capítulo onze

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Lorena

É muito complicado ver que depois de tantos anos Júnior e eu estamos nos perdendo em meio a nossa rotina e o cansaço que tudo esta gerando e afetando nos dois, nosso casamento e isso me faz pensar em quanto mais iriamos aguentar até chegarmos ao um acordo final.

Sendo a separação ou não, o que for melhor para nos dois e os nosso filhos irão aceitar tudo que vinher.

Quando levantei, ele já tinha saído de casa. Desbloqueei o meu telefone e respondi algumas mensagens, inclusive a do Leornad, meu novo sócio no escritório. Hoje ele passaria de vez para lá e eu teria que chegar logo.

Me arrumei colocando uma saia lápis amarronzada, uma blusa xadrez social, soltei meu cabelo e penteei o mesmo, passei uma maquiagem bem franquinha, desci ajeitando as coisas dentro da bolsa. Tomei apenas um suco e as crianças também já tinha ido para a escola.

Depois de alguns longos minutos em um trânsito incomum para Barcelona, estacionei em frente do escritório, olhei meu celular na intenção de achar alguma mensagem do Júnior, mas como sempre...não havia nada.

— Olá, Lorena! — sorri assim que entrei no escritório.

— Bom dia, Leornad! Já se instalou em sua sala? — Deixei minha bolsa em cima da minha mesa e me virei para encara-lo, ele olhou rapidamente para as minhas coxas e voltou a me olhar.

— Sim, está tudo certo. Logo irei para uma audiência, será que você poderia dividir sua secretária comigo por enquanto? — ele tinha os olhos claros, era bem bonito e falava muito pontualmente. Cruzei meus braços apreensiva e assenti.

— Claro, sem problemas. — pisquei um pouco incômodada e ele assentiu, dando as costas e saindo da minha sala, fechando a porta atrás de si.

Soltei meus braços e os sacudi tentando tirar essa tensão horrivel, estranho. Mas talvez seja apenas coisas da minha cabeça.

Puxei os processos que eu tinha que colocar em ordem e dei ínicio ao meu dia.
Só parei no almoço e encerrei tudo ás 17h, fechei meu nootbook e saí carregando o mesmo nos braços, tranquei minha sala e caminhei até o meu carro. Onde o Leornad estava estacionando o dele bem atrás. Sorri e destravei o carro, guardei minhas coisas e fechei a porta do carona.

— Já encerrou por hoje, Lorena? — assenti e ele coçou a nuca, me medindo das cabeças aos pés. —  Fiquei tanto tempo preso no forúm que mal percebi o tempo a correr.

— Sim, hoje foi bem agitado. Mas consegui terminar tudo. — ele assentiu e eu me despedi do mesmo, entrando no carro e dando partida para casa.

Deixei o carro na minha vaga, peguei minhas coisas e travei o carro. Fui direto para o escritório e largueu tudo lá, tirei o cardigan e o pendurei por lá também.

— Oi mãe, sabe onde o pai tá?

— Sei não, amor. Ver se ele esta pela academia. — beijei seu rosto e baguncei seus cabelos loirinhos, mesmo hoje em dia ele estando até mais alto do que eu.

— Caraca, mãe!

— Sem reclamações, Davi! — o soltei do abraço que tinhamos dado e ele correu para a parte externa da casa. Depois de um banho de banheira, vesti um pijama soltinho, me perfumei, escovei os dentes e desci olhando algo para pedir no app de fastfood.

— Oi mamy!

— Oi, boneca. Cadê o theus? — me joguei no colo dela e a mesma começou a encaracolhar os fios do meu cabelo.

— Ahn, ele foi dormir na vó Ná, amanhã ele tem conselho e aproveitou né? — ri e assenti, falei com minha sogra e a mesma dizia que ele estava bem e na quinta, depois da aula, iria traze-lô.

— Mãaaaaaaaaae.

— Para de gritar, retardado, me viu aqui não? — levantei o olhar e o Davi riu todo todo e se jogou em cima de mim. — Ai Davi, que droga. Tá pesado! 

— Sou gostosão, é diferente de gordo. — ele ria e me dava beijos no rosto, Júlia conseguiu sair de perto de nós dois e ficou remungando. — Vamos pedir pizza e açaí?

— Depois diz que não é gordo. — Ri e ele me mostrou a língua. Dei um tapa na sua cabeça e ele remungou.— Achou seu pai?

— Aham, tá terminando lá. Me dá um espaço aí, você nem ocupa isso tudo de sofá. — Deitei de lado e o mesmo se enfiou do meu lado, jogando as pernas em cima de mim e puxou o meu celular, abrindo outra vez o app de comida.

Acabamos pedindo por duas pizzas famílias e uma barca grande açaí. Se ia dar um reverterio na barriga? Com certeza, mas eu que não ia negar né?

Júnior só apareceu bem depois, de banho tomado e foi bem na hora que tocaram a campainha, Davi o ajudou a pegar as coisas e lanchamos em uma paz absurda. Tirando as implicâncias entre Davi e Julia.

Assistimos alguns episódios de uma série nova que Júlia estava acompanhando. Por volta de uma da manhã, Júlia e Davi se renderam ao sono ou apenas fingiram para que o pai deles e eu conversassemos diretamente. Sem evitações o que mesmo sendo ridiculo era o que estava sendo feito.

Comecei a recolher todos os copos e afins que sujamos e o Júnior estava me acompanhando na limpeza, quieto, mas estava.

— Júnior, eu fui muito grossa ontem em mencionar o que nos machucou muito no passado. Me desculpa, eu só...só fiquei um pouco nervosa e disse sem pensar.

— Ultimamente tudo, tirando o seu trabalho, lhe deixa nervosa. Tudo você quer resolver a base de gritos e eu fico puto, sabe que eu não suporto essa porra. — o observei guardando o que havia sobrado e eu me calei, tomando frente de lavar as louças sujas. — Você poderia ter mais tranquilidade? Deixar o teu stresses da porta da nossa casa para fora.

— É complicado, Júnior.

— Não, não é! Quando eu perco nos meus jogos ou alguma competição e fizer o mesmo que você, você vai ficar puta como ficava em todas as vezes que isso acontecia. — Ele estava apoiado do lado da pia, sem me olhar, mas gesticulava muitas vezes. — Caralho Lorena, é questão de lógica cara, se eu aprendi a me controlar, a engolir o meu stresses e entrar aqui de boa. Porque você não pode?

— Tá ok, eu vou tentar.

— Tentar não. Consiga. Pois já basta o inferno que esta entre nos dois, nossos filhos não tem nada haver com isso. Eu estou exausto de tudo isso, na moral. — eu engoli em seco e ele saiu da cozinha, pisando fundo até o andar de cima.

Deixei o que lavei na secadora, sequei minhas mãos e fui passando pelos cômodos e desligando as luzes. Respirei fundo soltando o ar que estava pesando dentro de mim e entrei no quarto.

— Nós estamos perdidos, tudo está se perdendo e isso dói demais. — eu falei baixo, olhei rápido para o Júnior e o mesmo largou o celular e me encarou, desvieei o olhar e entrei no banheiro. Escovei meus dentes e encarei o meu reflexo no espelho, que há anos não vejo tão acabada.

Mas isso ainda nem é o começo.... Balancei minha cabeças tentando organizar meus pensamentos, saí do banheiro e deixei meu corpo quase se lançar na poltrona do canto do quarto.

— Vem aqui, Lorena.

— Eu quero o seu bem Júnior, juro. E eu estou fazendo muito mal pra ti e pra mim também, tô afastando nos dois e isso é horrivel. Me despedaça inteira, é foda cara. Eu tento segurar as pontas, tento ficar mais tranquila. Mas minha mente esta girando a milhões e fazendo meu corpo agir com a mesma intensidade. Não quero continuar te afetando, te tratando desse jeito, te fazendo mal...

— Lore.

— Eu quero o divórcio, Neymar.

— .........

No meu olhar. 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora