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Pisco perplexa.

- O quê? - pergunto confusa.

- Eu não sou seu irmão Ayla. - ele diz e meus olhos marejam. "Mas eu considero ele da minha família." Me afasto dele.

- Você me odeia? - ele revira os olhos e olha para o céu rindo em descrença.

- Meu Deus! - ele grita e volta a olhar para mim. - Esquece Ayla. Vou te levar em casa. Quero você longe daquele garoto. - ele diz e tenta segurar minha mão. Nego.

- Você não respondeu minha pergunta. - digo. Ele aperta o maxilar.

- Por que você me vê com tanta inocência? - ele pergunta e pisco confusa. Dou de ombros.

- Como assim? - pergunto. Ele parece chateado.

- Por favor... Vamos para casa. - ele pede. Caminho para perto da moto.

- Liga ela logo antes que eu desista de ir com você e termine de chegar em casa a pé. - digo. Ele sobe na moto e subo em seguida.

Depois de um tempo ele estaciona perto de casa e desço da moto. Vejo Erick sentado na calçada com Amélie. Os dois estão conversando e assim que Erick me vê acena. Caminho até eles e Erick olha para além de mim. Tony acelera e sai. Olho para Amélie e Erick.

- Como estão?

- Bem. - Erick diz. - Como sua mãe está? - sorrio.

- Indo. - digo. Começo a pensar sobre a mudança de cor dos olhos de Tony e fico inquieta. Tem mistério demais ao meu redor. - Erick... Você sabe quem é a fera que anda matando todos esses anos? - ele solta um riso nervoso.

- Do que está falando? - olho de relance para Amélie.

- Nada... - sorrio. - Adoraria conversar mais. Porém vou entrar e fazer o almoço. Meu pai vai acordar faminto. - digo. Aceno e sigo para casa. Entro e sigo para a cozinha. Enquanto preparo o almoço começo a pensar sobre os acontecimentos. Passo a mão no pescoço e sinto a cicatriz. "Hora de saber o que aconteceu e porquê os olhos de Tony mudam de cor."

Faço o almoço e deixo pronto. Me sento no sofá, e não muito depois papai acorda.

- O cheiro está maravilhoso! - ele diz.

- Fiz o almoço. - digo. Nos sentamos a mesa e começamos a comer.

- Cadê Anthony? - dou de ombros.

- Por que os olhos dele mudam de cor? E por que ele não gosta que eu considere ele da família? Eu fiz algo quando era criança que faz ele me odiar? - papai começa a rir com as perguntas.

- Então ele começou a perder o medo de se aproximar. - reviro os olhos.

- Isso está me irritando! Ninguém me diz o que está acontecendo! Por que eu corro perigo? Por que essa fera viria atrás de mim? Quem ela é? Por que não está presa se Anthony sabe quem é!? - papai franze o cenho.

- Anthony sabe quem é? - ele pergunta. Nego. Literalmente estou começando a levar em consideração as loucuras que escuto.

- Esquece... Estou achando que a visita a mamãe me perturbou. - digo e saio. Assim que estou subindo as escadas ouço papai.

- Relaxa Ayla... Esse ano vamos resolver os assassinatos. Eu te garanto. - ele diz. Subo e fico durante todo o dia no quarto. Não trabalho dias de domingo e por isso terei algum tempo para pensar hoje.

Me sento na cama. Confiro o relógio. 16:40. Levanto e tomo um banho. Visto uma roupa confortável e desço as escadas. Confiro a sala e vejo Tony sentado no sofá mexendo no Notebook. Dou pequenos passos em direção a porta e seguro a maçaneta.

O conto do Lobo MauOnde histórias criam vida. Descubra agora