capitulo vinte e nove

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Lorena.

Meu corpo despertou e estava me sentindo completamente zonza, minha vista demorou para se centralizar e finalmente me fazer enxergar da forma correta mesmo que o quarto estivesse apenas iluminado pelo abajur, notei o corpo magricelo de Júlia em minha frente e ela parecia ter pegado no sono. Lapsos de horas atrás atingiu em cheio a minha mente e eu me encolhi na cama abraçando meus joelhos, meu corpo inteiro se estalou porque talvez eu já estivesse dormindo tempo demais em um só jeito. Acabei soluçando alto e a Júlia girou de forma brusca me olhou nos olhos e de alguma forma a inversão da vida foi feita. Agora eu quem era o bebê que ela embalava em seus braços e me fazia ter a sensação que era ninada enquanto ela repetia seguidas vezes que tudo iria ficar bem. Acabei chorando por tanto tempo que votei a dormir.

nove e cinquenta e sete da manhã seguinte.

Eu pulei na cama com o pesadelo que me assombrou com tudo que aconteceu na noite passada, era tão real e medonho que eu poderia jurar que estava outra vez passando por tudo aquilo. Meu peito se tremia inteiro e minha boca estava aberta emitindo o som de meu grito. Me acalmei em alguns instantes e notei que estava sozinha no quarto, tomei ciência de meu corpo e me levantei quase por me arrastar até o banheiro. Não tive coragem de me olhar no espelho. Acho que na real era medo e nojo de me encarar e ver o quão suja eu estou... o tanto que aquele homem me destruiu e talvez isso seja a pior das sensações.

Deixei que a água gelada caísse com força sobre mim, me agarrei na esponja de corpo e passei a esfregar a mesma com tanta força que poderia sentir pequenos arranhões me atingirem. Meus olhos ardiam com o meu choro, minha respiração estava fora de controle e nesse momento eu só queria não ser eu.

Eu ainda me sentia suja mesmo depois de passar tempo o suficiente dentro do banheiro para a Júlia bater na porta do banheiro e perguntar se eu estava bem e eu apenas balbuciei um sim e ela se afastou depois de um tempo. Me enrolei na toalha e sequei meu cabelo de qualquer jeito, me enfiei no closet e busquei por uma calcinha, um conjunto de moletom largo. Não estava tão frio em Barcelona mas talvez seja porque eu estava meio febril. Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo bem do preguiçoso e desliguei as luzes quando saí do quarto e desci pedindo muito que só houvesse a Julinha em casa, mas pelo falatório já era de se esperar que não, desci quieta e todos pararam o tal assunto quando eu apareci por completa no beiral da escada já quase pisando no chão da sala.

— Vem cá! — Gusta se pronunciou e sua voz tava bem rouca quase que não saíu de sua boca. Eu apenas assenti e passei os olhos pela sala. Lorrane, Gustavo, Júlia e Davi.

— Obrigada Gu, eu amo você muito e não quero mem imaginar o que iria acontecer se...se.. — me danei a falar e me engasguei com minhas próprias palavras, eu já estava sendo abraçada por ele e ele assentia acima de mim. Beijou minha cabeça e eu fechei meu olhos os apertando para que eu não voltasse a chorar, estava me sentindo cansada demais até para isso.

— Não precisa ficar assim meu amor, eu faria tudo de novo. Quantas vezes fossem precisas. — eu assentia com rapidez e encarei seu rosto, ele segurou meu rosto e deu um meio sorriso para me confortar, beijou meu rosto e minha testa. Olhei suas mãos estavam com um cheirinho daqueles gel que dá uma gelada em nossa pele e logo aliviam incomodos, eu sabia que aquela sequência de socos lhe renderiam machucados.

— Lô, você precisa comer um pouco. — assenti para a minha amiga e senti meu estomago se revirar de fome. — Vamos? 

A segui e deixei os outros três pela sala, a Lorrane me serviu um pouco de café bem quentinho e um misto quente. Eu comia em silêncio e ela me olhava atenta. Besliquei um pedaço de bolo sem tanta vontade de comer-lo.

— O que aconteceu depois de...

— Não se preocupe com isso, Lô. Já está tudo bem. — assenti e ela me abraçou de lado. — Quer comer mais um misto?

— Não amiga, obrigada. Eu tô bem. — engoli a seco a minha última fala sabendo o quanto aquilo não era verdade. Beijei seu rosto e saí da cozinha, voltei para a sala e o Gus estava dando o seu cartao para as crianças irem a algum lugar. — O que eles vão fazer?

— Vamos aqui no mercado mãe, já já estamos aqui. Tá? — Davi me respondeu e eu assenti, o abracei e ele deixou o beijo estalado em meu ombro. — Eu te amo, muito!

— Também amo você, loirinho. Toma conta da Julinha. — o olhei nos olhos e ele deu o mesmo sorriso que o pai tem. O soltei e ele saiu gritando pela Julia.

Gustavo me deixou pela sala dizendo que iria comer algo e eu assenti, me deitei no sofá e senti meu corpo se arrepiar, me encolhi e abracei meu joelhos. A voz do Leonard estava ecoando em minha mente.

Acho que sua voz iria me enlouquecer de uma só vez se você soltasse um gemido rouco.

Vamos lá, Lorena. Eu sei que você é capaz disso e vai ser ainda mais quando me sentir dentro de você, huh?

Meu corpo inteiro estava tremulo, meu choro caía sem me pedir permissão alguma, me apertei mais ainda, esfreguei meu rosto e apertei os olhos tentando tirar todas aquelas imagens da minha mente, a voz, os olhos que pegavam fogo, os toques que me destruiram.

Nena?

××××××
eu estou real sentindo dó dela, tadinha da minha bebê. mas tudo vai melhorar, logo! 🙏


××× fiz uma votação básica no grupo e o resultado foi uma pequena maratona aqui, este é o primeiro capítulo e logo terá mais dois.

quem ainda não entrou no grupo, me mandem mensagem ou o número aqui que eu adiciono lá.

No meu olhar. 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora