Os passos ecoavam à medida que se aproximava do objeto que reconheceu como sendo um tipo de mesa de bistrô. O coração disparando contra seu peito refletindo em sua respiração ofegante. Não aparentava ter se passado muito tempo, mas a mesa tornava-se quase inalcançável, afastando-se a cada passo dado. Ouviu seu pisar ecoar.
"Ela é perfeita."
Aquela voz era familiar. Não soava como a voz de Trixx, era mais próxima e nítida. Olhando para os lados, estava tentada em chamar o nome de Tikki se não tivesse visto uma espécie de tela alguns metros de distância, desviando o caminho da mesa e se aproximando dela.
Ela flutuava no ar, possuindo forma retangular. Tão fina que até um fio de cabelo poderia ser mais grosso que sua lateral, como uma enorme folha suspensa.
Era como se reproduzisse uma gravação, aquela em questão, se passava no interior de um quarto, podendo concluir isso pelo pé de uma cama aparecendo em uma das laterais.
Alguém estava mais próximo da "lente" não sendo possível ver quem se tratava, tendo apenas uma visão de seu pescoço, clavícula e parte de seu rosto em uma silhueta. Tikki, no entanto, parecia bem destacada no ambiente escuro.
"— Mora sozinha, sem família aparente e sem veículos. Será difícil rastreá-la, isso se alguém se importar o suficiente para isso. É perfeito — a ruiva continuava.
— Não acha que ela suspeitou de nada? — era a voz de Plagg, mesmo ele não estando no foco.
— Não — deu uma breve olhada para ele, voltando a encarar sua frente — E nem vai."
A pessoa sem destaque sorriu, um sorriso branco que Marinette conhecia bem. Sentiu uma espécie de calafrio correndo por seu corpo o que a fez se abraçar ao dar alguns passos para trás vendo a imagem congelada diante de si.
Procurava se orientar e voltar a caminhar para a mesa quando a voz de Adrien chamou sua atenção. Outra tela encontrava-se mais adiante. Apesar de ouvir a voz do loiro, não era ele quem estava sendo mostrado.
"— Diga-me, Nooroo, o que achou dela?
— Essa é uma pergunta difícil de se responder logo no primeiro dia, mas vejamos... — apoiou os dedos levemente no queixo — Parecia um pouco acanhada, talvez estivesse nervosa, todavia pegou tudo rápido e não acredito que se perderá pela casa.
— O que mais?
— Bom, ela se preocupou com o pano.
— O pano de chão? — Plagg se manifestou, novamente fora de foco.
— E como isso me ajudaria, Nooroo? — soava impaciente, falando de forma lenta.
— Permita-me explicar melhor, Mestre Adrien, quando utilizamos muito algo, a tendência é, uma hora ou outra, termos de substituí-lo, e quanto menor o valor de tal objeto, maior é a tendência de não se dar importância por ser fácil a reposição. Mas se cuidamos desse algo, ele dura mais e a substituição tende a se adiar. Se uma pessoa tem tal cuidado com um pano de chão, imagino que tipos de cuidado teria com algo mais valioso ou importante.
— Ainda não faz sentido para mim — novamente Plagg se pronunciou.
— Em outras palavras, Marinette é, no mínimo, especial"
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A Maldição da Mansão Agreste [Concluído]
FanfictionDesempregada e com uma ordem de despejo sobre a mesa, o único lugar que aceita contratar Marinette é a famigerada Mansão Agreste. Cercada por lendas e superstições, a garota não se vê intimidada por isso devido ao seu ceticismo, mudando-se para a re...