Epílogo

593 68 22
                                    

10 anos depois

'Estamos ao vivo da penitenciaría de Dakota do sul, será emitido neste canal, às 21:00 horas, a execução do detento que chocou o mundo inteiro com os assassinatos a dez anos atrás na cidade de Vermillion e Deadwood - South Dakota... Como sabemos, a cinco anos atrás foi executado o doutor que colocou em prática os experimentos com humanos, transformando assim, pessoas em monstros assombrosos que antes apenas existia na ficção! Hoje, se encerra esse ciclo de assassinatos e medo, hoje, junto com vocês, vamos ver a última criação do doutor, o então assassino...'

- Kate! Desligue a TV! - peço. Ela me olha e volta a encarar a TV, desliga e senta na cama do hotel.

- Hoje eu tenho que me despedir dele... Eu sei que essas pessoas que vão assistir não querem o bem dele mãe... - ela diz e meu coração aperta. Acaricio seu cabelo.

- O mundo, Kate, o mundo... Ele é cheio de regras sabe... - sorrio forçadamente. - Por isso te ensinei as regras e o porquê de nunca quebrar elas. - ela assente.

- Não se matam pessoas... Eu sei... - Assinto e meus olhos marejam, aperto o maxilar.

- Seu pai é uma excelente pessoa, mas ele está pagando por cometer um erro terrível... - digo e soluço. O choro chega e me levanto abruptamente, caminho para o banheiro e fecho a porta. Me abaixo no chão e choro em silêncio.

"Então o dia finalmente chegou!"

***

10 anos antes...

- O DNA dele foi encontrado nas cenas e nas vítimas... - papai diz. Eu sei que foi, mas ouvir dele parece tirar meu chão.

- E agora? - pergunto, papai olha para o relógio no braço, e em seguida, para as escadas.

- Eles estarão aqui em trinta minutos, talvez... Seja a hora de se despedir. - ele diz com a voz embargada e decepção no olhar. - Ele está sendo preso e será julgado e não quero tirar suas esperanças de ter uma vida ao lado dele, mas sua menor pena pode ser a prisão perpétua... - levanto da cadeira apressada e sinto minha respiração acelerar, giro nos calcanhares e subo as escadas ofegando e com as lágrimas surgindo. Sigo para a porta do quarto de Anthony e abro apressada. Ele está sentado com os cotovelos apoiados nas coxas e a cabeça baixa, levanta a mirada assim que vê e sorri.

- Seu pai te contou? - Assinto e respiro fundo olhando para o teto e tentando conter as lágrimas. Volto a olhar para ele.

Não consigo odiar ele, mas não consigo olhar ele com os mesmos olhos. Ele não tem meu perdão por tirar a vida de Helena, Mike, os trigêmeos, Camille, Erick, Felícia, Gabriel... De todos os meus amigos híbridos, de todos eles e de outros adolescentes que estavam na casa de Pâmela. Aqueles híbridos morreram tentando proteger humanos.

Aqueles "monstros", de acordo com alguns, foram os únicos dispostos a dar a própria vida em troca de salvar outras.

Encaro Anthony e as lágrimas descem espontaneamente como se meus olhos não pudessem conter a quantidade que se acumula.

- Você não deveria ter aceitado deixar injetar aquilo. - digo com a voz trêmula. Ele se coloca de pé, mas não se aproxima, seu olhar baixa para meu pescoço.

O conto do Lobo MauOnde histórias criam vida. Descubra agora