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Acordo esparramada na cama. Estou com uma perna sobre as costas de Tony e definitivamente ocupando espaço. Ele está de bruços e dorme mansamente. Olho para o teto e bocejo. Me sento na cama e esfrego os olhos, fico durante um tempo absorvendo a moleza e olho para Tony. Ele é tão bonito dormindo.

Me espreguiço e deito sobre ele. Ele resmunga e geme baixinho.

- Ayla... - beijo sua nuca.

- Bom dia. - digo e ele geme alto e tenta me tirar de cima dele.

- Só mais cinco minutos. - ele resmunga e rio.

- Acorda. - ele suspira.

- Ainda não... - ele diz e tenta me tirar uma vez mais. Rolo para o lado e encaro ele sorrindo, seus olhos ainda estão fechados e ele parece indiferente a minha presença, alguns minutos se passam e ele não abre os olhos. Coloco uma mão em seu bumbum, que aliás é mais definido do que o meu, e aperto. Ele sorri e segura meu pulso, segundos depois, olhos abertos. - Se eu apertar a sua na frente de alguém ou der um tapa não poderá reclamar. - rio.

- O que eu posso fazer? Gosto da sua bunda. - digo e ele rola sobre mim. Seu rosto paira sobre o meu e ele balança a cabeça.

- Sabe o que quero? - ele pergunta e finjo inocência.

- Dormir? - ele ri.

- Exatamente. - faço bico.

- Dormir não. - digo e ele morde o lábio. Ele se levanta e caminha para o banheiro.

- Vem. - rio e me sento na cama.

- E se eu disser que só fiz isso para você acordar? - ele me encara com indignação e adquire a forma incompleta.

- Vem. - nego e fico de pé na cama.

- Me pegue e irei. - ele rosna e sorrio. Sou pega de surpresa quando ele corre para a cama e tento sair, mas sou lenta. Acabo prensada entre ele e a cama. - Você nem deu tempo para eu sair da cama.

- Te darei duas opções... Aqui ou aqui e no banho. - engulo seco e me mexo, ele rola para o lado e olho para ele aturdida.

- Você está brincado? - ele nega e me levanto, caminho para o banheiro e ouço ele rir.

- Droga, achei que iria querer ficar na cama durante mais tempo. - olho para trás e faço uma carranca.

- Você não sabe brincar. - digo e ele se levanta e corre em minha direção. Entro no banheiro rindo e me escoro na parede gelada. Ele se aproxima lentamente assim que chega na porta.

- Gosto de outros tipos de brincadeiras Ayla, quer que eu lhe mostre?

***

Tony ainda está no banho e eu já estou descendo as escadas, estou faminta. Assim que chego ao andar de baixo e coloco os pés na cozinha, vejo quatro homens, no mesmo porte ou mais fortes que Anthony, jogando cartas, eles vestem roupas pretas e calçam coturnos com canos realmente longos. "Um pouco intimidador eu diria."

- Bom dia... - digo e recebo a atenção deles. Eles sorriem e um de cabelos castanhos responde.

- Bom dia senhorita Silver. - caminho pela cozinha e abro a geladeira.

- Já tomaram café da manhã? - pergunto e analiso o que temos na geladeira.

- Já, pode ficar tranquila. - ele diz e começo a encher a mesa com coisas. Preparo um lanche recheado para mim e encaro eles. Noto que estão com a atenção parcialmente direcionada a mim.

- Querem que eu faça para vocês? Realmente não me importo se quiserem. - um deles parece extremamente sem graça, mas novamente, o de cabelos castanhos responde.

- Aceitamos. - ele diz e sorrio.

- Como se chamam? - começo a preparar mais lanches.

- Doug. - ele diz e aponta para o loiro. - Robert... - aponta para o mais belo. "Ele é um baita negão com olhos tão negros como jabuticabas e tem o maxilar bem marcado, digamos que ele e Tony estão disputando no quisito beleza, já que realmente é chamativo." - Victor... - ele aponta o último. - Wallaf. - assinto. Assim que preparo os três lanches deles, começo a preparar um para Tony. Me sento em seguida e sorrio para os quatro.

- Sirvam-se. - digo e eles recolhem, cada um, um lanche. Começo a comer e quando estou na metade do meu lanche, Tony surge na cozinha e caminha direto para meu lado, pegando o lanche que fiz. Ele se senta e morde um pedaço generoso.

- Bom dia rapazes. - ele diz e os quatro acenam com a cabeça enquanto mastigam.

- O tenente Silver disse que chegaram mais dois corpos. - Victor diz e a voz também condiz com o conjunto. Olho para Tony e sorrio. "Não, Tony ainda ganha nesse aspecto, aliás, ele ganha em vários aspectos sem que eu precise sequer analisar outra pessoa." Ele me olha de relance e encara Victor.

- Qual dos padrões? - ele pergunta e volta a me encarar franzindo o cenho. Acabo sentindo meu rosto esquentar e desvio o olhar. Mordo os últimos pedaços do meu lanche.

- Um casal, sem filhos, mortos com uma bala no peito. - meu coração aperta. Dou um mini pulo quando sinto uma mão de Tony na minha coxa, perto do joelho, ele começa a subir a mão e me sinto alarmada. Olho para ele e tento disfarçar a surpresa. Mordo outro pedaço do meu lanche e quase engasgo quando a mão dele literalmente não para de subir. Cruzo as pernas e encaro ele com certa irritação. Ele está alheio a mim.

- OK... Vou para lá agora de manhã, fiquem com Ayla, não venho para o almoço. - ele bufa. - Tenho que fazer relatórios... - ele diz com preguiça e baixo uma mão segurando seu pulso e tentando afastar, mas ele para ela em cima do meu shorts e esfrega. Como o último pedaço do meu lanche e me sinto extremamente nervosa, porém estou dando tudo de mim para disfarçar.

- Pode deixar, ela estará segura. - Wallaf diz e sorri largamente. Tento afastar a mão de Tony e quero sumir. Meu corpo começa a responder e me levanto abruptamente quase derrubando a cadeira que estava sentada. Todos olham para mim, inclusive Tony, que finge inocência.

- Está tudo bem? - ele pergunta com a maior cara de pau e engulo meu lanche, dou um sorriso sem abrir a boca e fuzilo ele.

- Claro, por que não estaria? - ele sorri de lado e volta a olhar para os rapazes.

- Volto as seis, então poderão sair e tomar um banho e essas coisas, depois retornam, pode ser assim? - eles assente e cruzo a mesa. Tony me acompanha e acena para eles. - Vou me arrumar e sair. - ele diz. Passo pela sala e quando começo a subir os degraus, olho para trás. Tony está sorrindo com sinismo.

- Ficou maluco?! - ele nega.

-  Por um momento, você reagiu. - volto a subir as escadas e assim que estou no topo, me viro e cruzo os braços, o sorriso dele é tão envolvente, que quero apenas beijar essa boca.

- Quer me provocar? Ótimo. - digo e sorrio. - Eu também sei fazer isso. - digo e me curvo levemente, deixo meu rosto a centímetros do seu e olho para a sua boca. - Vamos ver quem cede primeiro Lobinho. - olho para seus olhos e eles estão de outra cor, ele rosna baixo e me afasto sorrindo. - Não temos cachorro em casa, reprima esses rosnados. - brinco e sigo para meu quarto.

O conto do Lobo MauOnde histórias criam vida. Descubra agora