Capítulo 11

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A porta da biblioteca foi aberta com certa urgência, Marinette tentava acalmar Alya enquanto saia do cômodo, podendo finalmente dar toda a atenção que a morena queria ao começar a andar pelos corredores vazios.

— Certo Alya, o que aconteceu?

Você realmente não viu minhas mensagens, né?

— Eu vi todas as que você mandou...

Até as do fim de semana? Sobre Nooroo? Sobre ele chamar o patrão de Mestre?

Ela havia se esquecido desse detalhe. Não se lembrava do motivo de ter ignorado as mensagens, mas admitia mentalmente ter feito isso. Não poderia reclamar das broncas recebidas.

— Acho que acabei pulando uma ou outra... — disse sem jeito.

Eu não sei o que faço com você Marinette! — gritou.

Alya estava parecendo uma mãe decepcionada com a filha, dando um pequeno sermão do outro lado da linha falando em como aquilo era perigoso e ela poderia estar em uma grande enrascada agora. Não era preciso dizer que a maioria das palavras entrava por um ouvido e saia por outro.

Em meio aos corredores, acabou puxando uma maçaneta de uma porta aleatória, ficando feliz em ver se tratar de um tipo de sala. Enquanto Alya tagarelava, sentou-se em um dos sofás ali presentes e aguardou ela finalizar.

Em todo caso... — concluía — Fiz uma nova pesquisa sobre os Agrestes.

— Sem coisas ilegais, eu presumo.

Não posso prometer nada dessa vez — fingiu uma tosse limpando a garganta — A questão é, como eu havia dito, ninguém sabe quem controla a companhia Agreste há décadas. Eu mesma me certifiquei de ir lá. Os salários são depositados em uma conta própria da empresa então não há nenhum nome relacionado a isso e quando se tem algum problema um e-mail deve ser encaminhado para um endereço próprio e não há números de telefone para contato.

— Você tem certeza disso? Não há nenhum responsável?

Absoluta, ainda tentei procurar o nome de Tikki e Nooroo numa listagem de funcionários. Nada! Nem mesmo parecem ser apelidos derivados dos nomes.

Não acreditava que Nooroo tivesse alguma relação com uma grande empresa do ramo da moda. Tikki por sua vez parecia ser mais propícia a isso dado a como ela sempre está bem vestida e arrumada, além de não saber exatamente o que ela fazia na casa.

Não bastasse isso, Alya afirmou ser estranho uma empresa daquele tamanho se manter. Não há desfiles de moda promovendo coleções e raramente o nome Agreste aparecia em reportagens ou coisas semelhantes. Eram raras as ocasiões onde uma celebridade usava algo da marca e mesmo assim nunca se tornava o foco da matéria.

A mansão vitoriana sempre foi o alvo das mais diversas lendas da cidade pelo menos nos últimos 150 anos e a maioria das noticias e reportagens que Alya citava poderiam ser facilmente encontradas após alguns minutos de busca na internet.

Falando em internet, ninguém em Paris possuía aquele sobrenome, nem mesmo nas cidades vizinhas. Um ou outro perdido pela França o usava, mas morria ali. Era como se o mundo não quisesse saber deles ou eles não quisessem saber do mundo.

A palavra "mestre" pareceu cutucar um pouco a mente de Marinette. Ela não acreditava que seria obrigada a chamar, seja lá quem for o atual dono da casa, dessa maneira. Mordia a ponta da unha do polegar pensativa, tentando tirar aquilo da cabeça e voltando a prestar atenção na amiga.

— Você tem certeza que não há nada Alya? — perguntou novamente tentando mudar o rumo da conversa para algo que ela saberia do que está se tratando.

A Maldição da Mansão Agreste [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora