debaixo do chuveiro, deixei a água morna relaxar meu corpo e me acalentar. Tirei toda a roupa, juntei e as coloquei na pia. Me sequei, coloquei uma toalha enrolada no corpo e outra no cabelo. Peguei as rouoas depois de torcer as mesmas e levei para a lavanderia, jogando na maquina e ligando a mesma. Voltei para o meu quarto e me vesti com um babydoll fresquinho, esfreguei a toalha do cabelo no mesmo e passei um creme, passei um desodorante e desci para ver a máquina, ainda faltava alguns processos e eu deixei a mesma por lá.
Olhei no relógio da cozinha que se passava das três da manhã, fiz um chá de camomila e subi, passei pelo quarto da minha mãe e vi o Theus por lá junto de sua avó. Fechei a porta novamente e fui tratar de terminar meu chá e voltar a dormir.

Catherine Bascoy.

O Junior já tinha me avisado que o filho dele chegaria de hoje para amanhã aqui no rio e depois de tanto tempo que eles não se viam e também por conta do Matheus ainda não saber de mim, eu achei que seria melhor ficar uns dias sem aparecer por aqui e estava justamente conversando e me despedindo dele quando o furacão passou por aquela casa e deu toda aquela confusão. Eu estava apreensiva esperando o Júnior voltar já que ele havia ido atrás da ex mulher e do filho, o que não durou tanto já que ele logo voltou esfregando o rosto, sem me encarar em nenhum segundo. Passou diretamente por mim e eu fiquei um tanto assustada, mas não iria deixar ele sozinho sem garantir que ele realmente estava bem.

A Julinha já havia se trancado no quarto dela e me disse que preferia não se meter em nada. Ou seja, era apenas eu.

— Meu bem?

— Cath, ele disse que me odeia... caralho. Eu não sei o que vou fazer com esse moleque. — meu peito se doeu todinho e eu me aproximei com cuidado dele, sentei no braço no sofá em que ele estava e passei minha mão por seu cabelo, lhe dando um cafuné.

— Vai ficar tudo bem Ju, ele só ficou nervoso. Não era nada do que ele esperava ver quando chegasse aqui. Ele é uma criança e só disse sem pensar.

O Neymar negou desesperadamente e voltou a esfregar o rosto até com certa raiva, fazendo seu relogio lhe arranhar e causar um pequeno corte pouco abaixo de seus olhos. O puxei para mim e desci para perto dele, o encaixando no meu abraço e deixando beijos em sua cabeça e rosto. Deixei que ele se acalmasse e levantei seu rosto para mim.

— Desse jeito vão pensar que eu andei te batendo, menino. — fiz graça e ele deu um riso baixo, passei a ponta dos dedos sobre o corte e encarei seus olhos. — Está mais calmo?

— Uhmm...

Sorri de imediato e selei sua boca. Me levantei e o puxei junto. O guiando para o andar de cima e entrando em seu quarto.

— O que você quer fazer?

— Vou te dar um banho, você vai relaxar e tentar descansar. Amanhã você resolve isso, ok? — ele assentiu com uma carinha tão tristinha que eu só sentia uma vontade enorme de aperta ele todinho e proteger de tudo.

Puxei sua blusa pela barra e tirei de seu corpo revelando seu abdomén totalmente definido e cheio de tattoagens. Enchi a banheira enquanto ele ajeitava algo para vestir depois e logo entrou, fiquei ao lado de fora, sentada no sanitario, com a tampa fechada obviamente e o olhando ele que havia quase deitado todo o troco e estava com a cabeça apoiada na beirada e de olhos fechados.

Tem pouco mais de uns três meses que estamos nesse namorinho de nada assumido... Eu taxaria mais como um ficante fixo, já que eu não recebi nenhum pedido de namoro e não posso afirmar sentir amor, pois não sinto. Sinto carinho e um apego enorme por ele, já nos conheciamos há alguns anos e nunca havia rolado absolutamente nada nem mesmo interesse. Acabamos ficando em uma festa que fomos de amigos em comum aqui do Rio e depois disso embalamos nisso e estamos indo, e agora mesmo que pareceu se afirmar...

— Você não enjoou hoje, não é?

— Estranho, mas não. Deve foi algo que comemos por esses dias no Japabox. — ele me encarou e vi um sorrisinho brotar no rosto dele. — Ai meu Deus, o que você tá pensando Juninho?

— Sabe que né, pode acontecer né... — ele parecia ter medo ou só estava enrolado mesmo e eu ainda não tinha entendido.

— Acontecer o que criatura, já disse que foi só um mal estar e eu também misturei muita coisa, pode ser um virose só e... Meu Deus! — me deu um estalo na mente e ele abriu um sorriso ainda maior.

— Você pode estar com um bebê, amor e não uma virose.

— Você fica uma gracinha falando assim, mas não, impossivel. Meus remédios estão todos em dia.

— Podem falhar fácilmente. — ele insistia com um sorriso no rosto e eu queria socar-lo de tão lindo que ele fica assim. — Hein? Vamos fazer um teste pô, topa? — ele já tava saindo da banheira e puxou a toalha para de secar.

— Não, Júnior! Tá tudo certo comigo, para de neura.

— Tão certo que nem tpm teve, né, Catherine? — ele debochou e eu bufei me dando por vencida.

— Tá bom, coisa chata, vamos fazer só pra você ver que eu estou certa! — falei firme ele negou enquanto ria. Esperei o bonito terminar de se secar e saí do banheiro depois de lavar as minhas mãos. — Vá lá comprar, eu tô cansada.

Sorri amarelo quando ele me olhou e ele assentiu.

— Bebe uma aguinha aí, pra hidratar o bebê. — semirrei meus olhos para ele e lhe taquei um dos travesseiros da king.

— Some daqui, Neymar Júnior!!! — esbravejei, ele me deu língua e eu acabei dando risada. Garoto maluco.

No meu olhar. 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora