A Maldição da Mansão Agreste [Concluído]

Capítulo 34

O som da água sendo derramada contra a banheira cheia era ouvido junto de um gemido reprimido pelos lábios selados em uma mordida. Parte do líquido escorria para fora especialmente quando Adrien se remexia. Inspirando fundo, soltou todo o ar acumulado nos pulmões pela boca acompanhando de outro gemido que chegaria a ser erótico se não fosse os cubos de gelo acertando suas costas nuas. Suas unhas estavam fincadas com força na lateral do objeto.

— Mais? — Plagg perguntou segurando um balde inclinado, gotejando um pouco.

— Mais! — parecia forçar-se a responder, quase cuspindo a palavra e ainda gemendo um pouco.

O homem afundou o balde na banheira, dessa vez derramandoo o conteúdo exatamente sobre a cabeça do loiro provocando mais gritos e gemidos. Ele tremulava, mas não era de frio. Seu corpo todo tinha espasmos, realizando movimentos involuntários enquanto ainda tentava se agarrar à borda. Seus olhos ganhavam um brilho característico lentamente.

Plagg logo notou esse detalhe e largou o objeto que portava, ouvindo-o acertar o chão ao agarrar o rosto de Adrien cobrindo sua boca com a mão. Apenas isso não estava sendo o suficiente para inibir o som produzido que se tornava mais intenso a cada segundo, ele não se viu com outra escolha.

Empurrou o corpo dele contra a banheira, o submergindo. Bolhas descontroladas começaram a estourar na superfície enquanto as mãos do loiro agarravam o braço de Plagg que ainda segurava sua boca e o prendia pelo peito com a outra mão. O loiro desistiu de tentar se libertar e agarrou novamente a borda da banheira. Quando as bolhas se acalmaram, seu corpo foi solto o permitindo emergir.

Estava ofegante, puxando o máximo de ar que podia para dentro de seus pulmões, a água fria escorria por seu corpo e cabelo. Os movimentos começaram a se suavizar junto com as batidas de seu coração.

— Melhor? — o homem perguntou.

— Melhor... — estava sem fôlego para falar e sua voz mal saiu.

Plagg balançava a mão procurando secá-la um pouco quando começou a sentir uma pequena ardência junto de um incômodo. Dando atenção para ela, notou manchas vermelhas sobre sua pele pálida junto das marcas de mordidas que recebera. Seu braço também não saiu ileso, estando cheio de aranhões, em meio as cicatrizes antigas, onde alguns deles também sangravam.

Sua atenção foi chamada quando parte da água da banheira se agitou ao ponto de se derramar ao seu lado, olhando por cima dos ombros, teve a visão de Adrien fora da banheira, balançando a cabeça e jogando os fios loiros para os lados antes de se retirar do recinto.

Levantou-se pegando uma toalha e o seguindo, ouvindo seus passos contra as pequenas poças formadas pelo banheiro. Ao apagar a luz e fechar a porta, viu o rapaz parado em frente ao antigo roupeiro com ambas as portas abertas. As segurava com força, como se fosse cair se as soltasse. O rosto voltando para o chão e a respiração descontrolada.

— Tem certeza que está melhor? — questionou ao se aproximar.

— Tenho — engoliu em seco antes de olhar para frente novamente.

Era difícil saber se as gotas que escorriam por seu rosto era devido ao banho ou puro suor. Ainda estava um pouco ofegante e realizava movimentos lentos ao se vestir. Nada muito fora do normal até então.

Plagg se mantinha alerta, apesar de andar pelo quarto, indo em direção as janelas onde as cortinas estavam abertas. Deu uma breve olhada no céu escuro com alguns pontos luminosos e no quintal iluminado. Puxou seu relógio do bolso da calça e o abriu, verificando as horas. Recém havia dado 20h05min.

A atenção do homem foi chamada quando alguns arranhões começaram a ecoar pelo ambiente junto de uma risada que conhecia bem. Adrien estava com a testa contra a parede enquanto ambas as mãos arranhavam com vontade o papel de parede do quarto.