Estou na lanchonete. Tony me trouxe e está sentado em uma das banquetas, tomando uma cerveja a uma e meia da tarde.
- Eles disseram que não vão me desrespeitar. - digo e continuo limpando o balcão.
- Não... Isso está fora de questão. - vejo uma mancha persistente. Esfrego.
- Acho que não tem problema. - ele rosna e olho para ele alarmada. Belisco o braço que segura o copo de cerveja e ele me encara com raiva fechando os olhos. Aos poucos volta ao normal e sussurro.
- Quer que alguém veja?! - ele dá de ombros. Na verdade, estamos só nós dois agora, mas tem o pessoal da cozinha e se eles saíssem e vissem essa cena, eu não saberia explicar.
- Eles não... Cody tudo bem, mas Philipe é mais lobo que humano. - ele diz e faz uma careta. - Eu comeria o fígado dele se ele te tocasse. - olho para ele aturdida.
- Espero que não esteja falando sério. - digo e ele desconversa.
- Relaxa... Mas me diga, já viu o pai do babaca? - nego. Ele faz uma careta.
- Não... Não sei quem é ele. - ele suspira e toma um gole da cerveja.
- Ele é literalmente o cara mau. - ele diz e sorrio.
- Ele seria o lobo do conto da chapéuzinho? - ele assente e me olha com pesar.
- E eu que sou o caçado. - sorrio.
- As coisas vão melhorar... Falta pouco para a temporada de caça acabar. - ele sorri.
- Depois, você podia passar uns dias comigo na casa de campo... Eu peço para Helena ficar com Mike... Fora de lá. - olho para ele com uma carranca.
- Vai querer me levar para morar lá? - ele olha para o copo e suspira.
- Vai ser difícil tentar alguma coisa assim... Correria o risco de acabar viciando e... Seria uma droga.
- Viciando? - pergunto e olho para a porta. Um cliente entra e sorrio. - Boa tarde, o que gostaria? - ele se aproxima e realiza o pedido. Faço o processo corriqueiro e gravo o pedido no computador, mandando para a cozinha. Volto a me aproximar de Tony e ele passa o dedo nas gotículas de água ao redor do copo, o conteúdo acabou. - O que quer dizer com Viciado? - ele me encara por alguns segundos.
- Quanto mais tempo perto, mais necessidade de estar perto eu sinto... Então... Seria do mesmo jeito se fosse como Helena, Felicia ou Camille... - franzo o cenho.
- Mas Helena vive longe de Mike. - ele gargalha.
- Mike e ela não estavam juntos, se conheceram recentemente. Através de Héctor. - faço uma cara de quem acaba de entender tudo. Ele gesticula para que eu me aproxime e faço, me debruço no balcão. - Lembra que eu disse que tem alguns detalhes estranhos sobre nós? - assinto. - Um deles está relacionado a isso, então se eu começar a te assustar de algum modo, apenas suma de meu campo de visão por uns dias. - franzo o cenho.
- Como assim Anthony? - ele se endireita. O pedido do rapaz chega e caminho para sua mesa. Entrego e retorno. Olho para Tony e ele tira o celular do bolso e faz um gesto de que vai sair. Aceno e ele se afasta.
Fico um pouco atordoada com a frase, mas vou fingir demência.
Meu turno passa razoavelmente depressa e vez ou outra alguém do pessoal de Tony vem me verificar, me sinto meio que vigiada. Sou realmente vigiada por eles. Acabo meu turno e tiro a touca, saio da lanchonete e encontro Tony estacionado do outro lado da rua. Ele está escorado no carro e Pamela, milagre ver ela nessa área, está ao lado dele, os dois conversam e imagino que seja algo sobre a faculdade já que ele dá aulas lá, para ela, não gosto da situação já que eu sou da mesma época que ela, mas ela passou e eu não, o que me leva a ser uma perdedora.
Olho para os dois lados e espero alguns automóveis passar. Atravesso e ela sorri, assim que me vê, sinto uma certa raiva dentro de mim, já que ela é a culpada do meu ensino médio ter sido um fiasco. Sorrio de volta, já que sou educada.
- Ayla... Estávamos falando de você agora. - ela diz com a voz chata de sempre. Só para constar, ela parece essas patricinhas ricas que choram quando as unhas de gel acabam quebrando porque o vento bateu. Nada contra unhas de gel, mas tudo contra Pamela...
- Bem ou mal? - ironizo. - Aposto que estavam falando da minha resistência nas pernas, já que fico em pé a maioria do tempo servindo meus clientes. - digo, amo o lugar que trabalho e ele me deixa bem de saúde, se tem algo que faço é me movimentar, academia é para os fracos perto do tanto que me exercito ali dentro.
- Bem. Não costumo falar mal de você. - Tony diz e olho para Pamela. Ele olha para ela e estende a mão. - Volto depois que aliviar um pouco no departamento... Realmente fiquei mal colocando um substituto no meu lugar, mas é necessário, ando meio ocupado. Nos vemos? - "Não... Não há necessidade de ver ela." Ela sorri.
- Sabe, Tony... - "Tony?! Ele é professor dela." -... A faculdade não é a mesma sem você... - reviro os olhos. Sinto vontade colocar o dedo na garganta. -... Sentimos sua falta... - passei muito tempo sentindo também, que ela morra sentindo a falta dele. - Vou fazer uma festa em casa... -" De novo?! Os pais dela necessitam de uma ordem judicial contra festas." - Seria bom se aparecesse, o pessoal vai amar. - acabo não resistindo. Coloco o indicador na boca e encaro os dois. A atitude deve parecer bem infantil, mas a voz dela me irrita. Paro de fazer o gesto assim que Tony me repreende com o olhar.
- Vou pensar sobre o assunto... Aliás, festas estão proibidas por agora Pamela, tem pessoas morrendo. - ele diz e olho para ela, ofereço um sorriso sínico.
- Vou entrar na camioneta... Meu estômago está um pouco ruim, deve ser algo que comi. - digo e ela me olha com desdém.
- Deveria parar de comer um pouco sabe. - "Ela me chamou de gorda?!" olho para Tony e ele aperta o maxilar e me repreende antes mesmo que eu retruque. Sorrio para ela.
- Você deveria fechar a boca também Pamela, pode acabar matando alguém com seu veneno. - digo e rodeio o carro. Abro a porta do passageiro.
- Desculpe OK... Ela deve estar cansada do trabalho. Vou indo. - "Ele está me justificando?!" me sento no banco e bato a porta com tudo. Tony abre a porta do motorista e puxo o cinto, talvez a força exercida tenha sido demais, já que o cinto trava e fico puxando como uma louca. - Puxa devagar, ele não sair dessa forma. - Tony diz e bufo. Respiro fundo e puxo ele delicadamente, encaixo ele e cerro os dentes. Tony liga o carro e seguimos para casa em silêncio. A raiva está me matando e eu nem sei porque estou tão brava. Ele estaciona momentos depois e tiro o cinto, saio do carro depressa e caminho para o portão. Entro dentro de casa escancarando a porta, o pessoal está sentado na sala.
- Finalmente vamos no shopping! - Mike diz. Passo pela sala e sigo para as escadas.
- Ayla. - a voz de Tony soa autoritária. Olho para trás e paro de subir. Ele cruza os braços e joga a cabeça para o lado. - É minha impressão ou você está com ciúmes?
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O de domingo, está pago!
Agora só quarta-feira ^^Essa semana fui um anjo vaaai! Soltei vários e em dias aleatórios ksksksksksk
Mas agora serei pontual e nos dias correspondentes.
Até quarta-feira ^^
Soca o dedo na ⭐
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O conto do Lobo Mau
Misterio / SuspensoAcho tão esquisito escrever mau com "U" '-' #ROMANCE #TERROR #SUSPENSE #MISTÉRIO Quem é o lobo mal? Eu ou ele? Me pergunto... ________________________________________ *Baseado em Chapéuzinho Vermelho (Versão Irmãos Grimm)" *Baseado na série Beaut...