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Me deito e apago o abajur. Não demora e o sono começa a vir, deixo de mexer no Facebook e coloco o celular no chão mesmo. Bocejo. Acabo adormecendo.

Acordo com a cama se movimentando e me assusto. Me sento apressada e começo a chutar o vento. Ouço um rosnado e sinto um alívio tão grande.

- Não chega dessa forma sem avisar. - digo e levo a mão no coração. Ajusto minha visão ao escuro e vejo Tony sentado na cama.

- Você é muito agressiva, quase me acertou um chute. - acabo sorrindo e encaro os olhos brilhantes.

- Achei que tinha dito que não ia dormir aqui. - ele resmunga algo e se deita me ignorando. - Ei. - chamo rindo.

- Deita, aproveite que acalmei a fera antes de vir. - ok... Prefiro não entender a frase e nem perguntar o que significa. Me deito e sinto um braço sobre mim. Sou arrastada e termino quase colada a Tony. Engulo seco.

- Não sei se dormir assim tão perto é uma boa I...

- É uma excelente ideia, seu cheiro só está me deixando meio tonto. - me desvencilho dele e me sento preocupada.

- Tonto? Tipo um veneno, uma droga? Devo pedir que saia daqui? - pergunto preocupada. Ele geme baixinho e coloca o travesseiro sobre a cabeça.

- Deita Ayla... Eu estou cansado, estou caindo de sono, mas foi a única forma que arrumei para vir. - me deito e fecho a boca. Tento tirar o travesseiro dele e entramos um um mini cabo de guerra.

- Tony, devolve meu travesseiro, pega o seu no quarto. - reclamo.

- Não, você não vai precisar dele.

- Vou sim, solta. - peço e tento puxar, ele puxa de volta.

- O seu é melhor, para de puxar. - ele resmunga.

- Mas é meu!

- Solta o travesseiro. - ele pede rindo e puxo ele de volta, me encolho e viro os pés na direção dele, seguro o travesseiro e apoio os pés em seu abdômen. Puxo o travesseiro e empurro os pés contra seu abdômen, noto que ele está sem camisa, como sempre quando dorme.

- Devolve. - peço.

- Você vai me derrubar.

- Devolve. - peço e começo a rir. Ele começa a puxar com uma mão só e tenta tirar meus pés com a outra.

- Vai rasgar o travesseiro, vou rosnar para você. - ele ameaça rindo e segura um dos meus tornozelos, me obrigando a baixar a perna.

- Para de ser chato! - digo rindo.

- Eu quero dormir... - ele diz preguiçosamente.

- Então solta, pega o seu no seu quarto. - ele solta o travesseiro aos poucos e ajusto ele debaixo da minha cabeça. Me arrumo na cama e ele bufa.

- Eu não quero ir lá novamente. - ele diz e acabo rindo.

- Nem parece um marmanjo de vinte e seis anos. - ele começa a me empurrar sutilmente e invade meu espaço, ocupando metade do travesseiro. - Tony... - repreendo com desânimo. - Pega o seu.

- Não. - ele ri alto. - Para de falar e dorme, cabe os dois. - nego.

- Se eu acordar sem ele, vou ficar brava em. - sinto sua mão em meu rosto e encaro seus olhos, no escuro, ver os olhos brilhando, é cabuloso, mas são realmente chamativos e bonitos.

- Se não parar de reclamar, o dia vai amanhecer e eu realmente preciso dormir, estou muito cansado. - suspiro. Ele realmente deve estar cansado.

- OK... - ele puxa o travesseiro. - Ei, íamos dividir! - digo e ele passa um braço por baixo da minha cabeça e começa a acariciar meu cabelo.

O conto do Lobo MauOnde histórias criam vida. Descubra agora