Capítulo 17

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O silêncio reinou por breves e angustiantes segundos. Marinette chamou Alya para ter certeza de que ela ainda estava na linha e procurou ouvir sons suspeitos. Ela não poderia estar fazendo uma pesquisa agora, poderia?

— Alya? — chamou novamente. A resposta ainda demorou um pouco a vir.

— Sim?

— Você não fez nada do que eu estou pensando, não é mesmo?

— Confesso, fiquei tentada. Mas você tem razão Marinette, não vou estragar nossa noite. Se eu começar a pesquisar não termino até amanhã e acabamos não saindo.

"E você cria mais paranoias" pensou a mestiça soltando um discreto suspiro.

— Então não se esqueça, te pego as sete — ela continuou — E coloque algo bem chique!

— Chique? — estranhou. Já estava pensando em qual camiseta usaria junto de sua calça jeans.

— Não precisa ser aquele vestido de baile de gala...

— Acho que entendi...

— Perfeito! Agora vou começar a mandar mensagens pra recrutar as meninas. Fique à vontade se quiser chamar alguém também. Te vejo a noite.

— Até de noite.

Ao falar isso a ligação ficou muda por parte de Alya. Quando ela disse "meninas" já sabia perfeitamente de quem se tratava então não haveria o risco de mandar um convite repetido. Não tinha coragem de chamar alguém da casa, ainda mais para um lugar que ela não conhecia direito. Pensou em Luka, mas temia que se saíssem dois dias seguidos o fizesse criar expectativas de algo que não iria acontecer. Talvez Marc...

Ainda ficou alguns minutos no sofá pensando, sentada de forma desleixada, quase deitando com o corpo. Vendo que não haveria mais ninguém que pudesse chamar, resolveu ir para o quarto e escolher sua roupa. Algo chique... Tinha uma boa ideia do que usar. Levantou-se e caminhou sem pressa para o quarto.

Quando adentrou no cômodo, foi em direção ao guarda-roupa e tirou um cabide com um vestido tomara-que-caia, a peça possuía pequenas alças para poder ser guardada de tal forma. Ao fechar a porta, o deixou pendurado por ali. Foi até o closet onde guardava seus sapatos nas prateleiras e pegou seu único salto o deixando do lado de fora.

Teria ainda muito tempo até começar a se preocupar em se arrumar, mas decidiu ficar por ali mesmo. Foi até sua mesa onde pegou um caderno junto de um estojo na prateleira sobre ela antes de puxar a cadeira para se sentar.

Era um caderno de desenho, grosso e um pouco pequeno. Folheava as páginas observando o que já havia feito nele notando que havia preenchido mais da metade de suas folhas com seus rabiscos. Pegou o celular e pôs o despertador para tocar, assim não perderia a hora. Com um lápis em mãos, começou a terminar o último desenho que havia feito até o alarme soar.

Plugou o aparelho no carregador ao ver a carga da bateria e guardou suas coisas antes de ir para o banheiro. Acabou demorando mais do que o previsto, mas nada que a fizesse se desesperar.

O vestido foi posto de forma torta para que pudesse fechar o zíper em suas costas e logo o ajeitou em seu busto. O corpete era arredondado dando a ilusão de formar um coração, uma fita o prendia na cintura a destacando, abaixo dela o tecido caía solto, formando camadas alternando entre o preto e o azul até chegar a metade de sua coxa. Prevendo o frio que sentiria, pôs uma meia calça escura. Procurando tirar a atenção de seu peito branco, pegou um colar antigo de sua mãe, prata com pedras azuis formando uma flor.

Seu celular agora tocava alguma música de Clara enquanto ela decidiu ir para o banheiro se maquiar. O lápis de olho era tão comum que ela nem considerava mais passar maquiagem quando se referia a isso. Passou uma sombra marrom fraca com um pouco de brilho, blush e finalizava com um batom rosa avermelhado que não era muito chamativo.

A Maldição da Mansão Agreste [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora