capitulo vinte e oito.

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— Ah, claro que precisa. — Ele riu de si mesmo e eu fechei meus olhos pedindo com todas as minhas forças que ele não chegasse até onde ele realmente queria.

Senti o laço do meu robbe se desfazer, meu corpo inteiro se arrepiou, minha garganta secou e eu não conseguia ao menos calcular algum ato possivel para me soltar dali. Ele estava me mantendo totalmente presa nele e eu posso afirmar com toda a certeza do mundo que eu nunca desejei tanto não ser mulher. Suas mãos estavam abaixar o robbe de meus ombros, eu não tinha coragem para abrir os olhos e encarar tudo aquilo. Sua respiração soprava forte e quente por toda a minha pele, sua boca encostou em meu ombro esquerdo e eu engoli meu corpo.

Po..por...por favor.

— Acho que sua voz iria me enlouquecer de uma só vez se você soltasse um gemido rouco. Vamos lá, Lorena. Eu sei que você é capaz disso e vai ser ainda mais quando me sentir dentro de você, huh? — sua boca estava próxima demais da minha, eu abri meu olhos no mesmo segundo que senti um peso enorme me puxar e ver o Leonard cambalear para o outro lado. Meu corpo se chocou com a parede atrás de mim, meu choro caía incessantemente mas ainda assim eu conseguia identificar a imagem do Gustavo em cima do Leonard, esmurrando seu rosto sem dar pausas.

FILHO DA PUTA, EU VOU ACABAR COM A TUA VIDA SEU DESGRAÇADO! — eu não estava conseguindo reconhecer o meu melhor amigo ali, na minha sala, totalmente transformado.

Tentei me situar logo, peguei o telefone fixo da casa ainda tremula e disquei para a policia local. Não me lembro de como eu disse algo de concreto mas parei ao ver o Gustavo encarar as mãos sujas de sangue e o Leonard completamente desmaiado no chão, seu rosto estava desfigurado e sangrava bastante. Seus olhos inchados e com certeza ficaria com hematomas. Meu estomago voltou a se embrulhar, o telefone foi puxado da minha mão e Gustavo preencheu o meu campo de visão, segurou o meu rosto com um tanto de força e me puxou para olhar em seus olhos.

— Loira, aqui. Olha pra mim... Aqui meu amor, pra mim. Isso aqui não é sua culpa, está me ouvindo Nena? Está me ouvindo? — sua voz estava embargada, seu choro tava tão presente quanto o meu ali. Meu corpo começou a falhar ao comando do meu cerebro e tudo escureceu.

Gustavo.

Depois que a policia retirou aquele verme da sala da Lorena, eu subi de volta para o quarto dela e entrei vendo que ela ainda estava apagada. Os paramédicos que atenderam ela constaram que de fato ele não chegou ao ato final, mas por ela ter se assustado demais com toda aquela porra, atingiu um pico enorme de stresses e isso causou o desmaio. Pedi que a dopassem ou eu iria enlouquecer se ela acordasse e eu ainda estivesse aqui sozinho.

Meu corpo ainda estava fervendo com tudo aquilo e com certeza eu ainda iria ter algum problema com a justiça, mas que se foda, não iria deixar ele terminar de fazer aquilo com a minha loirinha.

— Amor? — encarei a Lorrane na entrada do quarto e neguei em frustação. Corri para ela como se fosse um bebê e a mesma me acolheu em um abraço mesmo que desajeitado por eu ser mais alto. — Ei, ei! Sem chorar, você não pode ficar assim.

— Lô, se eu tivesse chegado antes mano... Ele não... — funguei e ela puxou meu rosto para olhar em seus olhos, secou meu choro.

— Você fez tudo que pudia meu amor, não tinha como você adivinhar que iria acontecer tudo aquilo antes de você chegar, ok? Você a salvou, mesmo que você pense diferente disso. — selei sua boca e ela entrelaçou nossas mãos. — Como ela tá?

— Ainda não acordou. Pedi pra doparem ela, as crianças já pegaram um voô. Juninho tá loucarasso!

— Ai meu Deus, viu! Eu nem sei o que fazer pra ajudar vocês. — eu neguei e a puxei para descermos para a sala. — Vai lá para a cozinha, faz um chá enquanto eu dou um jeito aqui, tá bem? — assenti e tentei não olhar em volta e fui direto para a cozinha.

No meu olhar. 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora