Capítulo 32

482 59 30
                                    

O terceiro vaso era posto ao lado dos outros dois sobre a mesa de Marinette, alinhados em um canto sem que as pétalas das flores se amassassem umas nas outras ou ficassem batendo contra a parede. Sentia-se um pouco mal por estar carregando os utensílios de Duusu e já se planejava para comprar seus próprios recipientes no mês seguinte visto que provavelmente continuaria recebendo flores de Adrien.

Deu uma última ajeitada para o desenho em sua superfície ficar mais visível enquanto ela estivesse sentada na cadeira, girando de leve o caule de sua nova planta tentando fazê-la ficar na posição certa. Abriu um sorriso.

— O que acha? — pegou o celular e apontou para os objetos.

Estão lindas! Nada menos do que o esperado de você, Princesa — respondeu Luka.

— Está falando isso apenas pra me deixar sem graça – e havia conseguido, seu rosto ruborizou levemente.

Você é uma pessoa muito caprichosa, sabe disso.

— Besta — sorria, colocando o telefone sobre a mesa para terminar de arrumar algumas coisas.

Os dois estavam em uma chamada de vídeo há alguns minutos, mesmo com ela falando estar um pouco ocupada organizando seu quarto, nem se lembrando direito da última vez que fez aquilo. Ele por sua vez não se importava de ficar observando apenas um canto do cômodo ou o teto quando o aparelho eventualmente caía.

Fora quando ela saia andando enquanto falava e o microfone não era bom o bastante para captar seu tom, ouvindo partes picadas do assunto. Felizmente os anos de convivência lhe davam uma boa noção do que poderia estar sendo dito ou de como responder.

Chegou a rir um pouco ao vê-la passando pela tela carregando o enorme cobertor transformado em uma bola disforme tendo a certeza que alguma parte dele ainda se arrastava pelo chão.

Sabe que pode me chamar para te ajudar com essas coisas, eu não me importo — soltou — O enxoval da sua mãe é meio desproporcional pra você.

— Nada disso, eu sempre dei conta dele!

Riu novamente ao vê-la tentando olhar para a tela do celular por trás de tanto pano, logo saindo novamente de sua visão.

— Por falar nisso, como foi o trabalho hoje? Faz tempo que não comenta nada sobre ele.

O trabalho em si foi a mesma monotonia de sempre, mas quando cheguei em casa e tirei o uniforme achei um papel dentro do bolso da minha calça e, adivinha, tinha um número de telefone escrito nele.

— A pessoa colocou a mão na sua bunda e você não sentiu? — aproximou-se caindo na gargalhada.

Tecnicamente foi no bolso.

— E o bolso fica aonde? — ergueu uma sobrancelha pegando o telefone, queria gravar a expressão dele para rir mais tarde ao se lembrar da conversa.

Na parte de trás da calça — ria junto dela.

— Eu sempre pensei que era conversa o fato de garçons ficarem recebendo cantadas e números de telefone – pôs o aparelho de volta à mesa e se afastou.

Não é frequente, faz algumas semanas desde o último, mas o cara estava bêbado em pleno horário de almoço...

— Será que dessa vez um rapaz lindo e maravilhoso vai roubar seu coração? — voltou a ficar no foco da câmera.

Difícil... Uma bela donzela já o fez e o mantêm consigo.

Aquelas palavras fizeram o rosto dela se avermelhar, logo saindo de frente do aparelho para pegar um dos cestos de roupa que havia arrumado enquanto tagarelava coisas sem muito sentido para o momento.

A Maldição da Mansão Agreste [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora