"Marinette?"
"Sim?"
"Somos amigos, certo?"
"Claro!"
"Então, posso te perguntar uma coisa?"
"Uhum"
"Se um dia... Se um dia eu me tornar um monstro. Um daqueles bem, bem assustadores mesmo... Você ainda seria minha amiga?"
"Monstros podem ser bem assustadores... Mas se você realmente se tornar um, eu não vou fugir. Eu vou te proteger das pessoas malvadas que tentarem te machucar.
Por que eu gosto de você...
Vamos ficar juntos para sempre..."🌗 🏠 🌗
Marinette acordava ainda com o brilho daqueles olhos verdes estampando sua memória. Não era a primeira vez que sonhava com isso. Apesar de frequente não conseguia saber quando teve essa conversa, quem era o garoto ou o que aconteceu para terem se separado. Assim como a cor de seus olhos, tudo relevante a ele não passava disto... Uma memória...
Infelizmente não poderia passar o dia inteiro pensando nisso. Pegou o celular na cabeceira, faltavam poucos minutos para o despertador tocar. O desligou, plugando o aparelho no carregador em seguida. Levantou-se com certa calma. Pegou a toalha que usara na noite anterior, estendida no encosto da cadeira e foi para o banheiro enquanto prendia os curtos cabelos em um coque.
O banho foi rápido, logo voltou para o quarto e se vestiu apenas com suas peças intimas. Abriu o guarda-roupa pegando uma bolsa um pouco maior do que a que usara no dia anterior. Transferiu as coisas importantes de uma para a outra, colocou também alguns panos.
Voltou para o banheiro e fez uma maquiagem leve. Além do lápis que era quase uma regra pessoal de se usar, para destacar seus olhos ligeiramente puxados, um batom discreto e um pouco de base.
Retornou para o quarto guardando o batom na bolsa caso necessitasse de um retoque. Voltou-se para o guarda-roupa tentando decidir o que usaria. Como iria caminhar bastante cogitou um tênis logo como primeira opção. Seu olhar correu para uma calça jeans preta o que combinaria com a cor de seu sapato e talvez o disfarçasse um pouco.
Pegou uma blusa branca. Era um meio termo entre o casual e o formal, sem estampa ou algo semelhante. Pôs uma jaqueta preta por cima, não confiava no clima louco da cidade. Especialmente pelo dia já ter amanhecido com algumas nuvens cinza.
Não demorou muito para sair de casa. Deu uma última olhada no celular verificando as horas antes de guarda-lo no bolso de trás da calça enquanto caminhava a passos rápidos até a parada onde pegaria seu ônibus. Sentiu-se com sorte por não ter de precisar esperar muito. O trajeto até a saída da cidade não era tão longo, mas as diversas paradas realmente o faziam se tornar entediante, especialmente pelo fato de ter de ir em pé.
Sua descida era em um posto de gasolina. Após chegar nele ainda teria de andar por volta de dois quilômetros pelo restante do asfalto que saia do rodoanel da cidade antes de chegar a estrada de terra que dava acesso à diversas chácaras. Tentava não pensar nos seus três quilômetros e meio em uma subida que o GPS havia indicado, ou pelo menos pensar que aqueles números estavam errados.
Apesar da época chuvosa em que se encontravam, agradeceu mentalmente o fato do chão não estar lamacento. Também não estava seco o suficiente para pintar seus tênis de marrom e consequentemente sujar a casa de seus futuros patrões. Acabou rindo com a ironia criada, afinal, caso eles realmente se tornassem seus patrões seria ela a encarregada da limpeza da casa.
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A Maldição da Mansão Agreste [Concluído]
FanfictionDesempregada e com uma ordem de despejo sobre a mesa, o único lugar que aceita contratar Marinette é a famigerada Mansão Agreste. Cercada por lendas e superstições, a garota não se vê intimidada por isso devido ao seu ceticismo, mudando-se para a re...