Capítulo 44

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O sol poente tingia o céu com as cores crepusculares quando a moto de Luka atravessou o portão gradeado da mansão, com tantas idas e vindas, o rapaz não se intimidava mais pelo terreno irregular, especialmente pela tempestade tê-lo deformado ainda mais.

Parando em frente a escada da varanda, desligou o motor e puxou o celular do bolso, mandando uma mensagem para Marinette avisando de sua chegada. Ainda sobre o veículo, não sabia ao certo se deveria esperar uma resposta ou se ela apareceria assim que visse a mensagem.

Não ventava naquele fim de tarde e a ausência de nuvens permitiria uma visão limpa do céu durante o anoitecer. Estava tão silencioso que o menor dos passos seria ouvido, especialmente no quadrado gigante de pedras pequenas que formava o estacionando, por isso ele se assustou ao ouvir uma fina voz ao seu lado lhe cumprimentando.

Erguendo o capacete, não escondia a expressão de confusão, nem se dando conta que a possuía. A jovem loira e de pele clara à sua frente era dona de um par de olhos azuis tão lindos que se equiparavam aos de Marinette e aquilo lhe encantou.

— Você é quem trouxe Marinette de volta, não é mesmo? — ela perguntou inclinando levemente a cabeça para o lado.

— Sim... Por quê? — não entendia muito bem o motivo do assunto ser aquele.

A jovem se aproximou dando curtos passos, evidenciados pelos sons produzidos pelas pedras.

— Não tinha cabelos azuis? — ignorou descaradamente a pergunta dele.

— Sim, mas eu cortei recentemente. Quem é você? — começava a se incomodar um pouco com as atitudes dela.

— Acredito que ainda possuí o mesmo valor... — tirou o braço de trás do corpo revelando um conjunto de flores azuis — Para você, por trazer a Marinette de volta.

— Ah, obrigado... Eu acho...

Estranhava aquilo, pegando o caule de forma hesitante. As pequenas flores eram tão vivas quanto o azul que possuía no cabelo. Elas cresciam em formato circular em um caule único e retorcido criando uma pequena esfera colorida. A girava um pouco para os lados admirando sua beleza tão uniforme.

A porta da mansão foi aberta com Marinette chamando por seu nome o que o fez desviar o olhar para ela que se aproximava com passos largos.

— O que é isso? — perguntou logo notando a flor que ele segurava.

— Ah, foi algo que essa jovem... — interrompeu-se.

Olhando para o lado notou que não havia mais ninguém ali. Os poucos passos dados anteriormente impossibilitavam ela simplesmente ter saído correndo com a presença de Marinette e não estava louco, pois aquela flor não apareceu do nada em sua mão.

— Ela sumiu... — olhou para a amiga — Me diga que tem fantasmas na casa também.

— Até onde eu saiba, não, apenas lobisomens e... Um... Slime? — ainda não digeriu aquela informação completamente.

— Como aquelas que as crianças brincam? — ergueu a sobrancelha estranhando.

— Sim, mas em uma versão mais fofa e extremamente perigosa.

— Você tem certeza que quer ficar nessa casa?

— Wayzz é um bom amigo, ele não vai me machucar — abriu um sorriso.

Aquilo não tranquilizava muito Luka, que retirou a mochila das costas afirmando ter mexido na regulagem das alças para poder usá-la enquanto pilotava. A risada dela era gostosa de se ouvir e, mesmo naquela situação, o tranquilizou. Girava o caule entre os dedos admirando as flores o que foi notado por ela.

A Maldição da Mansão Agreste [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora