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Tony se levanta do chão e me encara.

- Eu tenho os mesmos hábitos de um lobo normal. Esse negócio de que continuo humano não é verdade. - ele diz. Camille para de frente com ele e o rosto dela muda. Ela faz o barulho que lembra a um jaguar e arregalo os olhos. "O animal que passou aqui era ela?!" Tony rosna e é muito estranho. Os barulhos definitivamente são de animais, mas eles são definitivamente humanos.

- Chega vocês dois! - Helena grita e Mike abraça ela por trás.

- Deixa o Tony. Foi a primeira vez que ele mostrou a forma animal dele para uma humana, e é a chapeuzinho. - ele diz. Tony para de encarar Camille e olha para trás.

- Não chame ela assim! - ele diz com a voz mais grave do que já é e meu coração acelera. É assustador. Ele volta a olhar para Camille e ela recua e se senta ao meu lado no sofá. "Ele está bravo!?" Seguro a mão de Camille. Ela me encara com um rosto dócil e sorrio.

- Você era o Jaguar? - ela assente.

- Tem alguns de nós na floresta ainda. - assinto.

- Vocês vão morar aqui? - pergunto sorrindo. De alguma forma quero continuar vendo as transformações. Ela nega.

- Vamos embora logo. Viemos conhecer Tony. Helena disse que tinha um lobo solitário aqui. - ela revira os olhos. - São chamados assim quando não andam com a família e nem em bando. - assinto e olho para Tony. Ele está escorado na porta olhando para fora.

- Ele tinha uma família ... - digo me sentindo triste. "Mas ele não me considera como família e agora entendo o porquê! Uma humana não deve ter valor para um híbrido." Olho para Camille. - Estou feliz de ter vindo aqui hoje. - digo. Ela sorri e olha para Helena.

- Ela podia dormir aqui não é? - Helena sorri.

- Não! - a voz de Tony soa ainda está mais grave do que o normal. Engulo seco. Ele olha para trás e caminha para o sofá. Camille se levanta e caminha para perto de Helena. - Ela vai para casa. - ele diz e se senta ao meu lado. Helena revira os olhos.

- Então leve ela. Está anoitecendo. - Helena diz. Me levanto.

- Bom... Obrigada por me receberem. - digo e olho para Tony. - Vamos? - ele se levanta. Caminhamos para fora da casa e ouço um uivo na mata. Tony para perto da moto e me entrega um capacete. - Esse uivo é de quem?

- Philipe. Você vai conhecer ele, mas não hoje. - ele diz e franze o cenho olhando em direção a mata. Um lobo pula para fora da mata e é um pouco menor que Tony, mas tão assustador quanto ele quando está com os dentes a vista em forma de animal. Ele se aproxima da moto. Meu coração acelera. Tony sobe na moto e estende o braço em minha direção. - Sobe. - ele diz. Subo na moto e o lobo me cheira e morde minha calça. Grito.

Ele puxa minha calça e rasga até a altura da coxa. Quase caio da moto. Desço em seguida e Tony desce da moto furioso.

- Seu ... - ele bate com as unhas no pescoço do lobo e o lobo abaixa a cabeça ganindo. Olho para minha calça. Pelo menos era uma. Rasgou tanto que é possível ver as cicatrizes. Tony se aproxima e me analisa. - Ele te machucou? - nego.

- Está tudo bem. - digo. "Nunca na vida que eles são racionais!" Tony sobe na moto e subo em seguida. O lobo permanece abaixado. Tony acelera e me seguro para não cair. Passamos pela floresta e a escuridão dentro dela é assustadora.

Depois de um tempo saímos na rota e Tony acelera, chegamos na cidade e quando estamos quase em casa, Tony para a moto e puxa o celular do bolso.

- Alô? - seu corpo tensiona no segundo seguinte. - Ok... Vou averiguar. Sim... Estarei aí em pouco tempo. Não, não. Ok. Até mais. - ele tira o celular do ouvido e coloca no bolso. Ele baixa o capacete e volta a acelerar. Não demora e ele para a moto em frente a nossa casa. Desço e ele me encara. - Não saia de dentro de casa e não abra a porta para desconhecidos. - ele diz e volta a acelerar. Fico plantada em frente a nossa casa. Os cabelos da minha nuca se arrepiam e olho em volta. Abro o portão de casa e ouço um assobio. Meu coração acelera. Olho para o lado e na outra esquina está vindo o homem que me assustou na lanchonete. Atravesso o portão e entro dentro de casa às pressas. Tranco a porta e abro a cortina da janela. Olho através dela e vejo o homem parado em frente ao meu portão. Ele acena e fecho a cortina me afastando da janela. "Ok! Está tudo bem!" Olho para os lados e respiro fundo. Ouço toques na porta e a maçaneta gira. Arregalo os olhos. "Não está nada bem!" Como a porta está trancada não tem como entrar.

O conto do Lobo MauOnde histórias criam vida. Descubra agora