Julia
Eu estava terminando meu café da manhã quando ouvi a voz da minha mãe na sala, deixei meu potinho na pia e caminhei até lá. Ela estava se sentando e meu pai entrou logo depois. Quase esfreguei meus olhos para ver ser seria mesmo aquilo, e eu não iria segurar mesmo a minha língua.
— Ué, chegaram juntos é? — apontei para os dois e a Valen estava no canto da sala e deu risada entendendo bem onde eu queria chegar.
— Ih garota, para de ser neurotica. Não posso chegar depois dela que eu passei a noite com ela?
— PAI!
— NEYMAR JUNIOR! — minha mãe esbravejou alto, ele gargalhou e jogou um beijinho para ela. — Enfia o beijinho no rabo, seu ridículo!
— Que isso tia! — minha amiga também não vale o prato que come e colocava ainda mais lenha na fogueira, minha mãe riu e se embolou toda explicando que era apenas algo comum e não tinha nada de errado ele ter chegado quase junto dela. Eu ri muito e o Davi entrou com o Felipe, molhados da piscina.
— Caraca, mãe, achei que não ia te ver antes de voltar para o Canadá. — É, ele tem passado os últimos meses lá, fazendo um intercâmbio.
— Oi amor, vem aqui. — ela o abraçou meio sem jeito, por ele estar molhado e eu guiei meu olhar para o Fe, que encarava meu pai meio sem graça. Meu pai ridículo do jeito que é, cruzou os braços, me olhou, voltou o olhar para o Fe e sinalizou em seu pescoço uma ceifação.
— Meu Deus pai, deixa o garoto! — murmurei e puxei o Felipe para irmos para a parte da piscina, estava cheio de amigos do meu pai, tinha churrasco e muita bebida.
— Teu pai me assusta. — ouvi o Felipe dizer depois que nos afastamos mais da festa e eu ri.
— Não liga não, ele só faz pra zuar com a tua cara. — Felipe negou e por fim nos sentamos no gramado do mini campo de futebol.
— Resolveu que vai me ouvir, Julinha? — senti ele sacolejar meu corpo com um ombro a ombro que ele me deu.
— Talvez porque eu nunca aguento mais você me enchendo o saco, e então e melhor acabar logo com isso. — ri pelo nariz e ele assentiu, se endireitou, colocando seu corpo para trás, apoiando pelas palmas das mãos no chão.
— Posso perguntar só uma coisa antes?
— Pode, Felipe!
— Você tá com alguém aqui no Rio?
— Ué, com meu pai.
— Julia, não foi isso que eu falei.
— Ahn, desculpa sou lerda. — ri sem mostrar os dentes e ele riu alto. — Mas não, não estou com ninguém. Não seriamente. Porque me perguntou sobre isso? Logo isso?
— Ainda não tá tão na cara que eu tô amarradão em você? — engoli em seco e ele voltou a ficar mais próximo de mim. — Julinha... desde que você veio para cá e eu fui para o Canadá junto do DL, eu comecei a ver o quanto as minhas impricâncias com você escondia algo.
— Eu não estou entendendo Felipe, você esperou todo um ano para ouvir os teus sentimentos? Você tá de putaria com a minha cara né?
— Não mano, porra Julia. Me entende!
— Não tem como! Não tem mesmo como te entender nem se eu quisesse iria conseguir. — bigarrei e ele olhou dentro dos meus olhos. — Felipe, eu fiquei meses lhe dando todos os sinais do quanto eu era afim de ficar com você e talvez até tentar algum namoro... você se fazia de maluco e sempre acaba indo atrás de outra pessoa. Me dava um pontinho de esperança e destruía o mesmo pouco tempo depois.
— Eu sei, me desculpa. Pô, depois que você começou a se afastar de vez de mim eu realmente fiquei meio sacudido, tá me entendendo? Era meio confuso pra mim, mas eu tava até tentando te achar nas minas que eu ficava, até mesmo lá no Canadá. Coé, nem me dar um chance de te provar que eu tô afim de você, de verdade, não mereço não? Depois você pode mandar teu pai realizar o sonho dele que eu nem vou ligar.
— Felipe! — exclamei sem ter o que dizer e ele sorriu todo bonitinho e ajeitou meu cabelo colocando para trás do meu ombro, se inclinou deixando um beijo no meu ombro e levantou o olhar para o meu, olhou para minha boca e eu sentia todos os meus musculos pularem em choque. — Fe, não faz isso comigo, cara...
— Se der tudo errado, eu mesmo sumo, não vai nem precisar se dar ao trabalho de me dizer nada. Só fica comigo, Julia e eu posso te mostrar que não sou o mesmo infantiloide de antes. — seu hálito de menta soprava em meu rosto e eu quase fechei os olhos para me deliciar mais com o frescor. — Hm?
— Se você pensar em me magoar, eu mesma arranco teu pinto e ainda dou para o Poker comer, ele ta velhinho, mas ainda aguenta ouviu? — ele assentiu sorrindo e fez um carinho na minha bochecha. Encurtou a pouquissima distância que existia entre nos dois. Selou minha boca com cuidado e eu sorri, lhe dando liberdade para iniciar de vez o nosso beijo.
caraca, muito tempo que não posto aqui.
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No meu olhar. 》 NJR
FanfictionNo meu olhar, você será para sempre minha eterna menina, aquela que quando estava brava eu conquistava com um picolé de morango. aquela que cresceu em um piscar de olhos e isso me intriga, me faz ter um ciúmes e sua mãe dá altas risadas dos meus su...