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- Seu pedido senhor. - Erick entrega o pedido e ele para de assobiar. Me levanto da banqueta e olho para Erick. Ele percebe que estou incomodada. Ele sorri e conheço o olhar de "está tudo bem!" Me sento em uma banqueta mais distante do homem. Ele fica durante algum tempo e depois paga a conta. Ele passa por mim e é tão perto que meu cabelo agarra em botões da manga de sua camisa. Parece até proposital.

- Perdoe-me! - ele diz e desengato meu cabelo.

- Sem problemas. - digo nervosa. Ele toca meu pescoço e faço um movimento rápido me afastando. Ele sorri.

- Seu pescoço tem uma cicatriz... - ele diz.

- Foi um acidente quando eu era criança. - digo. Ele assente.

- Perdoe a indelicadeza. Sou um caçador de feras e estou atrás de uma especial, mas ela é bem arisca e não gosta de qualquer presa. Então é difícil atrair ela. - ele aproxima o rosto do meu pescoço e me levanto da banqueta e recuo. Erick limpa a garganta.

- O senhor está incomodando a moça. Se continuar, terei que pedir que se retire. - ele assente e me encara sorrindo.

- Claro! Bom... Se me dão licença. Vou turistar por Vermillion. - ele diz
e sai assobiando a mesma canção infantil. Engulo seco e assim que ele está fora de vista, começo a tremer e minha respiração se desregula. Percebo que estava em choque. Erick cruza o balcão e me ajuda a sentar.

- Se acalme... Ele te assustou não é? Muito estranho esse homem... Calma. - assinto.

- Me senti acuada. Ele parecia ameaçador. - digo com a voz trêmula. Erick se levanta e retorna com um copo de água. Ele me entrega e tomo a água rapidamente. Ele segura a mecha branca.

- Sua marca milagrosa chama a atenção de estranhos. Ele deve ter ficado encantado. - Erick diz. Assinto.

- Está tudo bem não é... - digo e sorrio. Erick assente, mas parece apreensivo.

- Claro! Por que não estaria!? - ele fica inquieto e se levanta voltando para o balcão. Fico durante um tempo sentada olhando para o nada e, em seguida, sou tirada do transe. - Já ouviu falar da temporada de caça? - olho para Erick.

- Está falando do mistério de Deadwood? Já... Morei lá até o acidente acontecer e eu me machucar. - digo e faço círculos com o dedo na mesa. - É estabelecido um toque de recolher durante os meses de setembro e outubro. Dizem que uma fera caça humanos... É uma lenda antiga para acobertar um assassino que aparece esporadicamente. - digo. Meu pai dizia que desde que ele começou a trabalhar na polícia todo ano tinha o toque de recolher em Deadwood, mas as mortes estranhas são de nove em nove anos. Começou a muito tempo atrás, bem antes que eu nascesse. Tem sempre três padrões de assassinatos. Um deles sobra apenas cabelo, ossos, dentes e unhas da vítima. Outro é por animais... E outro são mortes de famílias inteiras. A polícia nunca consegue chegar aos assassinos antes que a época de caça acabe. Por isso nesta época a cada nove anos, Deadwood recebe uma força policial impressionante. Principalmente de nove em nove anos. Nos mudamos de lá depois do meu acidente nessa época. Não sei se foi um dos três assassinos que me atacou, mas tenho certeza que foi o animal, por causa dos padrões de ferimento. Tony tem as costas totalmente marcadas com cicatrizes e acho que ele também foi atacado junto comigo, mas não sei o que aconteceu. - E tem os assassinatos estranhos... - sorrio. - Mas lá é, e sempre será, minha casa. Deadwood pode ter esses acontecimentos estranhos, mas é um lugar maravilhoso para se viver. - digo.

- Estou preocupado Ayla. - ele diz e olho em direção ao balcão. - Teve o ataque a mulher e agora esse cara parecia um caçador... Eles geralmente estão em Deadwood. Por que será que estão tão longe de lá? - parando para pensar realmente é estranho.

O conto do Lobo MauOnde histórias criam vida. Descubra agora