O conto do Lobo Mau

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O dia amanhece e me sinto frustado.

Estou terminando de revisar os corpos dos rapazes que morreram enquanto vigiavam Ayla. Reviso o último e saio da sala. Encontro Helena em meu escritório. Ela me olha e sorri.

- Tony...

- O que faz no meu trabalho?

- Você precisa se acalmar e nos ouvir... - nego.

- Não começa. - começo a guardar minhas coisas.

- O que pretende fazer? - ignoro a pergunta e caminho para fora da sala.

- Anthony! - ela exclama e paro no meio do corredor. Sinto meu corpo fraco, o que ela quer que eu faça? É pedir demais que eu fique parado. Me viro sentindo meu humor pela beirada.

- Não... - início com a voz por um fio. - Não me peça para ficar parado enquanto vocês inutilmente procuram ela... Eu vou achar ela antes que outros encontrem e matem minha única razão para estar tentando ser mais humano e menos animal! - Helena me olha com pesar.

- Espere até a festa acabar pelo menos. - nego.

- Ele estará aqui, fazendo um inferno e eu estarei atrás dela. - digo e me viro. Caminho para fora do prédio e resgato a chave da moto em meu bolso.

- E você vai permitir que muitos morram apenas para salvar ela?! Sabe que se ela souber de algo assim, não vai se perdoar. - sinto um nó na garganta.

- O que quer que eu faça Helena! - grito. Cerro os dentes e fecho os olhos.

- Você é um líder... Então faça o que estamos esperando que você faça... Nos deixe ajudar e direcione a cada um. Vamos ajudar se você quiser, mas se nos impedir, vamos ver tudo dar errado e no fim, vamos nos arrepender. - Assinto e abro os olhos.

- Tentem impedir uma chacina hoje a noite então... - digo. - Mas não vão comigo. Não vou levar vocês até ela, seja onde for, estará cercado de caçadores. Eles querem híbridos e estão atraindo eles com o cheiro dela. - digo e monto na moto, coloco o capacete. -Vigiem a festa e tentem manter a fera longe de vítimas até que a festa seja esvaziada, pelo menos um pouco, para diminuir os estragos... - ela assente.

- E você? - "Irei atrás da minha passagem até Ayla."

- Vou dando notícias. - digo e ligo a moto. Saio apressado e começo a rodar dentro de Vermillion, sem rumo, sem saber onde encontrar o doutor. Me sinto frustado por não saber onde achar ele. Paro em frente ao hospital psiquiátrico depois de um tempo e me pergunto o porquê estou aqui. Olho para uma das esquinas e vejo Brenner. Reviro os olhos. Ele se aproxima e desço da moto.

- Veio atrás do doutor? - olho para ele e arqueio a sobrancelha.

- Como assim? Vim ver Grace, ela pode me ajudar a tomar uma decisão ou sei lá... - ele aponta o edifício do hospital.

- O doutor está trabalhando ali, aliás, ele gosta da mãe da Ayla. - Brenner ri. - Só que todos nós sabemos que ela só trata ele bem porque sabe do que ele é capaz. - ele dá de ombros. - Os Silver's são bons em atrair atenção.

- Vou pedir a mutação. - Brenner assente.

- Eu sei. Espero que continue com sua sanidade. - Suspiro.

- Eu também. - digo e caminho em direção ao hospital.abro o portão e adentro. Assim que a recepcionista me vê, sorri.

- Anthony! - sorrio.

- O doutor novo está? - ela assente e aponta a porta ao lado. Caminho em direção a ela e aceno para a recepcionista. Bato na porta e abro. Entro e fecho em seguida.