Capítulo 15

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O barulho da moto era a única coisa que poderia ser ouvida durante todo o percurso. Luka era cuidadoso ao andar por aquela área da cidade por não conhecer a estrada de chão e todos os possíveis buracos que ela poderia ter.

A baixa velocidade o permitia admirar brevemente a paisagem, incluindo a mansão se formando atrás do terreno irregular. Marinette tinha razão ao elogiar a casa, nunca havia visto nada parecido, nem mesmo nas mansões dentro da cidade. Era imponente, fabulosa e também digna de um filme de terror.

Fez a curva passando pelo portão aberto com cuidado por conta da mudança de terreno e logo sentiu algo estranho na parte de trás do veículo, como se algo tivesse prendido no pneu e o fazendo perder o equilíbrio. Escutou o barulho dele arrastando sem girar pelo chão e por sorte, estava lento o suficiente para apoiar o pé no chão sem criar uma lesão e não cair completamente.

Olhou para trás levantando a viseira do capacete inclinando-se para os lados. Tinha certeza de estar olhando para frente ao entrar e não havia visto nada, da mesma forma que não havia nada no aro do pneu, mas sabia que algo havia prendido ali.

Com o motor ainda ligado, procurou ajeitar o veículo e continuar o curto trajeto até a varanda da casa, mas durante o percurso, continuou sentindo algo estranho. O guidão tremulava mais do que o normal, não era o terreno, tinha certeza disso.

Assim que estacionou, puxou seu celular da jaqueta e mandou uma mensagem para Marinette afirmando já ter chegado. Aproveitou o tempo que ela levaria a aparecer para verificar sua moto. Desceu dela já abaixando o pedal. Sua bota não era nada discreta ao pisar naquelas pedras.

Levantou o capacete sobre o rosto e olhou primeiro a corrente e o aro para ter certeza que ela não iria soltar ou algum dente corria o risco de quebrar, mas novamente não havia nada. Nenhum galho, folha ou pedra, nem mesmo um fio de barbante ou vinha.

Encabulado com aquilo, levou a mão ao chão pegando nas pedras acinzentadas. Não chegavam a ser grandes como britas, muito menos pontudas. Apesar de não terem uma forma oval perfeita, onde muitas tinham imperfeições, não conseguia ver alguma delas interferindo em como as rodas giravam.

Levantou-se as deixando cair novamente no chão e batendo as palmas entre si apenas para ver Marinette saindo de dentro da casa e descendo a escada da varanda.

— Vai matar quem com essa lança — brincou referindo-se ao guarda-chuva que ela carregava.

— Infelizmente nem todos tem uma capa para andar no meio da chuva — respondeu no mesmo tom de brincadeira.

— Não fale como se eu não fosse deixar você usa-la — cruzou os braços parecendo fazer um bico.

Ela riu com aquilo enquanto dava a volta no veículo para cumprimenta-lo com três beijos na bochecha. Sabia que ele estava falando a verdade, mesmo a capa de Luka sendo bem maior do que ela.

Ele abriu o baú da moto, retirando um capacete vermelho e entregando a ela, tomando o guarda-chuva para si assim que subiu no veículo para que ela pudesse se ajeitar, Marinette sempre teve um pouco de dificuldade para subir em sua moto.

Ligando novamente o motor, manobrou com cuidado, virando-se em direção ao portão, mantinha a velocidade baixa procurando ver se estava tudo bem. A direção estava leve e não havia dado mais nenhum problema com as rodas. Preferiu não comentar nada sobre o estranho ocorrido para não preocupa-la atoa.

Com o final de tarde, junto do crepúsculo se aproximando, sabia exatamente onde leva-la. Não era como se fosse preciso pensar muito para agradar Marinette, mas desde que ela ligara ontem pedindo sua companhia, não conseguia tirar o lugar da cabeça.

A Maldição da Mansão Agreste [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora